NOITCELFER | PJM • JJK [CONCLUÍDA]

A água tem memória

JEON JUNGKOOK

ㅡVocês se casaram? ㅡ Perguntou, me encarando enquanto eu negava com a cabeça. ㅡ Por que?

ㅡDeixe de ser curioso ㅡ Me virei, de costas para o Tapume.

ㅡVocê... ㅡPareceu receoso. ㅡ Você ainda gosta dele? ㅡ gelei com a pergunta, pelo simples motivo de não saber a resposta.

ㅡNão interessa ㅡ Desviei a conversa, mantendo minha pose.

ㅡAinda gosta... ㅡ suspirando alto antes de ficar de costas para proteção, assim como eu.

ㅡEu não disse...

ㅡSe não gostasse teria dito que não, e não mudado o assunto ㅡ Me lançou um olhar, batendo em meu ombro antes de sair, andando até a piscina.

ㅡO que voce acha disso? ㅡ Perguntei-lhe alto, fazendo o mesmo se virar para mim com um sorriso ingênuo no rosto. ㅡ O que acha de eu ainda gostar dele? ㅡ me desencostei do tapume.

ㅡA gente não controla o que sentimos por alguem ㅡ Sorriu pequeno, voltando a andar até a beira da piscina, onde se agachou para poder tocar seus dedos na água.

ㅡOnde aprendeu isso? ㅡ Perguntei-lhe, andando até sua direção.

ㅡA vida ensina algumas coisas pra gente...

No meio dessa conversa uma duvida gigante surgiu em minha mente.

ㅡ Tem medo da Morte, Jimin? ㅡ Perguntei, me sentando na ponta de uma espreguiçadeira.

ㅡ Antes sim, mas ai vocês chegaram e não a temo mais.

ㅡNao deveria ser o contrário? ㅡ Perguntei confuso.

ㅡAntes eu tinha medo de apenas deixar de ser alguém ㅡ Falou, se sentando em perna de Índio ㅡ Mas agora que eu sei que não vou apenas deixar de existir as coisas ficaram mais fáceis ㅡ Concluiu, fazendo desenhos imaginários na água.

ㅡMas você sabe que pode ser condenado a viver no Inferno agora que anda comigo e com os outros, não sabe? ㅡ Indaguei, ainda confuso.

ㅡPelo menos vou ser alguem ㅡDeu os ombros, cabisbaixo.

ㅡMesmo no Inferno? Lá as coisas não são como você pensa... São dez vezes piores ㅡ O alertei.

ㅡNão tenho nada a perder ㅡfalou baixo ㅡ A não ser, a vida. ㅡ Riu para si mesmo fazendo eu rir, negando com a cabeça.

ㅡQuer ver uma coisa? ㅡ Indaguei sugestivo, fazendo o garoto se virar para mim ainda duvidoso.

Me levantei, afastando-me das espreguiçadeiras. Cruzei as mãos frente as minhas coxas, tendo os olhos atentos de Park sob mim. Respirei fundo antes de abrir minhas asas, eram grandes, fortes, e carregavam um brilho surreal por conta de suas penagens brancas.