Capítulo IX - Adam

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Passaram-se duas semanas desde aquele sábado na boate e eu nunca mais vi Sophie. O que não fazia tanta diferença, já que continuei pintando o quadro e pensava nela cada segundo do dia. Ela tinha proporções áureas, uma perfeição, o meu número de ouro. A imagem era viva na minha mente. Era o suficiente para concluir a tela. O que eu achava injusto, já que a minha musa inspiradora devolveu cada centavo.

Eu estava um tanto quanto tenso, pois teria um jantar com os árabes de Dubai para a conclusão do processo de compra dos prédios. Tudo tinha que sair perfeito. A equipe passou meses empenhada nesse empreendimento.

Não quis saber de café, desci logo para a garagem, queria fazer uma coisa antes de ir para o escritório.

— Bom dia, Sr. Collins!

— Bom dia, Hamilton.

— Wall Street, senhor?

— Não. Primeiro faremos um pequeno desvio. Ainda se lembra de onde vive a senhorita Sophie?

— Claro que sim, senhor. Seguimos para lá?

— Sim, mas não pare na porta, fique numa distância discreta — Hamilton apenas me olhou pelo retrovisor e confirmou com a cabeça que entendera as ordens.

Algum tempo depois estacionamos.

— Senhor Collins, o prédio da senhorita Sophie é aquele de tijolos aparentes, na esquina daquela rua sem saída — apontou para o local.

— Ficarei por alguns minutos e seguiremos para o escritório.

— Perfeitamente, senhor.

No entanto, olhei para o prédio por duas horas, queria muito ver aquela mulher outra vez. Eram quase dez da manhã quando resolvi dizer ao Hamilton que podíamos seguir, mas vi o que mais queria em todos esses dias. Sophie saindo pela porta do prédio. Linda.

Mas que merda aquela garota tinha na cabeça? Em pleno dezembro sair para correr com um top? Ela congelaria. Coloquei a mão na porta do carro para abrir e falar com ela, o impulso foi grande. No entanto, eu precisava me controlar. Me segurei e a vi partir para bem longe.

Então, segui para o escritório.

Chegamos à entrada do Edifício Liberty, a empresa ocupava os dois últimos andares de um dos prédios mais imponentes da Wall Street. Não fazia sentido ir trabalhar quando a minha cabeça não estava no trabalho.

Passei pelas portas giratórias de vidro espelhado e fui direto para o elevador privativo

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Passei pelas portas giratórias de vidro espelhado e fui direto para o elevador privativo. Inseri o cartão e apertei o último andar. Não estava com cabeça para falar com ninguém, muito menos tomar decisões. Ficaria trancado na sala.

— Bom dia, senhorita Trevillan. Não passe ligações, cancele as reuniões e peça ao Sr. Smith para finalizar os preparativos relacionados à chegada dos árabes. Confirme a minha presença apenas para o jantar — disse, enquanto caminhava até a porta da minha sala.

De repente o destino - Livro 1 - Trilogia De Repente - (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora