8. Sol e gelo também queimam

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Capítulo revisado e ainda não betado

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"But I'm frozen in the darkness

You're a burning cabaret"

(Turn Me On - The Fray)


Fushiguro se sentia extremamente irritado. Havia sentido o olhar do namorado sobre ele durante uma parte da manhã - quando não estava concentrado demais no que fazia para notar - mas principalmente durante a hora do almoço. Mas por que isso o irritava? Porque tinha um certo fogo naquele olhar que chegava até ele como se fosse uma provocação, mesmo sabendo que não era. Porque era um olhar cheio de desejo contido, que parecia acompanhar todos os seus movimentos, atentos aos mínimos detalhes e ele não sabia como reagir a isso.

E porque aquele olhar intenso do seu namorado o deixava com vontade de o beijar ali mesmo, sem se importar com quem estava por perto ou onde estavam. O beijar como se não precisassem respirar e deitar seus corpos por cima daquela maldita mesa do refeitório, se entrelaçando em meio a carícias desmedidas, ambos entrando em combustão. Fushiguro estava irritado porque esses olhares quase o faziam perder o controle sobre suas atitudes, sempre calmas e racionais.

Depois do almoço, durante o treino, conseguiu se concentrar melhor enquanto treinava sinais novos com as mãos e logo depois, resolveu se alongar um pouco para depois treinar também sua resistência física. Esticar seu corpo era relaxante, algo calmo que combinava com seu eu de sempre. Quase se esqueceu que tinha alguém ali ao seu lado, treinando também.

Até que, em um dado momento, quando abriu suas pálpebras relaxadas, olhar se cruzou com o do namorado. E rapidamente aquele jovem distraído foi atingido e caiu, para a surpresa dos outros que estavam ali, com o rosto no chão. Megumi ficou observando calado enquanto Itadori virava de barriga para cima, com as mãos cobrindo o rosto. Mas não era seu rosto ou suas mãos que chamavam a atenção dos olhos astutos. Por alguns segundos suas pernas estavam meio dobradas, mas sua calça esticada marcou algo que não era para estar acordado, nem tão animado assim no presente momento. Isso, logo antes dele as dobrar completamente. O moreno sentiu seu próprio rosto ficando quente com a descoberta, não podendo deixar de acompanhar com o olhar quando Yuji se levantou apressado e quase fugiu para os dormitórios. Droga de namorado indiscreto, pensou emburrado, olhando seus próprios sapatos enquanto respirava muito devagar. Sua sorte é que aparentemente ninguém além dele havia notado.

Por fim, acabou também encerrando seu treino mais cedo que o normal, sem condições de continuar, pouco depois do namorado ter saído dali. Agora, em seu próprio quarto, estava se vestindo após um banho rápido, ansioso para ir até o cômodo ao lado. Tinha esperado por esse momento o dia todo, ficando quase maluco com os olhares e expressões enlouquecedoras que recebia do outro. Será que ele sabia a cara que fazia? Provavelmente não... Aquele bobo era muito lento para entender as coisas quando precisava. Justamente por isso precisavam conversar.

O rapaz então terminou de se arrumar e se encaminhou para a porta ao lado, pretendendo ter uma conversa um pouco séria com seu namorado. Só não esperava a visão que teria ao abrir a porta. Yuji tinha acabado de sair de seu banho, usando apenas uma toalha amarrada em volta do quadril. Seu corpo todo ainda estava úmido, aqueles músculos quase reluzindo sob a luz dourada do entardecer que penetrava o ambiente. Os cabelos curtinhos molhados pingavam, fazendo com que gotinhas percorressem caminhos perigosos sob o olhar intenso do outro, que sentia seu rosto levemente corado.

— Fushiguro? — Uma expressão confusa se formava naquele rosto lindo.

Megumi não aguentou manter aquela distância. Não conseguiu raciocinar, nem se conter mais. Fechou a porta atrás de si, chegando até o outro rapidamente e colando suas bocas, com uma certa urgência. Suas mãos pareciam ter vida própria, sentindo o calor daquela pele macia e traçando as linhas da cintura, costela, peito, barriga. Sentiu um ofego, quase gemido, baixinho e sofrido sobre sua boca, arrepiando todo seu ser. Não teria voltado à razão se não houvesse sentido as mãos em seu peito, apertando o tecido de sua camiseta com muita força, como se o outro sentisse medo ou necessidade de respirar. O moreno se lembrou do motivo que o levou até ali e forçou sua mente para que voltasse a funcionar como sempre. Separaram o beijo, as respirações se sobrepondo, lentas e densas.

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⏰ Última atualização: Mar 11 ⏰

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Electric Love (em processo de reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora