| Chapter 37 |

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Os olhos verdes brilharam como se ele não acreditasse no que ele estava vendo. A boca se abriu mais uma vez, entretanto ele não ousou em dizer mais nada, passou a língua em cima do lábio inferior e os cerrou novamente. O 'ding' do elevador ecoou no silêncio e Harry esticou o braço para impedir de que a porta fechasse nos separando de novo. Minha respiração ficou descompassada, como se eu tivesse corrido quilômetros incansavelmente, o coração estava tão acelerado que a qualquer momento ele podia sair da minha caixa torácica. Faziam apenas quatro dias que eu não o via, todavia era como se fizessem décadas.

"Harry." Ousei responder, a garganta quase completamente seca fez minha voz falhar.

"Izzy." Ele saiu de dentro do elevador e eu me afastei o suficiente para não chegar muito perto do seu cheiro adocicado de baunilha que eu sentia tanta falta.

"Você já falou isso." Eu segurava minha bolsa com tanta força que eu pressentia que meus dedos deixariam marcas na alça que estava pendurada no meu ombro.

"Eu não esperava te ver aqui." Franzi o cenho, relembrando claramente da ligação para eu vir a essa reunião. "Quer dizer, eu esperava chegar antes da reunião acabar e quando eu vi todos lá embaixo não imaginei que tivesse aqui." Ele esclareceu.

"Você devia imaginar, há um ano e meio atrás eu ficava aqui até mais tarde e você vivia reclamando sobre isso." Relembrei dos nossos primeiros encontros na empresa.

Harry não costumava ficar aqui, ele resolvia as coisas no tribunal e vinha aqui apenas no período da noite para finalizar o que era necessário. No início, ele não tinha estagiário, hoje eu me questiono se todo o papel de 'péssimo chefe' se atribui a ele ou são apenas pessoas que falam demais tentando ferrar com a reputação dele, o que é bem provável.

Um dos mais jovens advogados detentores de uma das maiores e mais completas empresas de advocacia de Nova Iorque, com liberação para defesa internacional, isso é assunto o suficiente para qualquer tabloide criar histórias, entretanto eu me recordo que não é só isso, o pai de Harry está na prisão por causa dele e isso sim era fofoca para dar e vender. Olhar aquele homem de terno Gucci completamente estagnado a minha frente por um momento me fez pensar em um Harry recém-formado tomando conta de uma empresa quase falida levando ela ao tamanho que a Styles Advocacia está hoje.

"Será que a gente pode conversar?" A voz rouca me tirou dos meus pensamentos e eu pude perceber que ele também tinha a respiração acelerada, mesmo depois de estar parado ali há um tempo.

"Aqui?" Eu questionei, estupidamente, esquecendo que eu estava brava com ele.

"Eu te convidaria para jantar, mas eu imaginei que você negaria." Os olhos deles procuravam qualquer indício no meu rosto, entretanto eu tentei permanecer estática.

"Você nem tentou." Eu ergui a sobrancelha, incitando Harry a pedir.

"Você quer ir a um jantar comigo para nós conversarmos?" Apesar da pergunta soar formal, o tom de Harry era extremamente inseguro, diferente de tudo que eu havia visto ele tentar.

"Não, desculpe." Eu sorri de lado, vendo Harry encostar a língua no canto da boca exibindo os dente.

"Não me testa." Ele sorriu, fazendo eu exibir meu sorriso que estava contido enquanto eu zombava dele.

"Eu falei para você tentar, não sou obrigada a aceitar." Eu ergui os ombros deboche.

"Você quer pedir comida chinesa enquanto retira esses saltos que você odeia usar e coloca os pés para cima como uma de nossas sextas?" Ele reformula o pedido.

"Hoje afinal é sexta-feira." Eu rolei os olhos e segui em direção a sala de Harry, onde passávamos pelo menos duas horas depois do meu horário na nossa discussão de caso semanal.

SUITS | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora