Capítulo 8

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Sofya

Olho pra cima vendo a irmã do Cameron parada na minha frente.
Ela estava no meio da minha sala. Estou sentada na frente da minha mesa revisando alguns contratos e do nada ela entrou com a cara emburrada.
– Sim, Dove?– perguntei erguendo uma sobrancelha já que ela não falava nada.
– Porque não atende minhas ligações?– brigou ela.
Adoro a família do Cameron. São todos gentis e incríveis! Mas Dove era uma garota que acabou de completar seus dezoito anos e estava nessa fase de jovens adultos e cismou que sou a melhor opção dela como exemplo. Não que eu esteja reclamando! Na verdade me senti bem elogiada com isso. Mas eu não esperava que esse papel me fizesse revirar shoppings em busca da roupa perfeita e ouvir sobre os caras com quem ela saiu.
Pego meu celular e me faço de surpresa ao ver as ligações perdidas.
– Desculpa, Dove! Eu juro que não vi– minto e ela parece acreditar se jogando na cadeira minha frente.
– Eu precisei de você! Meus pais disseram que tenho que arrumar um emprego já que não quero fazer faculdade. Mas não é que eu não quero! Eu só não sei o que fazer, você entende?– pergunta ela e só assinto com a cabeça– Pensei em fazer algo legal como moda ou fotografia mas então mudei de ideia e quis virar atriz mas nada parece ser o suficiente pra mim! Eu quero mais que isso! Quero conhecer o mundo e provar várias coisas e...– ela suspira frustada.
Falo monossílabas como "sim" e "Hum" enquanto ela desabafa.
Eu era assim com a idade dela?,penso distraída.
Acho que não. Sempre tive meu futuro traçado e na época eu estava muito ocupada em competições para a Bolshoi.
Levo a mão a boca escondendo um pequeno bocejo e passo quase uma hora escutando a Dove falar de seus problemas enquanto trabalho.
Olho as horas e vejo que está na hora da minha aula.
Me levanto fazendo a Dove me olhar.
– Sinto muito, mas tenho que ir agora. Mas porque não marcamos um almoço ou pra tomarmos um café?– falo sorriso afagando seus cabelos loiros– Quero muito te ajudar com todos esses... problemas?
– Você tem razão. Queria ser como você. Acho que assim meus pais sairiam do meu pé. Bom...a gente pode marcar pra tomar um café, mas pra isso você precisa atender meus telefonemas– fala ela suspirando ainda sentada enquanto caminho até a porta.
– Vou mandar minha secretária te ligar aí ela marca com você a hora e o dia certinho– falo antes de sair e ir pro elevador apressada.
Carol vem logo atrás me acompanhando.
– Bom, depois de toda essa demora com a garota..– ela começa a dizer mas interrompo.
– Ela é irmã do Cameron, Carol. Eu tinha que dar um pouco de atenção pra pequena.– falo cansada.
– Claro claro. Como eu ia dizendo. Depois dessa demora toda eu acabei adiando sua reunião com os diretores do novo clipe dos meninos do five stars... Mas você ter que ir num jantar de negócios para compensar.
– Remarca– falo saindo do elevador.
– Mas Sofya...
– Eu marquei com uma pessoa hoje– falo entrando na sala de dança vendo os meninos distraídos– Por que já não estão se alongando?! Vamos! Um , dois!
Mando e logo eles se assustam e me obedecem.
Suspiro e tiro meus sapatos entrando na sala.
– Mas Sofya! É um jantar importante! É seu nome e o da academia que está em jogo!– fala Carol entrando mas olho feio prós sapatos dela e logo ela os tira.
– Meninos treinem s coreografia da última música – falo ligando a música e volto minha atenção pra Carol que me olha desesperada– Eu sei que o certo é eu ir nesse jantar de negócios...mas eu preciso ir no compromisso que marquei.
– Bom, eu posso dizer que você não está se sentindo bem– diz ela dando o braço a torcer.
– Obrigada, Carol! Já disse que você é a melhor?– falo sorrindo aliviada.
Ela assente e se vira pra sair mas a chamo fazendo me olhar.
– Vou pedir um aumento para você!– falo fazendo ela sorrir e sair.

>>>

Noah

Olho para o restaurante que escolhi para trazer a Sofya. Depois da última noite sinto que as coisas estão indo pra frente. Savannah estava errada, sexo é a resposta! Porque entre mim e a Sofya é muito mais que sexo, é amor!
Sorrio bobo e vejo ela se sentar na minha frente parecendo séria.
Ela parecia inquieta. Não me olhava nos olhos e ficava remexendo no anel em seu dedo anelar...anel de noivado.
– Sofya, pedi seu prato favorito– falei sorrindo querendo quebrar o silêncio constrangedor.
– Não podemos fazer mais isso– fala ela derepente me encarando.
– Desculpe?– falei sem entender.
– Não é certo, Noah! Somos pessoas diferentes das que éramos antes!
– A gente pode se conhecer novamente...
– Estamos presos ao passado. Queremos arrumar algum que não vai voltar! Não podemos nos deixar dominar por isso!– fala ela rapidamente tentando achar as palavras pra explicar o que acontece dentro dela.
– Isso o que? Essa nossa paixão?! O que tem de errado a gente se amar?!– falei zangado.
– Não, Noah! Isso não é amor! Não pode...ser amor– fala ela desesperada.
Engolo em seco. É, sexo não vai resolver nossos problemas. – Não posso me prender ao passado, Noah! Você não imagina como foi... horrível– diz ela com dificuldade sem coragem para me olhar nos olhos– Cada dia que eu acordei e tive que...fingir! Fingir que estava tudo bem e que não estava abalada... devastada... destruída! Eu precisei seguir em frente sabendo que não passei de um... – ela toma fôlego antes de continuar me olhando com os olhos brilhantes pelas lágrimas que segurava– brinquedinho em suas mãos – sussurra por fim.
Fico em silêncio enquanto ela espera alguma reação minha.
Mas agora parece que a dor de cinco anos atrás voltou. Naquele dia no corredor da academia Now United Dance School. Onde ela me olhava devastada enquanto eu terminava tudo.
Cada palavra, uma facada em meu peito.
Pensei que só eu tinha saído distruido daquele corredor. Mas com ela foi bem pior. Porque ela não sabia a verdade. Ela acreditou em cada coisa que eu disse. E realmente acreditou que eu não a amava mais.
– Foi tudo uma mentira– falo baixinho.
– O que?– fala ela incrédula.
Engolo em seco enquanto decidindo que agora é a hora da verdade vir a tona.
– Eu fiz aquilo porque era o melhor. Eu não podia empatar sua vida, não podia te pedir para escolher entre mim e o seu sonho– falo sério com toda a calma do mundo.
– Co-como assim?– sussurra ela.
– Eu escolhi te dar um futuro mesmo que isso tirasse minha única felicidade– digo e tento pegar sua mão mas ela afasta e vejo a mágoa passar por seu olhar.– Mas eu tinha uma esperança! – falo desesperado– De que depois que tudo estivesse no lugar a gente se encontraria e então seríamos felizes pra sempre!– sorrio fraco– Nunca deixei de te amar, Sofya...
– Você não tinha esse direito– sussurra ela– Não tinha o direito de tomar essa decisão por mim! Eu te odiei por anos acreditando que nada foi real! – grita ela se levantando fazendo as pessoas nós olharem curiosas– Eu odiei a mim mesma! Porque me achava uma tola por acreditar que podia te mudar!
– Sofya eu sinto muito– falo me levantando.
– Não Noah! Não sinta! Porque eu não sinto! Eu era muito feliz acreditando nessa sua mentira!– diz apontando pro próprio peito.
– Mas não se pode viver numa mentira pra sempre!– falo seguindo ela pra fora do restaurante.
– Eu podia!– grita enquanto tenta chamar um táxi desesperada.
Pego sua mão fazendo ela se virar de frente pra mim.
Ela chorava. Os olhos cobertos de lágrimas, as bochechas brilhando com as pequenas gotas cristalinas de suas lágrimas.
– Eu sei que fiz burrada mas prometo consertar tudo isso– falo procurando por seus olhos.
– Eu vou casar– diz ela.
– Então que seja comigo! Se quiser te levo agora pra Las Vegas e casamos! Podemos fazer um casamento incrível! Do jeito que você quiser! – falo sorrindo sonhador com a ideia.
– Pensei que não gostasse de se prender a uma pessoa só– contra diz descrente com minhas palavras.
– Eu faço qualquer coisa por você, Sofya. Se quiser eu grito prós sete cantos do mundo o quanto te amo!
– Eu...tô confusa, Noah. As coisas mudaram. Não posso tomar uma decisão de uma hora pra outra– fala ela se soltando de minha mão.
– Promete pensar?– pergunto mordendo meus lábios.
Ela assente e isso me deixa mais aliviado. Deixo ela ir embora e vou pra casa.
Abro a porta do meu apartamento sendo recebido por Snoopy que pula animado balançando o rabo.
Pego ele escondendo meu rosto em seu pelo limpinho e com cheirinho de baunilha. Depois que adotei Snoopy levei ele no veterinário dando todas as vacinas e remédios que ele tinha que tomar e depois fui no petshop comprar as coisas pra ele e dar um banho porque ele tava fedendo.
Me jogo no sofá com o doguinho e faço cafuné em seu pelo.
– Tô com medo, Snoopy– falo mesmo sabendo que ele não vai me responder– Medo de ela não me escolher no final– sussurro.
Deito a cabeça no encosto do sofá e fecho meus olhos cansado.

Tiptoe Again - Nofya (2° temporada)/ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora