o caolho

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O xerife volta para Coronado, tem uma pista, mas precisa conversar com o condutor de balsa da cidade.

Ele está perdendo tempo.

Já faz dez dias que o assalto aconteceu.

Dez dias que Dolores está com algum dos bandidos em um lugar incerto.

O xerife Draco se dirige até onde a balsa fica ancorada.

"A balsa desapareceu... Deve ter ficado à deriva rio abaixo e o bandido conseguiu fugir.'

O xerife encontra-se com o condutor da balsa e o ajudante, que contam o que aconteceu no dia do assalto.

- Era na parte da tarde, logo após o meio dia, estávamos no desjejum quando um homem bateu na cabana e gritou nos chamando. -disse o condutor da balsa que usava um bigode branco.

- Tínhamos acabado de comer.

- Você tinha comido, eu ainda não. - Diz o ajudante.

- É, mas por alguns trocados a gente não ia ficar parado... Podíamos comer logo depois.

- É! E o cara não parava de gritar que precisava passar!

- Estava bem impaciente! Uma pressa danada. Daí paramos de comer, e fomos conversar com o gritão que estava nos chamando. - informou o condutor.

- É, e o cara nem desceu do cavalo. O cavalo parecia bem cansado.

- Era um homem de tapa olho?! -quis saber o xerife.

- Sim. Dava até medo olhar pro homem.

- Disse que seu nome era Martin. Amarramos a balsa e de repente o caolho desgraçado apontou uma arma enorme para nós. Um cara assustador.

- Apontou para você! Pra mim não!- disse o ajudante.

- E o que aconteceu?

- Falamos pra ele que não tínhamos nada no caixa para ele assaltar, pois o patrão tinha passado logo antes do meio dia e rapado o que a gente tinha feito pela manhã. Mas ele não queria o dinheiro disse que tinha uma longa travessia e pegou nossa mula. Tadinha da Fumaça.

- Porque ele iria querer a mula de vocês?

- Eu lá sei! O cara estava com o cavalo bem cansado, cheio de coisa no cavalo. Mula guenta melhor a carga. Podia dá um descanso pro animal dele. E a Travessia do deserto por aqui é longa.

- É sim! O próximo povoado fica a uns cinco dias. De mula isso pode dobrar.

- E daí? - pergunta o xerife.

- Bom, a gente levou o camarada para o outro lado, para a outra margem.

- Eu até pensei em pular na água, pra deixar o miserávi se virar sozinho na balsa, mas ele percebeu e ameaçou a gente.

- Ameaçou sim! - Disse o homem de bigode branco.

- Quando chegamos do outro lado ele nos mandou voltar de onde tínhamos saído, e deu dois tiros em cima de nossas cabeças, para que a gente se apressasse.

- Cabra ruim da peste! Tinhoso!

- A gente fez de tudo que ele falou, mas mal chegamos no meio do riacho e o desgraçado começou a atirar na balsa e acabou rompendo o cabo de ligação da balsa com dois balaços...

- O Bicho era bom de mira, viu, dois balaços certeiros, pá pum... - o ajudante fez o gesto com o dedo esticado.

- Que merda! O cara tentou nos matar. Ainda atirou outras duas vezes em nossa direção, ainda bem que se jogamos no rio. - informou o homem de bigode branco.

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2021 ⏰

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O Homem de CoronadoOnde histórias criam vida. Descubra agora