O homem 03

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Draco chega em Bigua City ao cair da tarde.

Dois Dias se passaram desde que Jimmy lhe deu a dica. Talvez jamais encontre pista alguma. Mas tem que seguir em frente. Por Dolores.

O vilarejo tem um clima mais ameno que Coronado e muito mais pessoas nas ruas.

Seus ouvidos captam o som das palavras sibiladas que os moradores pronunciam. Algumas sílabas são mais 'puxadas', 'esticadas' no final das frases. Dizem que falam assim por causa dos primeiros povoadores, e isso realmente pode ser verdade, uma vez que alguns indivíduos que passam por ele conversando não tem esse sotaque diferenciado.

Maior que Coronado, Bigua City possui várias lojas abertas ao final da tarde, e ele se dirige ao saloon mais próximo, em busca de informações para localizar uma possível barbearia.

- Por favor, - diz ele ao barman. - Acabei de chegar e estou procurando uma barbearia, pode me indicar onde acho uma?

- Rapaz, não sei se tem sorte ou não. Aqui só tem a do Mike, logo depois da esquina, virando à direita... pintada de vermelho... Não tem como errar! Mas não sei se está aberta neste horário. - informa o garçom.

- Ok! Me vê um rabo de galo! - ele pede ao homem por detrás do balcão, que lhe serve de imediato.

- A cidade cresceu né?! A gente fica uns anos sem vir e quando vê, boom, está tudo mudado. - ele conversa enquanto o homem o serve no balcão.

- Ah, o amigo já conhecia aqui?

- De passagem, uns 10 anos atrás. Estou vindo de Coronado.

- Nossa! Faz tempo. Estou aqui a dois anos. E já mudou tanto. Não conheço Coronado.

- Não está perdendo grande coisa.

Draco mexe nos bolsos da camisa e depois nos bolsos da calça.

Pega uma moeda e paga ao garçom.

- Primeira a direita, casa vermelha! - pede a confirmação do garçom.

- Isso! não tem como errar. Obrigado xerife! - ele grita ao levantar a moeda e se despedir do homem que tinha uma estrela sob o colete e que ao mexer para efetuar o pagamento revelara sua identidade.

O garçom não percebeu que quando falou a última frase, um homem de chapéu preto no fundo do bar, se sobressaltou e olhou para a figura que saia do saloon.

Dois minutos após o xerife passar pelas portas de vai e vem do saloon o homem de chapéu preto o seguiu.

O xerife andava rapidamente e levava o cavalo pelo cabresto, caminhando ao seu lado.

O homem de chapéu preto correu até uma prédio no centro da cidade e entrou esbaforido.

Draco chega em frente a uma casa pintada de vermelho, há um degrau feito de madeira e ao lado um esfrega-bota, para limpar o barro. Ele sorri. A região não vê chuva a um bom tempo.

Do lado de fora ele olha pela janela e vê que há dois clientes sentados nas cadeiras do barbeiro e sendo atendidos.

- Olá, boa tarde! - Diz ele ao entrar no estabelecimento.

Os quatro homens no recinto o olham estranhando.

- Estamos lotados! Só posso lhe atender amanhã! Logo vai anoitecer e fazer barba Á luz de vela não é um bom negócio. - lhe informa um homem gordo, de avental negro preso junto uma boa barriga. - Eu sou Mike.- Ele estava lavando e arrumando alguns objetos da barbearia.

- Ah, claro Mike...olha, não quero fazer a barba, eu procuro por ajuda... quer dizer...quero conversar...

- Os antigos se apresentavam quando alguém dizia o nome! - um senhor de idade, cabelos brancos, estava sentado em uma cadeira com um punhado de espuma na barba e um avental amarrado ao pescoço enquanto um jovem de pouco mais de 20 anos tinha uma navalha junto ao pescoço do mesmo.

O Homem de CoronadoOnde histórias criam vida. Descubra agora