Capítulo 11

479 18 5
                                    

LUCAS SAMPAIO

A notícia de que eu seria pai me pegou totalmente de surpresa.

Mais eu nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. Eu era louco para ter filhos e Rebeca me presenteou com um. Depois da semana que tirei de folga tudo voltou ao normal, meu dia a dia voltou com tudo. Tenho um consultório particular em uma clinica no centro da cidade e faço plantões em um hospital. Mas não é qualquer hospital, foi lá que minhas gerações trabalhavam meu bisavô, meu avô, meu pai. Era quase uma herança. Eu realmente me dedicava a trabalhar lá, mais a minha vida não me permitiria mais. Eu não tinha tempo para mim, para minha família, para Rebeca. Eu precisava escolher, e então eu tive que deixar o hospital. Resolvi ficar só na clinica, assim teria mais tempo para acompanhar a gravidez da Rebeca e poder aproveitar essa nova etapa que iria se iniciar.

Eu levei a Rebeca para se consultar com a Ana, que é uma velha amiga. Eu não deixaria na mão de qualquer pessoa o meu filho. Quando eu ouvi seu coração batendo pela primeira vez, eu não me contive e chorei. Eu não sei descrever o que senti naquele momento, só agradeci mentalmente a Deus, pelo privilegio de me abençoar com um filho depois de tantos momentos ruins que já passei. E mais do que nunca eu estava tranquilo e sabia que Ana além de ser uma ótima obstetra é de muita confiança. Informei a ela sobre as dietas absurdas que Rebeca fazia e que frequentemente ela ficava ruim por causa disso. Obviamente, que Ana recomendou uma nutricionista e vários exames para saber o estado de saúde que Rebeca se encontra devido as suas manias de regime, desnecessários. Depois da consulta deixei Rebeca em seu apartamento e fui ao hospital pegar o resto das minhas coisas. Voltaria para jantar com ela e contar as minhas decisões.

Desde que resolvi seguir a minha vida e tentar me relacionar afetivamente com Rebeca, eu ficava muito em dúvida se realmente iria dar certo, pois não conseguia corresponder aos sentimentos dela por mim. Mais aos poucos tudo foi se transformando, eu de fato não a amo. Mais gosto de estar com ela, gosto de cuidar dela e do jeito que ela cuida de mim e me ama, posso dizer que aos poucos ela está conseguindo me ganhar de vez. Com a novidade de que teremos um filho, não faz mais sentido morarmos separados. Acho que esse era o empurrão que faltava para eu me decidir de vez, de que meu futuro é ao lado de Rebeca.

Rebeca já esta morando comigo há exatamente duas semanas. E tem sido dias bons, nós damos super bem em tudo, desde as escolhas do jantar até ao sexo, não há como negar o quanto ela é sedutora e sexy. Nesses últimos dias ela tem ficado de repouso, pois vem tendo muitas tonturas e enjoos. Ela se alimenta pouco e quase nem dorme. Isso vem me preocupando bastante. Tenho ficado ao seu lado sempre que posso, mais também preciso ficar na clinica. Na semana que vem iria leva-la para outra consulta com a Ana, para ela analisar os exames. Eu já havia dado uma olhada e fiquei mais preocupado ainda, só não queria deixa-la preocupada, então só a alertei.

As quartas-feiras na clinica são sempre movimentas e eu estava acabado de cansado, mais resolvi ir almoçar com Rebeca, pois ela sempre reclamava que almoçava sozinha. Tinha acabado de chegar em casa e estranhei, pois estava o maior silêncio. Fui até a cozinha ver se a dona Maura estava por lá preparando o almoço, mas a cozinha estava vazia e toda bagunçada. Chamei por ela enquanto dava uma olhada na área de serviço, mais ela também se encontrava vazia. Resolvi subir para ver com a Rebeca. Ao chegar ao quarto me deparei com Rebeca caída inconsciente, me desesperei e fui até ela. Rebeca estava gelada e branca, sua pulsação estava fraca. Sentei-me ao chão e coloquei a cabeça dela sobre minhas pernas e acariciei seu rosto.

- Meu Deus Rebeca, o que tá acontecendo com você? – Eu precisava me manter calmo.  

Peguei Rebeca nos braços e a coloquei na cama. Abri as janelas do quarto e sentei-me na cama, ao seu lado. Tirei as mechas do cabelo que cobria seu rosto e acariciei seu rosto. Comecei a examina-la e aos poucos ela estava acordando. Estava confusa e desorientada.

DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora