| Chapter 31 |

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O caso de Maria me tomava um tempo precioso, que das vezes eu questionava se Harry ficaria bravo com a pequena quantidade de casos que eu desenvolvia por semana, mas ele nunca ficava, nas nossas discussões de sexta-feira, sempre dava espaço para eu falar sobre e como deveria ocorrer o próximo movimento e apesar de eu pedir para ele não me ajudar, no final ele sempre dava algumas dicas de como prosseguir.

Entrei com um pedido de retirada de segredo de justiça, para expor o tal do Andrew na segunda semana após descobrir o que realmente isso não vir a público, ele era um empresário famoso em Nova Iorque e por isso saía impune daquela situação, a justiça abraçou o estuprador. Me direcionava ao tribunal para julgarem meu pedido, encontraria Maria lá.

Além de mim e da minha cliente não haviam mulheres na sala, sem mesmo uma segurança, caso fosse necessário, e aquilo já me deixava extremamente desconfortável, discutir a vida de uma mulher com um homem não parecia justo, e não era.

"Senhorita Turner, espero que tenha motivos o suficiente para essa reunião valer a pena." O juiz sentou no púlpito, entrelaçou os dedos, apoiando mão na mesa a sua frente.

"Excelentíssimo, creio que o senhor deve ter lido meu requerimento e todas as cláusulas de porque eu gostaria de retirar o pedido de segredo de justiça." Levantei da cadeira onde eu estava, me direcionando para o centro da sala. "Quando o caso se iniciou o advogado vigente de senhor Spider requeris segredo para proteção de ambas as partes, entretanto eu e minha cliente estamos cientes e queremos revogar essa cláusula."

"Qual seu intuito com isso?" Ouvi o advogado falar da mesa ao lado a que era minha.

"Desculpe?" Ouvi com o cenho franzido. "Vossa senhoria, creio que não é seu momento de fala." Olhei para o juiz, esperando ele interromper o advogado de nome esquisito que defendia Andrew.

"Creio que você quer quebrar o sigilo para divulgar isso e prejudicar de alguma forma meu cliente, portanto eu falo." Indignada, olhei mais uma vez para o juiz.

"Falsas acusações cursam para processo, Vossa senhoria." Respondi, vendo que o juiz não iria interromper o homem.

"Silêncio." Bateu o martelo. "Senhorita Turner, exijo que você se porte conforme se exija dentro do meu tribunal." Arregalei os olhos.

"Desculpe?" Decidi relevar, pegar todo o material que eu havia impresso. "Se o senhor Spider e seu advogado têm certeza de que nada ocorreu duvido que seja problema aceitar meu pedido, Excelentíssimo." Entreguei uma das cópias para o juiz e a outra para o advogado. "Oitava cláusula, parágrafo cinco. 'Segue em segredo de justiça o caso perante o acordo entre ambos advogados.' Essa cláusula não é mais vigente, o antigo advogado não é mais presente e eu respondo pelo processo da minha cliente e, portanto, essa cláu-"

"Isso é um equívoco, senhorita Turner." O advogado se levantou novamente com o papel que eu havia entregue nas mãos, me interrompendo. "Essa cláusula rege até que tudo seja resolvido." Rolou algumas folhas e me olhou, com ar de superioridade. "Infelizmente, a NYU já formou advogados mais preparados." Abri a boca, não podia acreditar no que estava ouvindo.

"Ilustríssimo, creio que minha formação não tem interesse perante esse tribunal." Falei rolando as páginas até a cláusula que eu havia mencionado. "E o senhor deveria reler o que assinou há dois anos, porque em nenhum momento o processo deixa explícito até quando é vigente, e portanto segundo a lei, é vigente até que uma das partes não concorde." Olhei para o juiz, que possivelmente procurava qualquer indicio de eu estar errada. "Felizmente, a NYU me ensinou a escrever um processo e a ler ele muito bem."

"Senhorita Turner, mais uma vez que a senhorita desrespeitar o senhor Hooper, essa seção será interrompida e seu pedido negado." Abri a boca mais uma vez, sem poder falar nada.

SUITS | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora