| Chapter 45 |

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Eu consegui ouvir os berros de Bear no quarto ao lado enquanto eu me arrumava para o último semestre na faculdade. Eu sabia que Ashley estava tentando ao máximo fazer com que um recém-nascido não atrapalhasse o fim da sua graduação, entretanto eu também tinha noção o quão difícil estava sendo cuidar do pequenino.

Abri a porta do quarto, que abafava consideravelmente os gritos da criança que, neste momento, ecoavam pela casa. Decidi não interromper o que fosse que minha melhor amiga tivesse fazendo no quarto na tentativa dele ficar mais calmo. Segui para a cozinha, buscando um café, mas eu fui interrompida no meio do caminho com uma chuva de leite morno e uma trombada com um muro.

"Isabelle!" A voz de Liam ecoou pelo apartamento e eu pude ouvir os passos apressados de Ashley vindo do quarto com Bear mais quieto no colo. "Me desculpe!" Ele falou rápido, pegando o paninho que estava pendurado no ombro desnudo e me entregou para tirar o excesso de leite que escorria pelo meu rosto.

"Tudo bem." Falei colocando no mesmo lugar e virando pera voltar ao meu quarto para tomar banho e me arrumar novamente. "Você, vai por uma camiseta, sem novos presentes nessa casa até o fim do semestre, por favor." Falei olhando rapidamente para Liam que ainda estava parado onde havíamos trombado. "Pelo menos o Bear parou de chorar." Eu caminhei sentido Ashley, acariciando a pontinha do nariz do meu afilhado que estava a mostra pelo amontoado de cobertor que ele estava enrolado. "Hey, fofinho, a madrinha checou se o seu leite estava morno, estava, papai vai fazer outro." Todos que estavam ali começaram a rir da situação, assustando Bear, que voltou a chorar. "Desculpa." Falei rápido, esgueirando sentido banheiro.

Eu tentava ao máximo não deixar minha amiga desconfortável, porque eu havia ouvido ela falar com Liam sobre como Bear ficava acordado durante a noite, algumas vezes chorando. Creio que tenha sido esse o motivo pelo qual Liam passou a ficar mais aqui no apartamento, apesar de Ashley sempre falar que ela conseguiria dar conta de tudo.

A manhã de segunda-feira poderia melhorar, todavia, o décimo semestre decidiu fazer a minha vida difícil. Fazia tempo que eu não me atrasava para a aula, já que o trabalho na Styles Advocacia me fez muito mais pontual do que eu realmente era. Todo o acontecimento da manhã fez eu perder a hora, e estar nesse momento correndo com um copo quase frio de café na Sullivan Street, pedindo para não me atrasar no primeiro dia do último semestre da graduação.

Eu conhecia a NYU como a palma da minha mão, mas as diversas pessoas no corredor faziam com que eu trombasse em várias, seguido de um pedido de desculpas as caretas feias que ficavam para trás. Abri a porta lentamente de cabeça baixa, sentando na primeira cadeira que eu vi, puxando meu notebook da bolsa.

"Como bem sabem, detesto que cheguem atrasados na minha aula. Vocês escolhem o horário de vocês, não obrigo ninguém a acordar cedo para estar aqui, o mínimo de respeito com quem chega no horário, e por esse motivo, a porta será trancada posterior as 08 horas e 30 minutos, em ponto." A voz ecoou na sala, me retirando dos devaneios e me botando frente a frente com o meu pior pesadelo, Sr. Reegan. "E eu não autorizo café na minha aula, Senhorita Turner. Está com falta pelo atraso." Seguiu até a porta, que eu havia entrado pouco antes e a trancou. "Quem não responder a chamada cinco vezes durante o semestre considere-se reprovado na minha matéria, e caso isso aconteça, não precisa frequentar as aulas e muito menos vir fazer as provas, como imagino que todos aqui tenham feito, pelo menos, um semestre comigo, creio que sabem disso também." Queria bater minha cabeça na parede por mil vezes até não conseguir mais.

Professor Reegan começou a falar o porquê de estar disciplinando uma matéria no último ano, mas, sinceramente, eu não aguentava nem olhar para aquele rosto murcho, quando mais prestar atenção no que ele falava. De repente, me via no sexto semestre, esperando apenas a nota mínima para passar.

SUITS | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora