capítulo 26

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Estava deitada na cama, quando ouvi a porta bater e ouvi os gritos de Poncho, levantei e corri pro banheiro, fechei a porta e me sentei atrás dela, já faziam aproximadamente 3 messes que esse inferno havia começado, após o dia em que Poncho me bateu com a cinta, ele passou a chegar em casa sempre bêbado, quando não sumia por dias e aparecia cheio de machucados, por algumas vezes ele me agrediu, seja me dando tapas e socos, até mesmo me jogando garrafas de bebidas. Quando ele estava sóbrio, dizia que lamentava e que a culpa era minha pois não agia de forma correta, ele cortou os fios do telefone e proibiu qualquer visita de familiares ou amigos meus, ele sempre me deixava ligar para meus pais, de maneira a acalma-los, mas sempre com ele em cima de mim. Fazia meses que não sabia nada do Ucker, certa vez Poncho me pegou falando com Roberto que me disse que Ucker estava respondendo bem ao transplante e tudo indicavabque em breve sairia do isolamento, o qual era necessário para que ele não pegasse nenhum tipo de infeção ou coisas do tipo, isso a um mês atrás, agora estou com exatamente 31 semanas, e minha barriga está enorme, acabei me apegando bastante a essa bebezinha, afinal ela é tão corajosa quanto eu, sentia seus chutes e ela se tornou minha única companhia, minha companheira, minha única razão pra não ter me matado e acabado com tudo isso de uma vez. Pra mim, estar ali sentada naquele chão já era rotina, eu sabia que Ucker estava se recuperando e que após o transplante ele precisaria de tempo pra se recuperar, mas ficava pensando no fato de ele não questionar, não receber ligações ou mensagem minhas,  falando da nossa bebê, ele havia esquecido de nós duas, era isso. Poncho dava socos e chutes na porta, então comecei a cantar, era o que eu sempre fazia. Cantava para minha bebê, até que Poncho cansava e dormia escorado na porta também. Quando acordei vi que já estava claro, abri a porta e Poncho caiu pra trás e acordou com o susto.

-O que aconteceu?

-Nada. Você chegou um pouco bêbado e ficou violento.

-Eu te bati? " Às vezes Poncho parecia sentir um pouco de remorso, mas eu já não sabia o que pensar,  sentia que ele bebia exatamente por também não aguentar mais essa situação". 

-Não. Eu me tranquei aqui antes. Vou fazer o café. " Desci e arrumei a mesa para o café, senti uma tontura, algo que era meio estranho, já que fazia muito tempo que não tinha, Poncho desceu e podia ver que o semblante dele já havia mudado de humor, era muito estranho estar com Poncho, ele passava de alguém calmo e arrependido a alguém violento e vingativo em minutos". 

-Anahí cadê a minha camisa azul? 

-Eu não sei a Maria deve ter levado para a lavanderia. 

-Você só tem que cuidar dessa casa e nem isso faz direito. " Ele sentou e servi seu café, estávamos comendo quando o celular de Poncho tocou, eu não entendi muito bem, mas pelo que parecia teria uma reunião dos acionistas, meu coração começou a bater rápido só com a possibilidade de sair de dentro dessa casa, nem que fosse por uma hora e o que me deixava mais alegre ainda era imaginar que talvez a reunião fosse porque Ucker estaria de volta à presidência da empresa, o que significaria que ele estava bem. Poncho ficou tão irritado que jogou o telefone no chão e saiu da mesa, quando ouvi o barulho da porta do banheiro fechando, não pensei duas vezes e peguei o telefone, disquei o número de Ucker e começou a chamar, eu rezava para que ele atendesse logo, mas só chamava. 

…….. Ucker ……..

-Então estamos entendidos, o sucesso da sua recuperação depende de você, e não quero que porque você está reagindo tão bem que se descuide.

-Claro que sim, vou me cuidar e muito.

-Que bom Christopher.

-Eu tenho mais uma dúvida

-Fale.

-Minha filha vai nascer em breve, eu não posso evitar de vê-la e pegá-la no colo. 

- Não é recomendável que você fique perto de crianças, ainda mais um bebê, pois é muito arriscado você contrair alguma doença.

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