Capítulo 14 Mas O Que?!

243 18 3
                                    


– Será que aquele barco presta? – Pergunta Magali para mim. Estávamos sentadas na borda do cais com as pernas balançando. Estela estava no meu colo brincando com meu cabelo, ele já batia nos meus ombros.

– Não vi nenhum furo no casco ontem. – Confesso me lembrando de como aquele barco parecia estar em perfeitas condições.

– Tomara que o Xaveco consiga consertá-lo. – Suspira Magali passando a mão em sua barriga, não havia crescido nada ainda, mas isso é normal, pois ainda está no comecinho da gestação.

– É claro que vai, fofa. – Diz Denise se sentando do lado da Magali. – Meu gato vai conseguir. – Diz orgulhosa do mesmo.

– Então vocês deram certo mesmo? – Pergunta maliciando Maga, deixando Denise vermelha.

– Sim. – Ri envergonhada, pelo o que eu sabia, a relação de Denise e Xaveco era bem confusa. Ele a idolatra como uma musa, já ela tentava parecer nem ligar para ele, mas no fundo só tinha medo de se deixar levar e acabar vendo ele virar uma daquelas coisas.

– Fico feliz por vocês. – Digo sorrindo e ela retribui meu sorriso.

– Também fico feliz que você e o Ce voltaram, ficam tão fofinhos juntos. E você é a única que consegue domar aquele homem. Eu juro, antes de você aparecer, era um saco. Ele não se importava com a opinião de ninguém, fazia o que bem entender. O homem difícil de lidar! – Confessa Denise e Magali concorda.

– Você mudou ele bastante, e ele sabe disso. Ele nunca contou do passado dele para ninguém, mas dá para perceber que algo muito ruim aconteceu e que ele tenta esquecer. Você conseguiu trazer felicidade e o amolecer o suficiente para ele se tornar humano e não um iceberg intocável como ele costumava ser. – Diz Magali e eu sorrio, saber daquilo foi uma sensação tão... boa. Não tem explicações, só me trouxe uma felicidade imensa, meu amor o ajudou, assim como o dele me ajuda. O amor dele me faz querer continuar a viver, me traz segurança e paz. O amor dele me faz querer suportar qualquer coisa, desde que eu tenha ele ao meu lado.

~*~_~*~_~*~

– Atenção a todos. – Pede Cascão e logo deixa a palavra com Xaveco. Todos estavam olhando com impaciência para saber logo se o barco estava pronto.

– Eu consertei tudo o que precisava no barco, mas ainda falta o motor. Vamos ter que procurar amanhã um se quisermos ir logo para a Ilha. – Explica e todos concordam.

– Amanhã então. – Digo. Não daria mais tempo de procurar hoje e seria tolice procurar de noite, é arriscado demais.

– Eu quero que você fique amanhã aqui, você e a Magali são as únicas que sabem atirar. Assim o grupo estará a salvo enquanto nós, homens, saímos para procurar o bendito motor. – Diz Cebola e eu concordo com a cabeça. Era o mais sensato, ainda mais que não quero deixar a Estela sozinha nesse cais desconhecido, não é como era no Hotel, aqui é bem dizer um campo aberto.

– Eu fico.

~*~_~*~_~*~

– Nossa como você é fraquinha. – Brinca Cebola que estava apertando meus músculos dos braços.

– Quer ver como sou forte? – Ameaço e ele me olha brincalhão.

– Claro, duvido ganhar em uma queda de braço. – Rebate me deixando com um pouco de raiva por me chamar de fraca.

– Você vai ver quem é fraca. – Digo e logo me sento na banqueta que tinha numa mesinha no armazém. Ele senta de frente para mim.

– Vamos lá. – Diz e logo começamos a nossa briga. Eu segurei o mais forte que consegui o que fez ele nem mexer minha mão do lugar.

– Quem é o fraco agora? Se quiser pode usar as duas mãos. – Digo convencida e ele me olha com rebeldia.

– Vai sonhando. – Ele força de novo sem sucesso, começo a forçar a mão para ganhar e ele não consegue segurar. O som alto da mão batendo na mesa anuncia minha vitória.

– Quem é a fraca agora? – Digo e ele me olha mais travesso ainda.

– Eu deixei. – Diz com um sorriso bobo.

– Claro. Sei. – Digo ironizando. Arregalo meus olhos surpresa quando Cebola me tira da banqueta me pegando em seu colo, ele me prensa na parede me fazendo perder o juízo. Como esse homem mexe com minha cabeça.

– Você quer mesmo me provocar? – Pergunta beijando e dando mordidinhas no meu pescoço, eu não conseguia recuar e nem negar. – Você está sob meu poder. – Sussurra mordendo fraquinho minha orelha direita na parte de cima. Aquilo me arrepiava, mas era uma sensação ótima. Eu escutava sua respiração em minha orelha me causando mais arrepios, arrepios incríveis que percorriam por todo o meu corpo.

– Me desculpem. – Diz Magali entrando no armazém de repente. Ela havia ficado vermelha e com vergonha por ter interrompido um momento assim. E eu é claro que fiquei com vergonha por ela ter nós pegado assim. O único que parecia se divertir com o momento era Cebola que estava sorrindo e se segurando para não rir. Que vontade de bater nele e tirar esse sorrisinho bobo...

– Continuamos outra hora. – Diz me dando um selinho e me descendo do seu colo.

– Que vergonha. – Confesso depois que Cebola sai me deixando sozinha com a Magali. – Mas fico feliz que tenha sido você quem nos atrapalhou, eu morreria de vergonha se fosse outros, principalmente se fosse a Denise. Ela me zoaria para sempre.

– Verdade. – Concorda rindo. – Vocês vão ter muito tempo para aproveitar na Ilha. – Diz me dando uma piscadela maliciosa.

– Boba. – Digo ficando mais vermelha que um tomate.

– É a verdade. – Ri e eu lhe mostro a língua.

– Como anda esse bebezinho. – Digo olhando para a barriga dela.

– Está ótimo. Estou tento enjoos toda manhã ou quando como algo pesado, mas nada demais. – Ri ela. Magali estava mais radiante depois que soube da gravidez e isso me deixa feliz. O que eu mais quero, é que ela seja feliz e que tudo de bom aconteça com ela.

– Quem sabe não tenhamos um médico na Ilha. – Digo e ela sorri.

– Tomara, mas sei que se não tiver, Jeremias dá conta.

~*~_~*~_~*~

Escuto um barulho estranho. Todos deviam estar dormindo, não tem sentindo barulho de passos. Ah, o que estou pensando?! Claro que tem sentido, vai que alguém está apurado e quer ir ao banheiro. Abro meus olhos lentamente e procuro pelo dono do barulho, mas não era ninguém do nosso grupo.

– Mas o que?! – Antes que eu falasse algo ou gritasse, alguém mascarado coloca um pano em minha boca. Tento me debater, mas não resulta em nada, pois o efeito no que continha naquele pano me fez apagar rapidamente, sem ter tempo para fazer algo contra.

ZumbisOnde histórias criam vida. Descubra agora