3. É um contentamento descontente...

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 Capítulo revisado e ainda não betado

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"Candy, she's sweet like candy in my veins

Baby, I'm dying for another taste..."

(Electric Love - Børns)


Já era a terceira vez que Itadori ajeitava seu uniforme, em frente ao espelho. Estava nervoso, ansioso e um pouco eufórico, afinal sentia um pouco de medo de ter feito besteira. Na noite anterior, havia beijado seu amigo e vizinho de porta e logo depois sentiu ímpetos de sair correndo dali. E de fato, foi praticamente o que ele fez, entrando rapidamente em seu quarto querendo se socar muito por ter agido por impulso. Mas tinha sido tão bom...

Suspirou, nervoso, ajeitando agora seu cabelo, mais uma vez.

— Pare de enrolar e vai logo se enroscar naquele corpo gostoso que eu sei que você quer...

— Cala a boca, Sukuna! — O garoto disparou, fechando a expressão temporariamente.

Rindo com satisfação, a maldição sumiu do rosto do jovem, o deixando apenas vermelho. Esse cara...

Yuji, então, saiu de frente ao espelho e parou, com a mão na maçaneta e respirando fundo. Tinha levantado da cama mais cedo que o normal nessa manhã, já que ansiava por começar logo esse próximo dia. Principalmente, estava doido para ver o alvo de sua ansiedade logo e descobrir o que viria a acontecer a seguir. Definitivamente, não tinha mais como fugir, nem adiar qualquer conversa. O que era um alívio, já que estava cansado disso e também dessa situação.

Finalmente, saiu de seu quarto, parando timidamente de frente para a porta vizinha, aguardando encostado na parede do outro lado, com as mãos nervosas nos bolsos.

Pouco tempo depois, a porta de Megumi se abriu, revelando o garoto de cabelos espetadinhos, que estava sempre sério. Na concepção do outro, ele estava ainda mais bonito hoje, naquele uniforme perfeitinho de sempre. Ai, droga, quero tanto beijar ele de novo, pensava.

Logo que os olhares se encontraram, ambos sentiram seus rostos levemente quentes e um percebeu o leve tom rosado nas bochechas do outro. Estavam os dois nervosos e eles dois tinham conhecimento disso. E talvez saber disso tenha acalmado um pouco nosso pequeno raio de sol, que soltou seu sorriso mais radiante.

— Bom dia, Fushiguro! — Disse animadamente.

— Bom dia. — Megumi respondeu. Sem rispidez, apenas sério, como sempre. E, principalmente, sem saber muito bem o que dizer.

Ele não conseguia acreditar em como havia perdido a capacidade de agir como sempre, depois do acontecido na noite anterior. Não conseguia mais encontrar o equilíbrio em suas ações, se vendo obrigado a ser tomado por suas emoções. Sentia vontade de abraçar o outro e juntar seus lábios de novo, mas apenas ficou ali, parado, olhando para aquele sorriso lindo.

Itadori se aproximou, também ansioso para sentir o gosto do outro garoto de novo, mas não o fez. Ao invés disso, chegou perto cautelosamente e encostou seus dedos agitados nos dedos suaves do moreno em um quase segurar de mãos tímido.

— Desculpa ter fugido ontem. Eu... — Começou, então, a dizer. Ainda hesitante. O sorriso morno foi substituído por uma expressão levemente aflita. Manteve seus olhares conectados, atento a tudo o que aquele azul escuro indefinido lhe dizia. Respirou fundo e continuou a falar, tentando se lembrar das palavras que havia ensaiado tantas vezes depois daquela conversa com seu sensei naquele dia, mas que tinham morrido em sua garganta na noite anterior. — Eu senti medo. Nunca sei o que você está pensando e isso me deixa nervoso. Agora mesmo, ainda não sei. Sinceramente eu ainda tô assustado, mas não posso mais esconder de você o que sinto, depois de ontem. Fushiguro, eu gosto de você. Não igual um amigo, mas... igual na-...

Electric Love (em processo de reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora