O dia se arrastou. Estava com a cabeça no mundo da lua, aliás, no mundo de Sophie. Aquela visita me desestabilizou. Como uma mulher que eu quase não conhecia podia fazer aquilo comigo? Nem mesmo a Carrie me enlouqueceu de tal forma.
Ainda sentia o cheiro dela na minha sala, o sabor da boca e o toque da pele nas pontas dos meus dedos. Ela entrou de tal forma na minha cabeça e na minha corrente sanguínea, que era inútil tentar arrancá-la.
Pensava o tempo todo em um milhão de formas de fazer Sophie gozar e me querer. Eu não me reconhecia mais.
O telefone tocou:
— Sim.
— Sr. Collins, o Sr. Smith na linha dois.
— Obrigado.
O que o Nick queria comigo?
— Nick?
— Adam, que bom que consegui falar com você antes de embarcar.
— Aconteceu algo?
— Não. Mas tenho receio de que aconteça durante a minha ausência. Por favor, escute o bom senso que ainda existe dentro dessa sua cabeça grande e não procure mais aquela moça.
— Meu amigo, preocupe-se apenas em agradar os árabes.
— Adam, é sério o que estou falando. Não se meta em problemas, principalmente durante as próximas semanas, porque não estarei aqui.
— É verdade... Será a primeira vez, desde a adolescência, que passaremos o natal e réveillon separados.
— Venha para Dubai comigo.
— Não. Você resolve tudo melhor sem mim. Na verdade, normalmente eu atrapalho. A minha parte se encerra nas negociações, você cuida bem demais do resto para eu me meter. Estive pensando, vai transar com algumas dançarinas de dança do ventre, hein?
— Que nada. Estou levando uma gata que conheci na boate. Espero que não se incomode. Ela vai por minha conta.
— Ainda está saindo com aquela mulher? Isso é novidade.
— Estou sim, ela é gostosa e doida demais, do jeitinho que eu curto.
— E topou assim, sem mais nem menos, viajar para um país desconhecido com você? Que mulher doida — dei risada da situação.
— Não sou nenhum tipo de maníaco e estamos nos vendo quase todos os dias. Tudo bem que não a conheço o suficiente, mas ela faz o que eu curto. E não vou me casar com ela, apenas trepar até cansar.
— Você não presta. Depois fala de mim. Divirta-se e faça uma boa viagem. Vamos nos falando.
— E você se comporte. Os contatos do hotel e do escritório em Dubai já estão na agenda do seu celular, pedi a Rose para colocar.
Decidi ir ao Shades in Red. Não aguentava mais. Estava com uma ereção insuportável, só pensando naquele corpo, nos gemidos que faz quando estou dentro dela e no cheiro de baunilha que tem.
***
Pedi a reserva para a mesa de costume, ao lado do piano. Jantei por lá mesmo e Jeff já estava trazendo a costumeira dose de Gim-tônica. Em minutos Sophie entraria no palco. Estava ansioso e impaciente.
A iluminação foi reduzida e, para a minha surpresa, o foco de luz foi para o piano. E veio a minha musa: batom vermelho, blusa de tecido fininho, que dava para ver o seio na penumbra. Faziam parte do conjunto uma calcinha vermelha e um sapato de salto altíssimo.
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De repente o destino - Livro 1 - Trilogia De Repente - (Degustação)
Chick-LitQuando as luzes caem sobre o palco do Shades in Red, no coração de Nova York, qualquer desejo pode ser realizado. Entre os movimentos insinuantes da dança, ou nos corpos nus que aparecem quando as peças de roupa são descartadas, qualquer cliente da...