Você

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Nos conhecemos há 3 anos.

Não nos falamos em todos eles, mas também nunca deixamos de ter contato um com o outro.

Eu era jovem quando pela primeira vez me apaixonei.

Queria tudo com você.

Diversão.

Amor.

Mas você não queria o mesmo.

Nunca quis.

Eu pensei que poderia mudar essa idéia, que talvez vendo como eu estava disposta a ficar contigo as coisas tomassem um outro rumo.

No nosso primeiro encontro voce ria de tudo.

Assim como eu.

Com você eu sentia que o mundo externo não existia.

Éramos os dois em uma bolha impenetrável.

Eu amava seu cabelo.

Seu chapéu.

Sua roupa toda preta.

Seus olhos curiosos.

Sua voz rouca.

Suas até então poucas tatuagens.

Na sala de cinema quando me beijou, eu quis explodir.

Quis guardar seus lábios macios em minha mente, quis gruda-los em minha pele.

Eu não sabia que precisava apenas daquilo para me sentir viva.

Em meus 17 anos, eu nunca havia experimentado sensação maior de paz, como se meu lugar fosse ao seu lado.

Quando deixamos o shopping de mãos dadas, eu queria que o mundo todo olhasse para nós.

Queria que vissem meu sorriso de felicidade.

Queria que sentissem o que meu peito estava sentindo.

Você falava sobre algo, mas eu não prestei muito atenção, pois sua mão estava na minha.

Seu cheiro estava em mim.

Você estava comigo.

E eu sabia que logo iríamos nos despedir, mas eu não queria.

Minha vontade era ir embora contigo.

Perder a minha virgindade com você.

Aprender a te dar prazer e dizer o quanto estava apaixonada.

Mas tudo não passou de vontades.

Quando nos despedimos, você não percebeu, mas levou um pedaço meu.

E eu não sabia como esse pedaço me faria falta depois.

Em casa, eu sorria para qualquer coisa.

Queria abraçar a todos.

Queria dizer que finalmente havia encontrado a minha pessoa.

Por mensagens conversávamos todos os dias.

Você me dizia o quanto eu era linda.

Eu sorria e corava sempre.

Seu maior poder era me fazer sentir a dona do mundo.

Pouco tempo havia se passado e eu desejava mais um encontro contigo.

A saudade me sufocava todos os dias.

Entretanto sempre tinha algo para impedir, e eu tentava me convencer de que logo estaríamos juntos novamente.

Mas a cada por do sol sem te ver, mais eu sofria.

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