Capítulo 7 - Meu Seth, Meu Guillermo

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A música continuava tão agradável, o Jasper surgiu na porta e me acompanhou. Aquilo foi mais que incrível. Ele se aproximou cantando sem parar, se sentou no braço do sofá e continuamos. De vez em quando, a gente se encarava intensamente e  meio que eu gostava daquela sensação.

Quando terminamos de cantar, cada um voltou pro seu quarto. Eu ainda precisava descansar, mas o Jasper já não tinha porquê cuidar mais de mim. Eu ia ficando cada vez mais melhor.                     

Amanheceu.

Meus olhos se abriram outra vez, com imagens de eu e o Jasper cantando juntos, fazendo coisas que eu ainda tentava esquecer e deixar de assimilar. Eu me sentia como se tivesse feito algo errado, por ter nos beijado. Talvez por ultimamente, termos estado tão próximos um do outro, aquilo nos confundiu absolutamente. Mas eu não queria sentir nada por ele, ainda não estava preparado para matar o que eu sentia pelo Guillermo. Falando nele, onde ele poderia estar naquele exato momento?...Com quem?...E fazendo o quê?

Será que ele ainda pensava em mim como eu ainda pensava nele? Ou ele já havia realmente me esquecido?

Tudo aquilo rolava dentro da minha mente, enquanto eu levantava, lavava meu rosto, me olhava no espelho, tomava o café da manhã com a Cindy e a Kathy, pois a Hillary tinha aulas de manhã, provavelmente, costumava tomar seu café da manhã antes da gente e depois ia pro colégio. Bem que o Jasper não estava por perto, senão me encheria o saco. Mas meio me incomodava a ausência dele. Será que eu estava me apegando a ele?

"Não, não pode ser... — ".

Tentava recusar o fato de eu estar começando a gostar dele. Toda vez que eu me lembrança dos nossos recentes momentos juntos.                     

      Alguns Dias Depois
       
Já faziam alguns dias que eu presenciava coisas estranhas, acontecendo comigo mesmo. Uma sombra me encarando no espelho, sensação de estar sendo vigiado, pesadelos pela noite inteira, barulhos esquisitos nos fundos e na casa de ferramentas. Estranhamente, eu acordava sempre na madrugada, ia pro banheiro e quando eu passava pelo quarto do Jasper, eu o espreitava e não o encontrava. Não tinha a mínima ideia de onde ele podia estar sempre na mesma hora. O que fazia eu ter medo dele e evita-lo toda vez em que a gente ficava sozinho. Por conta disso, passei a ficar muito tempo com a Hillary, enquanto as meninas demoravam chegar da universidade, como uma forma de me proteger e não correr o perigo de ser atacado outra vez. Mas também haviam várias perguntas martelando a minha mente.

Se ele era a tal sombra, porquê continuava cuidando de mim e me levando ao médico de vez em quando?

Porquê ele me tratava com amor e me dava toda a atenção do mundo?

Bem, como o ditado diz, o diabo também pode intervir de boas formas, quando na realidade, o seu plano é te prejudicar mesmo.

                           
Anoiteceu.

Na noite de sexta, as garotas me deixaram e foram passar o fim de semana com a família das mesmas, por mais que elas me perguntassem se ficaria tudo bem comigo sem elas, eu só dizia que sim, enquanto que no fundo eu não as queria longe de mim. Elas já eram como parte da minha família. Por isso me doeu vê-las indo embora. Porém, do outro lado, fiquei muito feliz por pelo menos terem se lembrado das pessoas que importavam na vida delas.

Toda aquela situação, tem me deixado tão triste, mas a tristeza era melhor que a outra sensação, a de medo. Eu me perguntava: Como iria enfrentar o Jasper sozinho?...
                      

Amanheceu.

Antes do novo dia nascer, acordei na madrugada como de sempre, fui pro banheiro, mas não pude mais olhar no quarto do Jasper, porque já sabia que ele não iria estar lá. A tarde toda se foi, sem eu ter notícias dele, o que me fez pensar que talvez o mesmo havia ido passar alguns dias com a sua família e que por causa do que estava acontecendo ultimamente com a gente, ele decidiu ir embora sem me contar nada. Mas estranhamente, todas as suas coisas ainda continuavam no quarto. À noite daquele dia, tivemos um jantar silencioso, como se estivéssemos sob luto. Nossos olhares tampouco se cruzavam mais como antes faziam. E assim, mais uma noite se foi, silenciosamente...
         

SEM LÁGRIMAS PARA CHORAR (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora