Prólogo - A Última Lágrima

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<<Aos meus vinte anos... Já sabia quase metade de tudo e, quem nunca soube de mim antes, não sabe agora, muito menos um dia saberá.>>

- Seth Edwards McCoy -

Depois de enxugar a última lágrima que havia derramado. Fui ao banheiro. Onde lavei meu rosto. Voltei para o quarto e decidi saber que horas eram. O relógio marcava: 06:15 PM.

Procurei as chaves do carro que antes havia sido do meu pai. Mas com o tempo passou a pertencer a mim.

"Ele morreu quando minha mãe ainda estava grávida de mim".

Após encontrá-las dentro da gaveta abaixo do meu guarda-roupa. Espiei pela janela e fiquei surpreso ao perceber que a escuridão já havia devastado o mundo inteiro.

Então, coloquei uma jaqueta de couro para me proteger do frio que se instalava do lado de fora e, dos flocos de gelo que caíam constantemente. O que me lembrava que San Angeles seria para sempre o lugar de onde eu nunca sairia. Eu amava aquele lugar apesar de ter sido alvo de inúmeras mágoas, injustiças e humilhações.

Em vez de continuar chorando pelo que a vida tinha tirado de mim, decidi focar no que a vida poderia me ensinar através das dores e decepções da vida e do amor. Foi quando tirei uma sacola preta debaixo da cama. Ela continha todas as memórias físicas de cada momento que eu havia vivido com alguém que acabou seguindo seu próprio caminho sem mim. Após ter destruído completamente minha vida e mente. Nela haviam algumas fotografias, algumas roupas. E outros objetos que com o andar do tempo, foram se tornando menos importantes.

"Presentes de aniversário".

Saí de casa naquele momento e fui dirigindo em direção ao lado leste da cidade... Percorrendo uma longa estrada, e ruas que pareciam sem fim. E então, finalmente, cheguei ao lugar onde todas as memórias físicas morreriam. Porque emocionais só o tempo as aniquilaria. Mas elas jamais morreriam. A não ser que eu deixasse aquele lugar.

Em segundos, a sacola já estava pegando fogo. Enquanto isso: Me despedia do meu sombrio passado, tentando ao máximo não criar motivos para fraquejar novamente.

— Adeus passado. Embora eu não esteja bem hoje, não significa que amanhã será o mesmo. — Disse em um tom abafado. Quando na verdade o meu interior queria dizer o contrário.

— O tempo passa mas a dor é eterna! — Uma voz masculina e familiar disse atrás de mim, no escuro, enquanto seus passos se aproximavam de mim. Vagarosamente.

Era como se a outra parte de mim tivesse se tornado real, e que ela soubesse que eu estava mentindo para mim mesmo, sobre deixar o passado para trás, de uma vez por todas.

Mas quem poderia ser o dono daquela voz convincente e destruidora de mentiras ilusórias?

            CONTINUA...

SEM LÁGRIMAS PARA CHORAR (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora