INCÓGNITA ;; villainous

08. ITURIEL

n/a: caramba, faz tanto tmp q eu n venho aqui q parece q isso tá uma zona jdidnid. Oi dnv, gente! Voltei pq acabei tendo uma ideia de capítulo q, a propósito, deve ficar meio confusa no início, mas acredito q as coisas possam ser esclarecidas no final. No mais, tenham uma boa leitura 💜

As ondas do mar ruminavam sob seus pés calejados, arrancando uma sensação avassaladora de paz – um sentimento que, em anos, Alan Ituriel não fora capaz de ter. Ele só gostaria de ser um pouco como aquela areia fina da orla da cidade, todos os dias banhada pela água deliciosamente fria do oceano. Pelo menos ela não tinha responsabilidades ou um peso grande demais nas costas do qual já estava cansado de carregar.

Ele só queria estar livre. Ser um vilão autônomo como os que via na TV. Ser alguém.

Mas Ituriel tinha um empecilho – um empecilho que tinha nome, endereço e um gosto terrível para roupas: seu chefe, o Lorde da Vilania. Alguém com uma aura tão maligna que chegava a incitar inveja do homem. Histórias e mais histórias sobre seus feitos malignos se dissipavam pelo ar como vento, pavimentando com muito tempo uma reputação que teria causado brigas entre muitos vilões importantes, que por muitas tentativas falhas ansiavam em roubar seu posto como mestre de todo mal.

Alan Ituriel não estava longe disso, embora fosse apenas um lacaio.

Era dedicado em seus estudos vilanescos e sempre procurava se atualizar nos novos métodos de tortura e maldades que eram aplicados nas pessoas inocentes. Teria até feito alguns protótipos de uniformes assustadores, já que sua aparência não era tão pertubadora como a de seus superiores – afinal, não havia tanto medo em um homem de cabelos escuros e sempre cobertos por um chapéu, nariz levemente arrebitado e moldado por uma pequena (quase invisível) cicatriz, adquirida depois de um momento de rebeldia contra o Lorde da Vilania (depois daquele incidente, o homem prometeu a si mesmo que nunca mais iria tomar decisões importantes sem o consentimento do chefe). Ele era apenas um aprendiz ordinário.

Mas hoje tudo iria mudar.

Ele sentia isso em seus ossos. Provavelmente porque esteve sonhando há muito tempo com o dia em que seu nome estivesse escrito nos livros de História dos vilões, como um exemplo a ser seguido. Provavelmente também porque ele se esforçava para ser o melhor em fazer as piores maldades ou porque seus colegas de trabalho não eram tão dedicados quanto o próprio. Não era à toa que Ituriel seria o segundo candidato a ser braço direito do Lorde da Vilania.

- Você sonha alto demais, mas ainda é muito patético. - uma voz fria vinda das costas de Ituriel interrompe um suspiro de calma que se formara em seus pulmões. Ele conhecia aquele timbre como a palma de sua mão - Ouviu, Boina Negra? Patético.

Seu nome era Dartan, mas todos o chamavam de Carrasco - devido a arma pesada que sempre carregava nas costas ‐ ou apenas como O Braço Direito do Mestre. Era um indivíduo bastante popular entre vilões e sempre esteve presente nas convenções de vilania que aconteciam de 2 em 2 anos. Com um capuz negro envolvendo quase que completamente o rosto, deixando somente dois buracos abertos para seus olhos, Dartan certamente conseguia evocar os piores sentimentos nas pessoas que esbarravam seu caminho.

Não deu muito tempo até Carrasco roubar os poucos minutos de paz que lhe restavam daquela tarde. Com movimentos bruscos o encarregado-mor do Lorde da Vilania aperta em botões aleatórios no lugar próximo a uma velha estrela-do-mar na areia. Sem Ituriel sequer conseguir falar algo, toda aquela paisagem praiana - o mar, as pequenas conchas dispersas sob seus pés e até algumas gaivotas pestanejando no céu - se decompõe em tons cinzas mortos demais até para Dartan. O ambiente agora abria espaço para uma tela LED cercando boa parte da sala.

Sua sessão de terapia diária teve seu fim.

- Seis minutos. - Ituriel murmura com os punhos cerrados famintos em socar o visitante indesejado - Faltavam ainda seis minutos pra acabar. O Simulacro fecha às 22:30, não é? São 22:24, seu otário.