epilogue.

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NARRADOR

tentei fazer um capítulo grande e tudo mais, só que como sou eu, não funcionou. mas espero que esteja... aceitável já que é o último 😿

Na semana seguinte, uma nevasca fez com que boa parte dos americanos de Nova York ficassem em casa. Cinco dias. Exatos cinco dias dentro daquele apartamento, sem sair para absolutamente lugar algum. Patrick e Ellen dormiam até tarde, almoçavam massas que ela adorava cozinhar, tomavam litros de café e vodka por dia, passavam horas conversando, jogando videogame, assistindo seriados de comédia e na maior parte do tempo, se beijando e aproveitando o colchão, o tapete, o sofá, o box do banheiro, a bancada da cozinha, a escada de emergência e alguns outros lugares para... Você sabe.

Nesse pouco espaço de tempo, Ellen teve a sensação de conhecia melhor Patrick que qualquer outra pessoa. E ele tinha a mesma impressão. Ela sabia das histórias de infância, de seu pânico por aranhas, que seu sabor de pizza preferido era mussarela e quais eram suas fantasias (na cama) e seus objetivos (fora da cama). Patrick sabia que Ell não podia ser acordada antes das dez da manhã, à não ser que ele quisesse ter dois sapatos e um despertador jogados em sua direção, sabia que ela tinha pavor de música country, por ter nascido no Texas, que sabia andar à cavalo (ele soube se aproveitar dessa confissão), que assinava todas as revistas de moda dos Estados Unidos e que gostava de massagem nos pés e beijos na nuca.

Mas, com o fim da nevasca e a abertura dos aeroportos, chegara o dia que eles esperavam, mas não queriam que chegasse.

Patrick precisava voltar para a Inglaterra.

Ele tinha lhe prometido que voltaria a morar nos Estados Unidos, mas ainda estava ligado a seu emprego e a papelada, que já estava bem encaminhada para sua volta, ainda demoraria duas semanas para ser finalizada, ele estava no país com visto de turista.

Tinham conversado vagamente sobre a situação que viviam e sobre seu relacionamento repentino. Ell sabia muito bem do pânico que ele tinha de relacionamentos sérios. O cara tinha dito com todas as letras que não acreditava no amor, poxa! Mas como ele era lindo! E incrível, e como todas suas atitudes contradiziam com esse pequeno fato! Ela preferiu não pressionar. Combinaram que, assim que ele voltasse, decidiriam o que fariam.

Mas eles se gostavam, e muito, isso estava na cara. E pelo menos essa certeza ela tinha.

Ele, novamente, não a deixou ir até o aeroporto.

Ellen assistiu Patrick entrar no táxi em meio à neve. Ele se despedira dela na porta do apartamento. Ela estava com lágrimas nos olhos e com vontade de gritar, correr até lá embaixo e fazer uma típica cena de filme americano.

Só queria que ele olhasse para cima.

Ele precisava olhar, só para ela ter certeza. Certeza de que aquilo tudo não era uma ilusão perfeita de sua cabeça.

Que seu coração não estava a enganando de novo.

A porta do táxi bateu, mas a loira não recebeu olhar algum de volta.

POV NARRADOR

"Sem ofensas, amiga, mas seu café não é tão bom assim." Ellen disse, e Susan, sua amiga e colega de trabalho, riu.

"Ah, só o café do meu maravilhoso inglês Patrick Dempsey que presta!" a outra respondeu com uma voz afetada, a fazendo gargalhar. "Vá se ferrar, Pompeo!"

"Eu não disse isso!" ela se defendeu, tomando mais um gole, enquanto selecionava as fotos para o próximo editorial de moda.

"Falando nisso, como ele está?" Susan abaixou a haste dos óculos, e Ellen sorriu sem mostrar os dentes.

MULTIPLE ORGASMS | dempeo - concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora