Capítulo 8

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LUCAS SAMPAIO

Abri meus olhos lentamente, pois estavam pesados e minha cabeça doía. Minha visão estava um pouco embaçada, mas aos poucos foi voltando ao normal. Ao abrir meus olhos totalmente, vi Rebeca enrolada no lençol dormindo profundamente. Assustei-me imediatamente, me sentei em minha cama, olhando para todos os lados buscando imagens na minha memória. Comecei a recordar da noite anterior. As lembranças da noite passada me fizeram volta para a realidade. A carta que ela mandou para Rebeca me fez acordar pra vida. Ela jamais voltaria, ela se quer jamais foi minha. Tudo não passou de puro teatro. Como eu pude me deixar enganar por uma vadia qualquer? Mais eu finalmente tive um sinal de vida dela, ela estava bem e feliz, e o pior, sem mim. Era o que eu precisava para me libertar daquela mulher.

Levantei-me e fui direto tomar um banho. Precisa relaxar e tirar toda a carga negativa. Minha vida iria mudar, eu estava decidido a recomeçar. Liguei o chuveiro e deixei a água correr por todo o meu corpo. Comecei a alinhar meus pensamentos e a decidir o que iria fazer. Volta e meia eu me pegava relembrando os momentos que tive junto a ela, aquela  mulher que me destruiu. Quem eu jamais queria ouvir o seu nome ser pronunciado e eu jamais me permitiria pronunciar. Eu estava firme da minha escolha, hoje definitivamente seria a última vez que eu lembraria dela. Apaguei de meus pensamentos a presença dela. E comecei a dar espaço para a noite que tive com Rebeca. Eu de fato não a amava e não sei se conseguiria amar algum dia. Mais não havia como negar, que ela era uma mulher atraente demais, uma mulher madura, responsável e acima de tudo leal e companheira. Tudo que um cara poderia querer. E quem sabe estava mais do que na hora de dar uma chance para ela, para nós.

Terminei meu banho e me vesti. Voltei para o quarto e Rebeca já estava vestida. Ela me olhou e sorriu, eu nunca tinha reparado mais ela sorria para mim de uma forma que era nítido seu sentimentos por mim. Minha cabeça estava uma loucura, eu sentia que deveria seguir, mas sentia também que seria um erro.

- Bom dia Rebeca. – Falei meio sem graça.

- Ótimo dia! Oh, ótimo mesmo. – Ela sorriu e mordeu seu lábio inferior.

- Nossa, és a primeira pessoa que eu conheço que acorda com bom humor. – Ri da animação dela.

- Depois da noite de ontem, não tem como não acordar feliz. – Ela se levantou e veio em minha direção, eu me afastei um pouco ao sentir sua respiração próxima a minha.

- Realmente foi boa. Mais precisamos conversar Rebeca. – Falei olhando em seus olhos. Eu precisava ser sincero.

- Olha Lucas, se você vir com aquele papo chato, não se de o trabalho nem de começar. Eu dispenso essa ladainha toda, dispenso todo o seu discurso sobre não querer se envolver, não querer nada com ninguém.  – Ela falou tudo rápido pegando sua bolsa e me dando as costas saindo do quarto.

- Espera Rebeca, calma. Eu só quero conversar, não vá assim. Fique! – Falei pegando em seu braço, fazendo-a olhar para mim. – Só escute o que eu tenho pra te falar e depois você decide. Ela me olhou e assentiu. – Olha, eu não quero magoar você, és muito especial e sabe disso. Mais eu preciso ser sincero com você. Eu não te amo. – Ela se afastou e vi lagrimas escorrendo por sua face. Me doeu, mais se eu quisesse começar algo com ela eu precisava ser honesto. – Calma, não chore. Por favor. – Falei me aproximando e secando seus lagrimas. – Mas eu quero tentar, eu quero recomeçar a minha vida. E pra ser franco, você é a pessoa certa. Você é mulher com quem eu quero reconstruir a minha vida, dar inicio a uma nova fase. Eu quero retribuir esse amor que você tem por mim, eu só preciso que você tenha paciência. Se você não quiser eu irei compreender. – Só eu terminei de falar e ela pulou em cima de mim me beijando.

- Você não tem ideia do quanto eu esperei por essas palavras. É claro que eu quero Lucas, eu amo você. Eu tenho amor pra nós dois. Eu vou fazer você me amar, eu vou te fazer o homem mais feliz do mundo. Você não irá se arrepender dessa chance que está dando para mim, para você. – Ela falou ofegante, após terminarmos o beijo. Mas logo em seguida voltou a me beijar. Nossas línguas brincavam uma com a outra. Era um beijo diferente, um beijo que selava a nossa parceria.

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