A selecionada

Capítulo Nove

Estava observando Alicia Medeiros em um encontro marcado com o Osten, eles formam um lindo casal, típico de revistas e catálogos, a autoconfiança dela é de impressionar qualquer um, eles estavam jogando damas, aparentemente ele é péssimo nesse jogo.

-O que faz aqui sozinha Ayly?- Lira se aproximou

-Observando, ele parece feliz com ela não acha?

-Eles parecem estar se divertindo bastante juntos.

-Parecem...-Revirei meus olhos e levantei devagar do banco.

-Ele não teve nenhum contato com você nos últimos dias.

-Acho que serei umas das próximas a ser retirada da seleção.

-Não fale assim, acho difícil, apesar que ele tem evitado contato visual com você...

-Faz parte, ei sabe me dizer se as selecionadas podem andar a cavalo sem companhia?

-Acho que sim, tente perguntar ao Julian, ele é o treinador dos cadetes, sem a permissão dele acho difícil você conseguir.

-Bem, o não eu já tenho, eu vou atrás do sim.

-Admiro a sua força de vontade.

-Eu só quero me sentir livre de novo... Eu vou lá! -Sai a passos rápidos pelos corredores, me perdi em muitos deles na verdade, perdi as contas de quantos guardas eu tive que parar para perguntar aonde ficava o estábulo.

Pelo menos me deu tempo para pensar, já se passaram dias desde a última vez que Osten e eu conversamos, desde aquele momento com ele, meu coração acelera só de lembrar dele tão próximo de mim, suas mãos pelas minhas costas, seus olhos fixados nós meus, desde então ele tem me ignorado, como se eu não existisse, aparentemente eu não fui a única que reparei que ele tem evitado olhar para mim durante as duas semanas que se passou, eu não consigo entender, eu pude sentir ele se entregando a mim, pude sentir seu corpo chamando o meu nome, mas mesmo assim ele finge que eu não existo, sinceramente eu estou cansada dessa situação.

-Ei garota! O gato comeu sua língua?-Ergui o olhar até um homem alto com uma cicatriz que ia de um de seus olhos até o lábio inferior da parte oposto do olho.

-Desculpe senhor, eu estou procurando o treinador Julian, sabe onde posso encontrá-lo?

-Está falando com ele! O que quer comigo senhorita?

-Gostaria da sua permissão para poder cavalgar nos limites do palácio.

-Ouviram meninos? A garotinha quer brincar, a senhorita sabe andar sozinha?

-Sei sim senhor, meus pais me ensinaram.

-Pois bem, fique longe do Morgan bege claro, ele é do rei Maxon só os tratadores tem permissão para tocar nele, vem eu te acompanho até lá, o resto de vocês continuem treinando.

Andamos em silêncio desconfortável era estranho mas na presença dele me sentia levemente enjoada, uma sensação que eu decidi ignorar afinal nós não estávamos muito longe de um campo a céu aberto, era o campo onde os cavalos estão sendo treinados, observei o longo campo com grama verde e vários obstáculos até que avistei um Mustang puro sangue, ele estava amarrado ao um tronco em uma área mais afastada do resto, ele estava caído no chão quase morto, pelo que me pareceu ele não estava sendo alimentado a dias.

-O que aconteceu com ele?

-Ele é um puro sangue selvagem, indomável, por isso está ali, não vai ser alimentado até que seja domado.

-Isso é cruel! Ele é apenas um animal livre, selvagem que nunca precisou ser domado!

-O que a senhorita sugere? Todos os meus homens tentaram e nenhum conseguiu subir nele.