Capítulo 13

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~Você poderia parar de mentir pra se mesma e admitir que tem uma queda pelo pai do seu aluno, seria bom pra todo mundo. ~Lexie a aconcelhou. Meredith levantou os olhos casados da tela do computador pra encarar a irmã jogada em cima da sua cama segurado uma revista. A loira suspirou e revirou os olhos, ela estava cansada demais pra ter mais uma de suas discusões sem sentido com a irmã.~Só estou dizendo que...

~Será que não tem nada na sua vida de interessante acontecendo?

~ Não exatamente, minha melhor amiga tá gravida, minha outra melhor amiga tá se mudando pra o outro lado do pais, sua paixonite pelo doutor Bonitão é menos deprimente e muito mais divertido que qualquer outra coisa. Ah será que ele tem um irmão?~Meredith fechou o computador com muita força antes de encarar Lexie.~ Você não parece em um dia legal.

~E eu realmente não estou. Eu vou dar uma volta. ~Ela passou pela porta do quarto tão rápido que Lexie nem tinha piscado.

Existia um pequeno espaço no térreo do prédio, na frente da garagem, era horrivel, mas bom o suficiente pra respirar um pouco. O tempo estava nublado, iria chover em breve mas isso não espantou Meredith. A loira fechou os olhos e suspirou, o ar de Seattle. Ela gostava dali, do clima e da estabilidade. Talvez ela gostava de poder ficar em um lugar por um tempo não  determinado.
Esse era o seu lugar, o lugar  onde ela podia ser ela mesma,  sem ninguém dizendo:

"Ajeita essa postura Meredith!"

" Não corra desse jeito Meredith!"

" Por Deus Meredith, sente de pernas fechadas isso é  um lugar importante!"

Só de pensar isso sua cabeça já doía. Ela tinha ido embora se Washington, fazia o que? Dois meses? E estava se dando bem, seu emprego era bom, seus alunos gostavam dela, tinha um carro, um apartamento legal. Tinha Derek e Henry.

Não.

Ela não tinha Derek e Henry.

Eles faziam sim parte da sua vida mas não eram seus, como Lexie era. De onde diabos isso veio? Como ela pode pensar que eles eram dela de alguma forma?
Inferno, quanto mais ela pensava Com mais dor de cabeça ficava.

Ela tinha falado com o pai pela manhã. Tinha dito tudo que tinha acontecido nos últimos dois meses, sobre o trabalho, o apartamento,a vizinhança. Mas seu coração quebrou quando Thatcher apenas disse:" fico feliz por você anjinho, mas ainda sinto sua falta"
Ela sentia falta dele, dos abraços compartilhados sem nenhum motivo, dele  sempre mentindo por ela pra Ellis não ficar uma fera, dos momentos próximo a lareira que eles trocavam falando sobre clássicos literários. Agora, só trocavam poucos minutos no telefone, repetindo as mesmas coisas em cada ligação. Era horrível. Não ter quem você ama por perto, mas era necessário.

Definvamente deixar seu pai em Washington foi o pior de toda essa mudança, isso não quer dizer que não sentia falta da mãe. Ela sentia falta de Ellis, mas não aquela falta que doía no peito. Ela queria poder voltar e ser o que queria ser e tê-los próximo de si, mas a cabeça dura e teimosa da mãe não aceitava isso.

Em meio de seus muitos pensamentos  ela sentiu um pingo de água cair na sua testa. Estava chovendo. Estava chovendo em Seattle, que novidade!
Ela sorriu com aquilo, para a chuva não tão forte no final da tarde, sentir molhando seus cabelos loiros era o que ela precisava pra liberar essa tensão avassaladora. Não era um bom dia pra ela, ela estava muito sensível hoje e odiava isso.
Ela abriu os braços gargalhando forte quando a chuva começou a apertar. Como amava essa sensação, de...
De que exatamente?

De liberdade.

Sim, de ser dona do seu próprio caminho.

De poder escrever sua própria história.  Era bom isso.

~Desse jeito você vai acabar pegando uma pneumonia.

Seu corpo gelou. Inferno! Ela suspirou ainda sorrindo levemente se virando pra ele. Droga!Ele tinha que ser tão lindo? Encostado na coluna da garagem, com aquela maldita jaqueta de couro, segurando desleixadamente seu jaleco e estetoscópio, a olhando com aqueles olhos azuis enigmáticos. Aqueles malditos olhos, como podiam ser tão azuis? Tão sinceros e perfeitos?

~ A gente pensa nisso depois.~Ela mordeu o lábio sorridente. Fechando os olhos e levantando  s cabeça pro céu.

Ela estava linda. Foi isso ele conseguiu pensar, cabelos molhados, sua calça Jeans grudada em seu corpo, Inferno!,A droga da blusa de algodão que mostrava nitidamente seus mamilos erétos, seu sorriso brilhante e sua alegria. Ele estava adorando isso.

~ Você parece uma criança.~ Ele riu observando ela rodar no meio da chuva.

~As vezes precisamos ser uma. Vem aqui, você vai gostar.~ Ele hesitou inicialmente, sentindo seu corpo meio travado. Mas cedeu, vendo ela parecer tão feliz. Ele colocou sua jaqueta e seus objetos em cima do capô do seu carro e caminhou até ela.

O moreno se encolheu um pouco, sentindo a água gelada na sua pele. Ele bagunçou um pouco o cabelo já molhado ainda olhando a loira dançar na chuva. Ela estava deslumbrante. Ele queria perguntar. Será que perguntava?Ele ia perguntar... precisava.

~ Janta comigo?~ Ela o encarou quase imediatamente.

~ O que?~Ele demorou um pouco mais pra responder.

~ Jantar... É que e-eu sempre faço o jantar nos sábados e eu pensei que... mas esquece é  uma ideia  idiota e...

~ Sim.~ Ela respondeu somente.

~Sim é  uma ideia idiota ou sim eu janto com você?~ Ela riu do jeito desajeitado e fofo dele.

~Sim eu janto com você.~ Ela falou especificando.~ Mas só se Henry estiver lá.~ Derek sorriu.

~ Ele sempre está.

A ProfessoraOnde histórias criam vida. Descubra agora