Capítulo XI - Adam

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O dia se arrastou. Estava com a cabeça no mundo da lua, aliás, no mundo de Sophie. Aquela visita me desestabilizou. Como uma mulher que eu quase não conhecia podia fazer aquilo comigo? Nem mesmo a Carrie me enlouqueceu de tal forma.

Ainda sentia o cheiro dela na minha sala, o sabor da boca e o toque da pele nas pontas dos meus dedos. Ela entrou de tal forma na minha cabeça e na minha corrente sanguínea, que era inútil tentar arrancá-la.

Pensava o tempo todo em um milhão de formas de fazer Sophie gozar e me querer. Eu não me reconhecia mais.

O telefone tocou:

— Sim.

— Sr. Collins, o Sr. Smith na linha dois.

— Obrigado.

O que o Nick queria comigo?

— Nick?

— Adam, que bom que consegui falar com você antes de embarcar.

— Aconteceu algo?

— Não. Mas tenho receio de que aconteça durante a minha ausência. Por favor, escute o bom senso que ainda existe dentro dessa sua cabeça grande e não procure mais aquela moça.

— Meu amigo, preocupe-se apenas em agradar os árabes.

— Adam, é sério o que estou falando. Não se meta em problemas, principalmente durante as próximas semanas, porque não estarei aqui.

— É verdade... Será a primeira vez, desde a adolescência, que passaremos o natal e réveillon separados.

— Venha para Dubai comigo.

— Não. Você resolve tudo melhor sem mim. Na verdade, normalmente eu atrapalho. A minha parte se encerra nas negociações, você cuida bem demais do resto para eu me meter. Estive pensando, vai transar com algumas dançarinas de dança do ventre, hein?

— Que nada. Estou levando uma gata que conheci na boate. Espero que não se incomode. Ela vai por minha conta.

— Ainda está saindo com aquela mulher? Isso é novidade.

— Estou sim, ela é gostosa e doida demais, do jeitinho que eu curto.

— E topou assim, sem mais nem menos, viajar para um país desconhecido com você? Que mulher doida — dei risada da situação.

— Não sou nenhum tipo de maníaco e estamos nos vendo quase todos os dias. Tudo bem que não a conheço o suficiente, mas ela faz o que eu curto. E não vou me casar com ela, apenas trepar até cansar.

— Você não presta. Depois fala de mim. Divirta-se e faça uma boa viagem. Vamos nos falando.

— E você se comporte. Os contatos do hotel e do escritório em Dubai já estão na agenda do seu celular, pedi a Rose para colocar.

Decidi ir ao Shades in Red. Não aguentava mais. Estava com uma ereção insuportável, só pensando naquele corpo, nos gemidos que faz quando estou dentro dela e no cheiro de baunilha que tem.

***

Pedi a reserva para a mesa de costume, ao lado do piano. Jantei por lá mesmo e Jeff já estava trazendo a costumeira dose de Gim-tônica. Em minutos Sophie entraria no palco. Estava ansioso e impaciente.

A iluminação foi reduzida e, para a minha surpresa, o foco de luz foi para o piano. E veio a minha musa: batom vermelho, blusa de tecido fininho, que dava para ver o seio na penumbra. Faziam parte do conjunto uma calcinha vermelha e um sapato de salto altíssimo.

De repente o destino - Livro 1 - Trilogia De Repente - (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora