Capítulo 4

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Alice simplesmente não conseguiu dormir naquela noite, estava muito chateada com tudo que aconteceu e com tudo que disse àquele homem no dia anterior, seu comportamento foi absolutamente tudo que ela sempre condenou: alguém que tem dinheiro humilhando e condenando alguém mais fraco, enfim, ela estava se sentindo uma pária. E ainda mais agora, depois de tudo que ouviu sobre a família do Sr Nonato. Então, assim que terminou de conversar com João ela se dirigiu ao sítio da família e tentou, na medida do possível se desculpar. Ponderou ainda que, dependendo da reação deles, lhes faria uma proposta sobre a qual já vinha pensando há algum tempo. 

Ao chegar, percebeu que Jonas trabalhava arando um pequeno pasto da frente do sítio com alguns trabalhadores.

Ela chegou a parar o carro e tentar falar com com ele, mas foi sumariamente ignorada, e, achando que merecia, se dirigiu a um lavrador que olhava a cena com a cara mais confusa do mundo. 

-O sr Nonato se encontra? - perguntou ao homem.

-S sim senhora, pode seguir em frente que ele está em casa, Dona - respondeu o homem tirando o chapéu. 

-Muito obrigada - respondeu Alice e tocou para a casa de varanda que se encontrava mais a frente. 

-Ô de casa! - chamou enquanto batia palmas.

-Ô de fora! uma voz de mulher responde. Era dona Julia, mãe de Jonas.

Assim que saiu na varanda da humilde casa a senhora percebe de quem se trata e assume um ar sério, Alice entende que ela devia estar chateada consigo e com razão.

-Bom dia, dona!

-Bom dia. O que a senhora quer? - respondeu dona Julia com cara de poucos amigos.

-Meu nome é Alice Santiago, da fazenda Salgueiro.

-Eu sei quem a senhora é!

-Pois então também sabe que devo a senhora e a seu marido um pedido de desculpas. Tentei falar com o seu filho mas ele ainda está muito aborrecido.

-E a senhora acha que ele não deveria tá? 

-Não, ele está certo! - admitiu Alice - Seu Nonato está em casa?

-Ô Nato! - dona Julia chama - chegue aqui.

Depois de um tempo sr Nonato se aproxima da mulher com um rosto desconfiado.

-Bom dia dona. 

-Bom dia senhor Nonato. Bom, não tem outro jeito de começar a fazer isso que não lhe pedindo desculpas. Aquilo que fiz o senhor passar ontem foi um erro sem tamanho e eu vim aqui saber o que eu posso fazer para me desculpar com o senhor e sua família.

-Tem de fazer nada não dona, a senhora já fez muito vindo aqui reconhecer seu erro. Chame a dona pra entrar, mulher! - falou se dirigindo a dona Julia -  Vamo tomar um café! - e dona Julia, muito desconfortável convidou a visita pra entrar

-Não repara não dona que aqui a casa é simples - falou dona Julia sem olha-la nos olhos.

-Não reparo e não precisa me chamar de dona, nós temos quase a mesma idade - falou Alice apaziguadora. 

Dona Julia ficou surpresa com o elogio, mesmo sabendo que as duas tinham uma diferença considerável de idade e que Alice era muito mais bem cuidada do que ela que vivia uma vida em baixo do sol, a mulher gostou de ouvir aquilo.

Jonas, vendo que a visita havia entrado em sua casa, deixou seu trabalho e foi ate lá.

-Jonas, filho - falou dona Julia, a dona... quer dizer, Alice veio aqui conversar sobre o mal entendido de ontem.

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