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Assim que entro em casa tiro meu salto e subo pro meu quarto guardando e volto pra pegar o Nicolas com o pai dele. Limpo a mão dele com a mão molhada e tiro a roupa dele toda e já troco a fralda dele e deixo ele dormindo só de fralda no quarto dele. Ligo a babá eletrônica e desço já vendo o Renato carregando as coisas pra cozinha. Olho no relógio e já são dez da noite. Daqui a pouco eu vou apagar e só amanhã...

Guardo as coisas ignorando a presença do Renato do meu lado.

— Maria Júlia, não vai falar nada? Disse que queria conversar aqui e está calada. - fala baixo enquanto me ajuda a separar os salgados pra mandar pra cada um.

— eu quero terminar e por obra do destino recebi uma proposta de cinco meses em São Paulo de muito trabalho. - falo calmamente.

Eu não iria jogar nada na cara dele agora, tudo tem sua hora certa.

— tá bom! - da de ombros fazendo meu coração acelerar vendo sua falta de interesse em relação a nós dois e ao que vivemos.

— o Nicolas vai comigo e você pode visitar ele quando quiser. - comento terminando de fechar a última vasilha e coloco etiquetas com os nomes de cada.

— só cinco meses né? Não quero perder nada da vida do Nicolas. Independente do que nos aconteça, ele é meu foco principal e não quero ficar longe dele muito tempo. - apenas assinto saindo de lá e vou buscar os presentes do meu bebê no bagageiro da caminhonete e com a ajuda dele deixo tudo no cantinho da sala para o próprio Nicolas abrir depois.

— apenas cinco meses. - resmungo me segurando pra não surtar e xingar ele de todos os nomes possíveis.

— tô indo, precisar de alguma coisa me liga que eu venho. Boa noite Maria Júlia. - sai de casa levando as vasilhas que separei pra cada e eu me jogo no sofá me sentindo exausta emocionalmente.

O bom de ficar sozinha em casa é poder chorar sem ninguém pra te atormentar.

Me encolho abraçando uma almofada e aproveito pra trancar a porta e ligo a televisão colocando alguma música baixinho e em meio ao choro pesado e a dor no peito eu mal notei que acabei dormindo no sofá mesmo...

Acordo assustada no dia seguinte já ouvido o choro alto do Nicolas pela casa e pela babá eletrônica. Levanto rápido e subo correndo e já entro no quarto do meu bebê que estava em pé segurando na grade do berço soluçando de tanto chorar, oque fez meu coração partir.

Pego ele com cuidado e coloco seu corpinho sobre o meu o abraçando com carinho enquanto canto algumas músicas que ele gosta e aos poucos ele vai parando de chorar e fica só soluçando ainda. Ele é muito sentido, qualquer coisa já deixa ele baqueado o dia todo. Ele deve ter achado que eu ou o pai dele esquecemos dele, já que sempre um acorda mais cedo e vai buscar ele no berço.

— mamãe tá aqui amor. Desculpa. - faço carinho nos cabelos dele e deixo um beijo na testa dele notando que ele está mais quente que o normal. — bebê, vamos tirar essa temperatura sua?

Vou na caixinha de socorros dele e pego o termômetro que comprei assim que comprei todo o enxoval e faço ele levantar o braço enquanto o distraio conversando com ele que fica conversando comigo na língua dele que eu não estava entendendo nada.

Vejo que o termômetro apita dando 38° de febre, oque me deixa em alerta.

Tiro a fralda dele que só tinha xixi e vou pro banheiro com ele e tiro meus acessórios pra não puxar e dou um banho morno nele e demorado pra abaixar a temperatura dele. E oque me surpreende é ele chorar durante o banho sendo que ele ama.

Tiro ele da banheira e volto pro quarto dele e visto a fralda novamente e decido deixar ele assim pra roupa nenhuma esquentar ele e fazer a febre subir.

tudo acontece por um motivo - Renato Garcia - EM PROCESSO DE CORREÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora