- OLD FRIEND -

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POV: Camilla Argent/ Emily Cooper.

Estaciono em frente à escola e Elena olha uma última vez pro espelho do carro.

- Calma filha, você está linda. - Ela olha para mim com um olhar nervoso. - Agora vai lá e mostre como os Argent agem. - Ela abre um sorriso e me abraça.

- Obrigada mãe. - Ela sussurra no meu ouvido e abre a porta do carro, saindo do mesmo. - Tchau mãe.

- Tchau filhota, bom dia de aula. - Falo enquanto observo ela se distanciar. Ela parece perdida, eu penso em ajudá-la, mas ela tromba em um garoto que a ajuda. 

Suspiro aliviada e vejo ela entrar na escola. Pego meu celular e pesquiso "Clínica Veterinária de Beacon Hills" no GPS e sigo em direção ao caminho traçado. 

Estaciono o carro na área dos fundos do estabelecimento, observando atentamente o local e vejo que quase nada mudou.

Tirando o ar mais antigo, continua a mesma veterinária de quase vinte anos atrás.

Com um longo suspiro saio e tranco o carro indo em direção a entrada. Vejo a placa de fechado, mas não me importo muito e adentro o local. Ouço um sininho tocar quando abro a porta e vou até a bancada da recepção.

- Olá, tem alguém aqui? - Falo me apoiando na bancada do local

No momento em que pergunto vejo Deaton. Ele está mais velho e raspou o cabelo, usa um jaleco branco no qual está escrito Alan Deaton. Meu amigo me observa com um olhar desconfiado.

- Deaton sou eu. - Ele continua com cara de interrogação e eu não o culpo, já se passaram quase duas décadas. - Camilla Argent. 

No mesmo instante ele me reconheceu e abriu um sorriso. 

Que saudade desse sorriso.

 Ele abre a bancada e me abraça. 

- Cam, o que faz aqui? 

- Oi para você também. - Digo em um tom irônico, me separando do abraço. - Eu esperava um "Como vai?" ou "Que saudade".

- Seja qual foi o motivo da sua volta, significa que algo aconteceu. - Eu concordo com a cabeça e lhe mostro meus olhos azuis.

- Você é um lobisomem? - Fala confuso e ao mesmo tempo intrigado.

- Não deveria estar tão surpreso, você é um druida e trabalha com os Hale.

- O fato de você ser uma lobisomem não me impressiona, o que não entendo é como você está aqui. Sabe? Viva.

- Isso. - Dou uma breve pausa. - Você vai querer se sentar, é uma longa história.

Ele assente e começo a contar.

- Aconteceu à uns cinco anos atrás. Eu, o Chris e mais alguns caçadores estávamos em uma missão de reconhecimento para descobrir se realmente havia uma alcateia na cidade e se eram eles que estavam causando problemas onde morávamos. Quando chegamos lá foi uma emboscada, muitos se feriram, alguns acabaram morrendo. Em meio a confusão eu acabei fugindo, mas fiquei encurralada em um beco sem saída e foi aí que dois olhos vermelhos como sangue surgiram no meio da noite. Eu só conseguia ver sua silhueta, jurava que iria morrer ele estava se aproximando cada vez mais. Até que parou e vi apenas um sorriso medonho brotar no rosto da criatura que agora estava sumindo do meu campo de visão. Sinceramente pensei que o mesmo não quis me matar, mas logo vi que eu tinha uma mordida em meu braço. Quando voltei para casa tentei a todo custo encobrir o que havia acontecido, mas não funcionou, Thiago descobriu meu machucado e iria me matar. Foi então que em uma noite eu peguei Elena, um pouco de dinheiro e nossos documentos e nós duas fugimos. Eu encobri nossos rastros, causando um acidente com o carro, que "acidentalmente" explodiu e que não havíamos sobrevivido. Desde então vamos de cidade em cidade buscando por uma vida melhor e sem confusões. - Deaton presta atenção em cada palavra. - É basicamente isso, Thiago acha que estamos mortas e nós seguimos em frente.

- Nossa, eu não fazia ideia, mas me responde uma dúvida, essa Elena, é a sua filha, não é?

- É sim.- Respondi com um sorriso. - Deaton eu ainda não a contei sobre o pai e é um dos motivos do porque eu a trouxe para cá.  

- Cam, muita coisa aconteceu desde aquele dia. Houve um incêndio causado pela sua irmã, que matou quase todos os Hale's há uns sete anos. Rafael McCall não mora mais aqui e ele também tem um filho chamado Scott, um alfa genuíno. - Eu o interrompo. 

- Primeiro, desde que a Kate se tornou a favorita do Gerald, essa onda assassina não me surpreende e segundo... Você tá dizendo que o irmão da minha filha é um Alfa? Eu ouvi sobre ele, mas não fazia ideia de quem seria, muito menos que seria um parente da Elena. 

- Calma, saiba que ele é um bom garoto, mas Cam você precisa contar para ela.

- Eu sei, mas eu não sei como.

- Tem mais algumas coisas. A sua irmã foi morta pelo Peter Hale, como forma de vingança pelo que ela fez com a família dele e o Nemeton foi reativado pela alcateia do Scott.

Sinto o ar faltar nos meus pulmões. Kate pode ter mudado de uns anos para cá, mas ela era minha irmã, era uma das minhas melhores amigas... E agora ela estava mor...morta. Sinto lágrimas rolarem pelo meu rosto, minha visão embaça e apenas sinto Deaton me consolando em um abraço. Isso é reconfortante, mas logo eu me afasto, enxugo as lágrimas e volto à minha expressão autoritária.

- Voltando ao Nemeton, isso significa que os seres sobrenaturais serão atraídos para cá. - Eu paro por um momento e ligo os pontos. - Talvez seja por isso que saímos de Montana. Tudo estava perfeito, mas eu senti algo, uma sensação. Não sei bem explicar, era como se eu precisasse voltar.

- Exatamente. Isso irá acontecer com várias outras criaturas. Mas, você tem certeza que está bem? - Pergunto me olhando preocupado.

- Eu vou ficar. - Digo com um sorriso tímido. - Deaton, eu quero passar um tempo aqui. Eu consegui um emprego na escola, mas não quero me envolver no sobrenatural. Você teria alguma coisa para encobrir o meu cheiro? - Faço minha cara de cachorrinho pidão, igual fazia quando éramos mais jovens e queria alguma coisa. Acreditem ninguém resiste.

- Deixe me procurar. - Ele se dirige à uma sala com uma maca, algumas bancadas e armários. abre uma das vitrinas e tira alguns potes do mesmo. - Aqui tem algumas ervas que vão ajudar a diminuir o cheiro. - Diz me entregando um potinho de vidro. - É só carregar ele consigo que seu cheiro ficará igual ao de um humano. 

- Obrigada Deaton. - Digo lhe dando um abraço.

Ficamos conversando por mais algumas horas, eu o ajudei com alguns pacientes, igual fazíamos quando ele tinha aberto a clínica. Vejo pelo meu celular que já estava tarde e nos despedimos.   

Saio do estabelecimento e ligo o carro. Quando vou ligar o GPS, vejo que tem algumas chamadas perdidas e mensagens não lidas de Elena. Em uma delas está dizendo: "Mãe vc sabia que a ALLISON mora aqui!? Ou que o meu colega de turma é um ALFA?" "A propósito vou fazer um trabalho na casa de uma amiga.-"

 Vai ser uma longa noite. - Digo dirigindo em direção a minha casa. 




Uma Caçadora em Beacon HillsOnde histórias criam vida. Descubra agora