Capítulo 4. Abraços

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A luz amarelada invade o pequeno quarto, através da porta entreaberta.
as sombras distorcidas ou galhos na janela, a muito tempo nada disso lhe causava medo.
O demônio está lá, seguindo o corredor de paredes desbotadas, o ranger dos pisos soando como alerta.
O sangue gelando e espinha arrepiando seguindo o ranger esganiçado da porta se abrindo.
Sorriso malicioso sob a luz que vem da lua.
As mãos ásperas que rasgam a alma.
— papai chegou.

Suor frio e...

Novamente o mesmo pesadelo.
Henry se revira acordando assustado, não mais como antes,talvez isso seja o problema, se acostumar com a dor, fazer das lembranças sua ingrata companhia noturna.

Seu corpo desnudo sub a cama bagunçada é iluminado apenas pela fresta de luz vinda da calha quebrada do velho telhado da pensão, as memórias da noite passada ricocheteiam em sua cabeça, o garoto não teve coragem de ver o que poderia ter sido levad...

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Seu corpo desnudo sub a cama bagunçada é iluminado apenas pela fresta de luz vinda da calha quebrada do velho telhado da pensão, as memórias da noite passada ricocheteiam em sua cabeça, o garoto não teve coragem de ver o que poderia ter sido levado, apenas se jogou na cama e dormiu, tentando ao máximo retardar o inevitável.

Roupas espalhadas e caixas reviradas, essa é a visão que Henry encontrou ao chegar no seu quarto na noite anterior.

A pouca esperança que havia sendo cultivada com o sonho de um lar se esvai, O impulso que o garoto - que exibia olhos encharcados - tem era de correr até o seu esconderijo atrás do guarda roupas velho, numa fresta feita por cupins famintos, lá está tudo o que tinha, o fruto de anos de trabalho, estavam tudo lá. Seu sonho estava guardado naquele buraco.
Henry não seguiu esse impulso, mas sim outro, talvez o mais antigo. O medo.
Henry guiou seus passos até a cama e se deitou. Todos os músculos do seu corpo contraídos, dedos trêmulos e garganta seca. Seus olhos focavam o móvel arrastado. Não havia em parte alguma forças para olhar. Não havia mais pedaços inteiros do seu coração para serem novamente partidos.

— por que é tão difícil?— Henry pergunta a si mesmo com olhos marejados borrando sua visão.

Harry lança a pergunta ao universo, com a esperança de que alguém o responda, um anjo talvez. Mas ele sabe que é um pensamento patético, não existe ninguém o guardando, só ele por ele mesmo.

Henry se levanta e fecha os olhos, deixando seu corpo guiar. Suas mãos tateiam pelo quarto e ele toca o guarda roupas, seu coração aperta.
Henry abre os olhos e vasculha seu esconderijo e ...

NADA.

Não lhe resta mais nada.
Henry se vê novamente igual a três anos atrás, quando morava nas ruas e a única coisa que tinha era seu corpo. A única Opção que lhe restava era vendê-lo.

— MERDAAA— Henry enfim esplode em emoções abrindo a porta com raiva, dando passos duros pelo corredor.

— Não tem outra explicação, foi ele. Só pode ter sido ele, aquele porco asqueroso. Eu vi ele me rondando, eu vi o seu olhar de ganância. Ele sabia que eu guardava dinheiro.

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⏰ Última atualização: Aug 11 ⏰

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