capítulo 21

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Faziam duas semanas que estava no novo apartamento, já tinha dado entrada no divórcio e meu relacionamento com Poncho ia muito bem, as vezes ele parecia meio distante, porém eu não reclamava pois eu também não era nada fácil. A algumas noites venho tendo pesadelos horríveis com Rogelio e acabo perdendo o sono e indo dormir apenas pela manhã, as vezes fico pensando se é certo namorar o Poncho sendo que ele é filho do homem que eu matei, mas Poncho parecia tão diferente dele e me sentia muito bem com ele, apesar de me sentir extremamente culpada. 

Pra piorar tinha o fato de não conseguir ter uma relação sexual satisfatória com Poncho, me sinto péssima, parecia que arrecem tinha caído a ficha sobre tudo que havia acontecido, eu só tenho medo de que esse pesadelo nunca passe. Pra piorar meus enjoos só aumentavam. Mas hoje eu iria pôr um fim a tudo isso, ia fazer um teste de gravidez. Liguei pra farmácia e pedi que entregassem o teste aqui. Assim que chegou o teste corri pro banheiro e fiz o. Estava esperando dar o resultado quando ouvi Poncho me chamando, levei um susto, escondi o teste na roupa e sai.

-oi oque estava fazendo? 

- Eu?

- Sim, você. " ele riu e foi até a geladeira, aproveite e guardei o teste dentro da minha bolsa que estava no sofá". 

- Então eu estava terminando de me arrumar pois vou buscar as últimas coisas que faltam da mudança, na minha antiga casa. 

- Quer que eu vá com você. 

- NÃO. " Gritei sem querer e Poncho parecia confuso". Não precisa Haney, porque depois de pegar minhas coisas eu vou passar no Shopping porque preciso de roupas novas, vou demorar muito e seria mega entediante pra você. Eu já vou indo. " O beijei, peguei a bolsa e sai, assim que entrei no meu carro joguei a bolsa no banco de trás, Poncho não podia saber sobre o teste em hipótese alguma. Por fim respirei mais calma e fui em direção a minha antiga casa".

 Assim que cheguei vi que Ucker não estava em casa porque o carro dele não estava, assim era melhor, não queria vê-lo. Abri a porta que estava entreaberta e senti uma enorme nostalgia. Fui muito infeliz naquela casa, mas também foi ali que vivi os momentos mais marcantes da minha vida. Fui até o escritório de Ucker que estava com a janela aberta e muito bem arrumado, vi que tinha um paletó de Ucker sobre a cadeira e não resistindo ao impulso o peguei, senti o cheiro de Ucker só em tocar o paletó, o apertei e levei até meu rosto, sentia as lágrimas escorrem por meu rosto, quando alguém fez um barulho e soltei o paletó sobre a mesa e me virei imediatamente.

- Senhora Anahí?

- Isso. " respirei aliviada ao ver que não era Ucker.

- Eu sou Magda a governanta, o senhor Uckermann avisou que a senhora viria, me pediu que a deixasse a vontade, estou à disposição.

- Sim ele também me falou sobre você, obrigada! " ela saiu e deslizei minhas mãos sobre a mesa de Ucker, sentia falta dele e da nossa casa, ao passar os olhos pela correspondência, vi que havia alguns exames e uns papéis da internação de Ucker. Peguei os papéis e comecei a ler, mas, não conseguia acreditar no que estava diante dos meus olhos. 

Ucker 

Cheguei em casa lá pelas sete e vi o carro de Annie, ela falou que viria cedo, então não entendi porque ela estaria lá ainda, mas era bem possível que ela tivesse deixado o carro apenas porque foi eu que havia dado a ela, estava exausto. Obviamente Clara já havia ido embora, a casa estava extremamente silenciosa, o que me dava uma certa nostalgia, servi um copo de Whisky e tomei em um gole, desabotoei a camisa, tinha um jantar com Maite, ia somente tomar um banho e sair, tirei a gravata, peguei o copo, servi novamente e subi. Entrei no quarto, ainda mexendo no celular, soltei o copo sobre a cômoda e quando olhei pro lado, levei um susto ao ver Annie sentada na cama. Eu não conseguia imaginar por qual motivo ela estava ali sentada na minha cama, há semanas não nos víamos e quando conversamos por celular era apenas o indispensável, não podia negar que vê-la ali mexia com a minha cabeça por completo. 

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