Capítulo 6

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O silêncio predominara o ambiente por alguns minutos, os mesmo onde Sabina se permitiu admirar a beleza angelical de Joalin. O silêncio fora interrompido pela voz roupa da garota de olhos claros.

-- Você acha que a mamãe vai demorar? -- Joalin perguntou, bocejando novamente. Sabina já havia perdido as contas de quantas vezes vira Joalin bocejar somente nos últimos dez minutos.

-- Ela já deve estar chegando. Por que não descansa um pouquinho? Teve um dia exaustivo e ainda tem algumas boas horas para ele acabar. -- Sabina disse serenamente.

-- Porque a mamãe me põe para dormir e se deita comigo. -- Joalin explicou. -- Ela me conta histórias igual o papai fazia.

-- Ela já deve estar vindo. -- Sabina disse, levando sua mão até os cabelos de Joalin e acariciando.

-- Você pode me pôr para dormir igual a mamãe faz? -- Pediu com a voz fraca, seus olhos quase se fechando já tamanho era seu sono.

-- Claro. -- Sabina disse. -- Eu só, bem, não sei como ela faz isso. -- Confessou um pouco embaraçada.

-- Deita aqui comigo. -- Joalin instruiu e Sabina a olhou receosa, mas os olhinhos vermelhos pelo sono a fizeram acatar seu pedido.

Sabina subiu gentilmente na cama e se deitou ao lado Joalin, vendo a garota se mover e se deitar sobre seu peito.

-- Hoje eu vi um montão de gente, Bina. -- Joalin disse, tendo os seus olhos já fechados.

-- Por isso está tão cansada, imagino. -- Joalin moveu a cabeça em positivo.

-- Pode me contar uma história? -- Ela pediu baixinho e Sabina levou uma mão ao cabelo dela, acariciando seu couro cabeludo lentamente e sorriu diante do pedido.

-- Era uma vez uma linda princesa...

Quando Johanna retornou ao quarto seu sorriso se abriu de uma forma terna, pois se deparou com Joalin dormindo sobre Sabina. Ela deduziu que Joalin lhe pedira que contasse uma história. Oh, como ela amava histórias!

O mais bonito de tudo era que Sabina também dormia pacificamente, tendo um braço sobre as costas de Joalin, como se a protegesse dos males do mundo.

A mulher sentiu-se apenada por ter que acordar Sabina, deduziu que a menina havia dormido pouco, única e inteiramente por ter passado a noite no hospital com ela e Joalin.

-- Querida... -- A mulher chamou, balançando seu corpo delicadamente. Sabina deu um salto, acordando assustada: Olhos arregalados e coração disparado.

-- Oh, céus. Eu sinto muito. -- Sabina se aprontou em dizer. -- Ela queria que eu...

-- Contasse uma história. -- Johanna completou sorrindo. -- Eu sei, não se preocupe. Obrigada por isso. -- Disse tranquilizando Sabina. -- Só te acordei porque suponho que queira comer algo e que precise voltar para a suas aulas práticas. -- Os olhos de Sabina se esbugalharam e ela verificou seu relógio de pulso, se desvencilhando cuidadosamente de Joalin e descendo da cama.

-- Obrigada por ter me acordado. Preciso realmente ir. -- Sabina disse, bocejando. Ainda se sentia muito cansada, mas o que poderia fazer?

-- Obrigada você por ter cuidado dela para mim. Ela odeia ficar sozinha.

-- Imagino. Ela disse que hoje viu várias pessoas. -- Sabina comentou, vendo Johanna assentir.

-- Sim. O psiquiatra, a psicóloga, a imprensa, vários médicos diferentes. Por isso eu adiei de ver o fisioterapeuta, que no caso agora é você. -- Johanna disse com um sorriso fraternal.

-- Imagino que todos estejam querendo vê-la.

-- Ela não liga, mas quando a imprensa perguntou se ela se sentia preparada para voltar para a vida, incluindo a vida amorosa, bem, ela começou a chorar.

-- Perguntaram isso? -- Sabina se sobresaltou. -- Como se atreveram? Eles não sabem que ela...

-- Oh, querida, eles sabem, mas esses ratos fazem de tudo por audiência. Eu proibí a entrada deles aqui após isso. -- Sabina assentiu, já mais calma.

-- Eu saio em quatro horas. -- Sabina informou um pouco constrangida pelo que se atreveria a dizer. -- Quero que a senhora vá para a casa hoje, coma bem, tome um relaxante banho e descanse. Ficarei com ela.

-- De maneira alguma. -- Johanna disse séria. -- Sei o quanto está cansada, querida.

-- Mas pelo menos eu dormi algo. Amanhã começamos a fisioterapia, ela precisará de todo o seu apoio, se dormir estará cem por cento. -- Sabina disse.

-- Mas você é a fisioterapeuta, também precisará estar cem por cento. -- Johanna rebateu.

-- E estarei. Dormirei pela madrugada aqui enquanto ela também dorme. -- Sabina explicou. -- E caso eu não esteja cem por cento, de qualquer forma, eu não estarei sozinha, terei o acompanhamento do senhor Hanagami. -- Johanna suspirou e olhou para a filha.

-- Tem certeza? -- Indagou. -- Digo, você já fez demais por ela e...

-- Tenho. -- Se antecedeu em dizer, vendo Johanna lhe fitar.

-- Qualquer coisa, por menor que seja, você me liga. -- Ela disse, vendo um sorriso se abrir no rosto de Sabina.

-- Vou precisar do número do seu telefone. -- Três batidas na porta, que já estava aberta, fizeram as duas olharem na direção do som.

-- Senhora Loukamaa? -- A voz de Kyle perguntou apenas por perguntar, afinal sabia quem era a mulher.

-- Pois não?

-- Eu gostaria de falar com a senhora sobre a fisioterapia. -- Johanna franziu o cenho.

-- Já conversei com Fuller e com Sabina. Tudo já está acertado.

-- Senhora, eu sei que você adora Sabina. -- Ele começou, se aproximando, falando como se a garota não estivesse ali. -- Mas comigo teremos um avanço mais rápido e eficiente. -- Johanna assentiu e sorriu.

-- Oh, fico muito feliz em saber que auxiliará Sabina então. -- Ela disse, vendo o homem entortar a boca em desaprovação.

-- Eu quis dizer que sugiro que eu seja o fisioterapeuta principal. -- Ele foi direto, fazendo Sabina suspirar e colocar suas mãos no jaleco.

-- Bem, acredito que eu não pago uma parcela astronômica por mês para este hospital para o senhor me sugerir algo, quando claramente o chefe do hospital já me certificou de que Sabina é capaz.

-- Ela é, porém...

-- Ela ser capaz já é o suficiente para mim. Obrigada. -- Ela disse séria. -- Nos vemos amanhã e, como eu disse, que bom que estará lá para auxiliar Sabina.

-- Johanna, nos vemos mais tarde. -- Sabina disse um tanto constrangida por Kyle, vendo a mulher assentir. Os olhos castanhos se direcionaram para Joalin e ela sorriu ao ver a expressão serena em seu rosto. Caminhou até a garota e se inclinou, deixando um beijo em sua testa, fazendo Johanna sorrir.

Definitivamente Sabina cuidaria bem de sua filha na fisioterapia, mas algo em seu interior dizia que aquele cuidado ultrapassava a barreira do profissionalismo e Johanna, absolutamente, gostava daquilo.

Em um piscar de olhos | Versão Joalina Onde histórias criam vida. Descubra agora