Seattle. Três anos antes.
- Mãe, vai, vamos ficar bem. - Tento despachar Camilla após a chegada de Josh.
- É melhor não fazer nada com ela, viu rapazinho. Senão vou te caçar até os confins do mundo. - Ameaça mamãe encarando ameaçadora para o menino. Fico surpresa por não ouvir um rosnado escapar de sua garganta.
- Ela só está brincando. - Digo tentando lhe tranquilizar enquanto mamãe se afastava.
- Não estou não. - Grita ela ao fundo.
- Mãe!
- Ela é engraçada. - Diz Josh com uma risada meiga.
- É. Hilária. - Digo irônica esperando até minha mãe estar longe o bastante para não nos ouvir.
- Ei Marie. - Josh chama o nome falso que estava usando atraindo minha atenção. - Não se preocupa, não levei pro pessoal o que ela falou, acho bacana que sua mãe seja superprotetora.
- Às vezes até demais. - Falo com um sorrisinho.
Ele sorri e eu me derreto com aquele sorriso. Josh era diferente dos outros garotos. Ele foi o primeiro que falou comigo quando entrei no colégio e embora eu não devesse criar relacionamentos, havia me apegado a ele.
Passeamos pelo parque de diversão, comemos algodão doce e em algum momento por volta do por-de-sol, meu celular vibrou com uma mensagem de minha mãe pedindo para eu a encontrar.
- Eu tenho que ir. Minha mãe tá me ligando. - Digo pronta para me despedir, quando Josh segura minha mão e me puxa para perto de si.
Sinto minhas bochechas corarem pela proximidade.
- Gostei muito de passar essa tarde com você, Marie.
- Eu-eu também, Josh. - Digo um pouco envergonhada com o rubor não-intencional.
- Se você quiser podemos passear de novo no próximo sábado.
- Sim! Quero dizer, sim, isso seria bacana. - Me xingo mentalmente por não conseguir controlar meu nervosismo, mas o rapaz apenas abre um sorriso diante de minha reação.
Nossos olhos se encontram por um instante e tenho quase certeza que minhas íris estavam no formato de corações.
- Deus! Eu quero tanto de beijar agora. - Afirma ele quebrando o contanto visual. Agora era sua de ficar corado.
- Pode beijar. - Digo espantada com a coragem que tive ao pronunciar aqueles palavras.
Ele se aproxima e nossos lábios se encontram num caloroso primeiro beijo. Sentia meus pés flutuando o som de fogos de artifícios estourando. Eu não queria que aquele momento acabasse.
***
Ouço o som do despertador tocando e amaldiçoo-o por acabar com aquela memória que tanto frequentava meus sonhos recentemente.
Levanto cansada devido aos acontecimentos do dia anterior. Não estava em Beacon Hills por mais de algumas semanas e já havia acontecido mais coisa do que em seis meses morando em Savannah.
Me encaro no espelho assustada com as olheiras embaixo de meus olhos. Vou rapidamente para o banheiro ajeitar aquela cara de zumbi e também já me arrumo para ir para escola.
Desço as escadas amarrando o All Star vermelho que usava quando encontro mamãe repleta de coisas de caçador espalhadas pela sala.
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Uma Caçadora em Beacon Hills
AdventureCamilla Argent já foi uma grande e destemível caçadora, seu nome causava arrepios àqueles cujo fossem sobrenaturais. Ela e seu irmã Kate já foram as filhas favoritas de seu pai, Gerald, acreditando em suas histórias como se fossem lendas e obedecend...