2. Se apaixonar é uma droga

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 Capítulo revisado e ainda não betado

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"Rain rain go away

Come again another day

All the world is waiting for the sun"

(Rain - Breaking Benjamin)



— Itadori?

Seu amigo, sempre tão irritantemente barulhento, agora estava muito quieto. Era como se, pela primeira vez, não soubesse o que dizer. Seu rosto estava tão avermelhado que parecia se camuflar com seu cabelo tingido de rosa.

Megumi não sabia o muito bem que pensar. Quando havia se sentado sobre aquela sombra fresquinha em algum momento daquela tarde, não imaginava que iria acabar dormindo. Muito menos que iria acordar e sentir o calor de uma mão sobre a sua. Nem mesmo que o dono dessa mão quentinha seria Yuji, que parecia a ponto de ter um colapso nesse momento.

Na cabeça do moreno se repetiam algumas informações destoadas e desconexas. "Não pode ser verdade" era uma frase que gritava em sua mente, em letras garrafais, quase escrita em neon, contraponto aquela sensação de esperança que queria a todo custo dominar o ambiente excepcionalmente conturbado. Seu coração batia tão forte que doía. Seria possível que...?

Apesar disso tudo, esse garoto poderia ganhar um prêmio de atuação, já que o outro nem se dava conta de tudo o que acontecia em seu interior. Soma-se a isso o fato dele estar no mesmo estado, porém sem conseguir disfarçar, e aqui estava o resultado.

Seus rostos já estavam próximos, mas Megumi se aproximou um pouquinho mais, sondando a expressão do amigo como se tentasse ler o que este pensava. Itadori, que a essa altura já estava mais vermelho que nunca, desviou os olhos. Parecendo finalmente se lembrar que suas mãos ainda estavam conectadas, as afastou rapidamente, distanciando também seus rostos.

— Fu-Fushiguro! Você tem um sono pesado! Sentei do seu lado e quase cochilei também, haha. — Riu, sem graça, sentando-se com as costas mais retas e esticando os braços como se tentasse disfarçar seu nervosismo. Ou melhor, era exatamente o que ele estava tentando fazer.

— Moleque medroso... por que não bei-

— Eu não te chamei aqui Sukuna!! — Itadori deu um tapa forte no rosto, onde havia aparecido a boca da maldição. — Eu... esqueci que tenho uma coisa importante pra fazer. A gente se vê depois, Fushiguro!

E, sem nem deixar mais ninguém falar qualquer outra coisa, se levantou e seguiu em direção aos dormitórios, quase correndo, deixando um silêncio pesado, confuso, e solitário atrás de si.

Megumi sentia seu rosto quente, sem saber o que concluir depois de tudo isso. Sua mente ainda trabalhava devagar demais, como se as engrenagens estivessem enferrujadas. Na verdade, parecia ser quase óbvio o que ele teria a concluir, mas não conseguia acreditar. Sua cabeça doía. Por fim, se levantou calmamente (ou nem tanto assim) e também foi em direção aos dormitórios. Talvez um banho o ajudasse a pensar.

. . .

Mais tarde, de volta em seu quarto e depois de seu ritual de limpeza com a água quente (normalmente relaxante) para acalmar os nervos, o moreno estava deitado em sua cama, pensando sobre acontecimentos de muito antes daquela tarde.

Havia algo que ele escondia, lá nas profundezas de seu ser, já tinha algum tempo e talvez sua amiga Kugisaki fosse a única que soubesse (ou alguém que fosse muito observador e percebesse os olhares dele que insistiam em se fixar no amigo irritante): Megumi estava apaixonado.

Electric Love (em processo de reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora