ι̲n̲т̲r̲o̲d̲υ̲c̲ã̲o̲

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A morte nunca é algo esperado, até pras profissões mais arriscadas, todos querem sair vivos. Todos tem um objetivo, pessoas e apegos. Querer viver, mesmo estando em condições desagradáveis. Chega a um ponto que a morte, infelizmente, é normalizada nas costas daqueles que a carregam. Nas costas de quem sobreviveu. De quem voltou pra casa. Essas pessoas se juntam, como uma bola de neve, sobre aqueles que a lideram. Isso era o que Levi sentia. Mais uma vez, sua missão teve um ataque violento. Sem expressividade o capitão teve que carregar, novamente, os corpos de seus companheiros. A culpa se tornando rotineira, toda vez ao deitar em sua cama ele sentia impotência, insuficiência e a culpa, por ser o líder, por ter que viver naquele mundo ridículo. Por ninguém encontrar um culpado maior pra toda desgraça que era as muralhas, os titãs, o submundo. Seus companheiros apareciam em seus sonhos sangrando, gritando em desespero, perguntando porque, acorrentados, mas ele não podia se mexer, ele não conseguia ajudar.


Ele se perguntava se tinha sido bom o suficiente, se não tinha algo que ele poderia ter feito. Com o tempo, de certa forma, soava como se não fizesse mais diferença, as mortes se tornaram um motivo para não se apegar a ninguém, não criar vínculos, até porque todo mundo ia morrer, e ele ainda estaria ali, carregando mais corpos. Com a culpa cada vez menor, porque, afinal, eles foram corajosos o suficiente pra escolher aquilo, certo? Mas de uma coisa ele tinha certeza, sua lâmina não deixaria de sangrar, o sangue de Titãs que mataram cada um deles. Mesmo presenciando tantas mortes e até se acostumando com isso, não significava que ele tinha que parar, ele tinha que continuar naquilo. Não poderia desistir. Por seus colegas. Pelo fim de tudo. Por cada gota de sangue. Se ele estava vivo, esse era o motivo. Todos estavam o olhando, todos os soldados mortos, contando com ele.

E as perguntas circulavam em sua mente como uma roda de brincadeira infantil, os sacrifícios fizeram diferença? Do que adiantava ser intitulado como o soldado mais forte e não ter capacidade de resolver tudo?
Em meio a tudo isso ele não conseguia derramar uma lágrima sequer, só esperava, esperava por uma solução, pelo fim de tudo. E mantinha suas esperanças em mente, enquanto lutava. Visualizava todos eles, aquilo lhe dava força, como um choque no corpo todo que o faz se mover, o sangue nos olhos e adrenalina a mil. Eram eles, eram todos eles. Era cada corpo morto, desfigurado, cada sangue derramado em prol daquela instituição, era a confiança que tinham nele, cada vez que seus soldados foram comidos. Tudo que presenciava, era a morte de sua mãe, o abandono de seu tio. Era o desconto de toda sua raiva.

Tudo isso junto. E mais uma vez ele estava deitado, à noite, tentando absorver todo seu dia cansativo e as mortes e ferimentos causados em seu último esquadrão, ele tinha visitado um dos soldados de tarde, ele tinha perdido a perna e o braço direito, não estava acordado. Mas Levi ficou lá o olhando, observando, sentindo a dor dele, esperando pra ver se ele acordava, em vão. Agora ele tinha dormindo, o único horário em que tinha solenidade, paz e esperava por mais uma manhã. Era uma mais um dia, vivendo naquele inferno.

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❦ ⋱ 𝗠𝗲𝗺𝗼𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝘂𝗺 𝘀𝗼𝗻𝗵𝗼 ━━  𝐀𝐎𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora