promises and farewell.

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NARRADOR

tá chegando a parte triste da história, forças!

"Tarado!" Ellen gargalhou, saindo do elevador.

Ao entrarem no apartamento de Patrick, Ell viu caixas por todos os lados. Caixas e mais caixas. Ele jogou a chave em cima de uma delas, e parou ao seu lado. Ellen não podia deixar de achar aquela imagem triste, e seu coração apertou de verdade.

"Belo apartamento!" disse, e era verdade. Patrick sorriu.

"Era mais legal quando tinha meu sofá bem ali..." ele apontou. "E minha televisão na parede, e meus quadros e..."

"Eu entendo." ela o interrompeu, olhando de soslaio. Dempsey parecia ter murchado de repente. Quando ia abrir a boca para dizer algo sobre isso, ele sorriu, sem humor, e caminhou até a cozinha.

"Eu deixei a cafeteira fora da caixa, para amanhã. Meu colchão tá estendido lá no quarto, deve ter algum cobertor por lá e..." ele ia dizendo, quando Ell contornou o balcão de mármore limpo e melancolicamente vazio, parando em sua frente.

"Você vai voltar, certo?" ela perguntou baixo, apertando as mãos de forma nervosa. Patrick achou aquilo bonitinho, ela realmente parecia se importar, mas ainda não mudava muita coisa.

"Vou." respondeu simplesmente, colocando o pó de café no compartimento correto.

"Eu queria poder fazer alguma coisa..."

"Você não pode." Patrick olhava para a sala vazia. "Ninguém pode."

"Você devia ao menos... não sei, ter dado uma festa de despedida." Ell quase bateu na própria cabeça ao dizer isso. "Não que seja algo que tenha que ser comemorado, mas... sabe?"

Patrick sorriu.

"Eu gosto das pessoas daqui, mas não estava em clima nenhum para me despedir deles. Despedidas tornam as coisas muito mais reais. E eu odeio minha realidade nesse momento." suspirou. "E outra: quem ia ligar? Grande coisa eu estar indo embora e..."

"Eu ligo!" Ell o interrompeu, e ele virou de frente para ela, rindo baixo.

"Você acabou de me conhecer." o garoto retrucou, e ela sentou na bancada e passou as mãos por trás da nuca de Dempsey, encostando seus narizes.

"Eu me importo." disse, olhando firmemente nos olhos dele. "E eu sei que você não quer admitir, mas está derrubado por dentro. E eu fui idiota e fiz essa noite toda sobre mim, quando na verdade." ela deu um selinho rápido no rapaz, que estava entre suas pernas. "O que mais importa é você."

"Ell..."

"Shhh, não precisa dizer nada." ela sorriu de forma doce. "Eu estou aqui com você. E eu vou sentir sua falta, mesmo tendo o conhecido há algumas horas." eles riram. "Eu sentiria sua falta mesmo se nunca tivesse o conhecido."

Patrick sorriu, a puxando pelo queixo e a beijando de forma suave. Era daquilo que precisava. Daquelas palavras que ele tinha certeza de ter escutado em algum filme, mas não importava. Precisava de alguém, e tinha achado esse alguém de uma forma extremamente bizarra, mas ela estava ali. E ele sabia que ela se importava de verdade.

LOGO DEPOIS

"Nossa, orgasmos múltiplos mesmo." Ell tomou um gole do café, sentada no colchão de Dempsey, que estava no chão. Ele gargalhou. "Acho que vamos pegar uma pneumonia daquelas depois dessa noite."

"Mas valeu a pena." Patrick disse pela primeira vez, e a garota sorriu.

"É, com certeza!" concordou. "Escuta, esse apartamento é seu?" perguntou do nada, e Patrick a encarou, confuso.

"Sim, por quê?"

"Vai fazer o que com ele?"

"Deixei as chaves com o síndico para ele alug..." Patrick parou no meio da frase, entendendo a conversa. "Ei, você quer?"

"Eu sou uma pessoa sem teto, você precisa da grana do aluguel. Eu posso cuidar disso aqui por um ano pra você." ela riu.

"Fechado!" Patrick apertou sua mão, como num acordo de negócios, e os dois riram. "Ell... Como você acha que vão estar nossas vidas daqui a um ano?" Perguntou, tomando um longo gole do líquido quente.

Ela o encarou, pensativa.

"Isso parece o tipo de pergunta que eu faria." disse, e os dois riram. "Não sei. Eu espero que muito bem." ela sorriu. "Ei, sabe o que devíamos fazer? Daqui a um ano, exatamente um ano, se tudo em nossas vidas estiver dando certo, se tivermos nos recuperado de todos nossos traumas. Devíamos nos encontrar, naquele mesmo bar, e comemorar."

Patrick apoiou a caneca no chão, e sorriu para a garota em sua frente.

"No mesmo lugar? Comemorar?" perguntou, e ela assentiu. "Fechadíssimo!" ele sorriu. "Façamos o possível pra que dê tudo certo então, para eu te ver em um ano." disse, e depois se arrependeu de ter dito. Não costumava dizer esse tipo de coisa. Ell sorriu.

"Você sabe onde eu moro." ela respondeu, e os dois riram.

n/a: e foi bem aqui que eu comecei a chorar.

"Eu queria ter conhecido você bem antes." Ell murmurou, com o cobertor quase cobrindo a cabeça, enquanto olhava Patrick com dificuldade devido à pouca luz que vinha da fresta da janela. Ele sorriu, deitado ao seu lado.

"Tempo é o de menos, Ell. É só um número." ele respondeu, vendo que a garota se esforçava para ficar acordada. "Assim como esse ano vai voar, e nós vamos comemorar isso... juntos."

"Eu adorei conhecer você." Ell sussurrou, e então fechou os olhos, não sem antes se certificar de que ele a olhava.

"Eu também." Dempsey respondeu de volta, mas tinha certeza que ela já tinha dormido. "Muito."

Ela havia escutado.

Então...

Naquela manhã Patrick partiu para a Inglaterra.

Preferiu que Ell não o levasse no aeroporto, como ela queria. Ele realmente detestava despedidas. E por incrível que pareça, aquela ia doer.

dor.

MULTIPLE ORGASMS | dempeo - concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora