A imensidão do lugar era realmente assustadora, a ponte em que seguiram até a porta era apenas resto agora. Olharam pelo lugar, tudo era estranho demais...
Ayla olhava os garotos a frente com certa preocupação, eles estavam felizes... Aliás, por que ela não estava feliz? Estavam fora daquela prisão nojenta e infestada de criaturas horrorosas e todas com certeza estavam agora queimadas ou esmagadas com os escombros. Mas não era só isso, havia algo a mais, algo que ela não sabia explicar, mas que com certeza estava ali. Não conseguia simplesmente acreditar que estavam finalmente fora daquela prisão.
As lembranças que invadiam sua mente sempre a passavam a sensação de que eles foram envolvidos em algo muito grande. Principalmente as lembranças que envolviam as criaturas, assim como Zaac dissera, havia alguém por trás de tudo aquilo. Mas... Por que com eles? O que eles tinham de especial? Por que de todos os humanos, eles quem estavam ali? Qual era a razão disso tudo? E quem estava comandando tudo isso?!
Eram questões a se considerar, não se lembrava de ter matado alguém ou roubado, esses são os motivos para acabar em uma prisão não é mesmo? Mas nunca soube de uma prisão com aquelas coisas asquerosas. Mas então por que foram deixados lá? Não conseguia pensar em nenhuma resposta, não havia uma simples resposta. Mas a verdade é que nada disso parecia real, era como se estivessem vivendo um sonho horripilante...
Olhou para os lados se perguntando onde realmente estavam, não se lembrava de algum lugar tão verde. Mesmo que suas lembranças só a levassem a um laboratório, não pensara que existisse lugar tão vivo e ao mesmo tempo, tão... morto.
A mata abaixo era densa e os muros ao redor os impediam de ter qualquer outra visão do resto do mundo, aquilo parecia mais uma estufa! O ar ali parecia pesado e sufocante, como se toda a poluição do ar estivesse acumulada dentro daqueles muros.
Olhou uma última vez para a mata abaixo, sua mente a levou de volta aos corredores sem fim. Que lugar era aquele? Por que sempre era aquele lugar? Tinha alguma razão, mas qual? Balançou a cabeça tentando espantar aqueles pensamentos, não precisava se preocupar, nem pensar, estavam livres!
Soltou um suspiro pesado, que Zaac notou com o canto do olho, não conseguia parar de pensar. As imagens borradas não saiam de sua cabeça e quanto mais tentava afastar aquilo, mais dor sentia. Zaac apertou sua mão, lhe transmitindo a força que ele também não tinha. Ela o olhou e forçou um sorriso.
— Em quê tanto pensa? — perguntou praticamente em um sussurro.
— Não sei... — respondeu frustrada. — As imagens e perguntas não param de surgir na minha cabeça, não sei o que está acontecendo comigo.
— Não fique remoendo isso, pense algo bom está bem? E se não tiver acabado, a gente tá junto, você tem a nós agora. — disse olhando pra frente, onde Dreed e Higley os olhavam e lhe direcionaram um sorriso em confirmação.
— Obrigada. — ele deu um aceno.
— Então, vamos? — Dreed perguntou levando a mão a porta.
— Não sei se é uma boa ideia continuarem me levando com vocês... — Ayla disse mordendo os lábios.
— Claro que é uma boa ideia! — Higley falou.
— Estamos juntos nessa flor. — Dreed falou concordando com Higley.
— Não sei... Minha perna está ardendo, não sei se é bom sinal, e se eu acabar ferindo vocês?
— Isso não importa. — Zaac falou dando outro aperto em sua mão. — Dreed.
— Ahm?
— Minha mochila. — pediu. Ele a levou até ele a abrindo e Zaac tirou uma máscara com detalhes vermelhos e azuis a prendendo em Ayla logo depois, pegou também as luvas que estavam ali e enfiou em suas mãos.
— Onde conseguiu isso?
— No andar de Raydi. — respondeu. — Agora podemos ir não é?
— Tudo bem.
Ayla sustentou parte do peso de Zaac novamente e eles foram a passos arrastados até onde os outros dois se encontravam. Dreed deu uma última olhada pelo lugar e deu um sorriso, poderia finalmente meter o pé daquele lugar horroroso. Empurrou a porta e um extenso corredor iluminado como os que vinham em suas lembranças apareceu.
Entraram com certo receio e arrastaram seus passos até os dois corredores que haviam a frente.
— E agora?
— Vamos esperar aqui — Zaac falou em resposta. — vocês estão em melhor estado do que nós, confiram se há alguma porta a frente e voltem.
Os dois acenaram e foram em direção a porta da esquerda, andaram por um extenso corredor, mas não viram nada além de uma janela que dava para os muros da prisão e paredes.
— Aqui não tem nada. — Dreed falou voltando com Higley logo atrás de si.
— Então vamos por essa. — Zaac falou.
Os dois foram na frente e Zaac e Ayla os seguiram logo atrás. Andaram pelo corredor encontrando outra porta, ela logo se abriu sozinha e seguiram para onde provavelmente era a saída final, onde não precisariam mais ver aqueles muros asquerosos e as criaturas nojentas.
Abriram a porta maldizendo ao planeta e a todos os cientistas malucos e ignorantes que haviam na face da terra. Principalmente, xingando a si mesmos por terem esperança e por passarem que tudo tinha finalmente acabado. A imensidão daquele lugar assustava mais ainda do que a própria prisão.
— Não pode ser... — Ayla sussurrou enquanto olhava a imensidão daquele lugar.
— Fala sério! — Dreed disse rindo de nervoso.
— Isso tem que estar muito errado. — Higley comentou olhando em volta. — Será que não havia outra saída não?
— Merda! — Zaac rosnou irritado. — Isso não pode estar acontecendo. — voltou até a porta se arrastando, estava agora trancada, e aquilo realmente era real, não havia outra saída a não ser aquela.
Não há como sair de uma prisão de modo tão fácil, não há saída simples, não quando se tem alguém por trás de tudo, não quando alguém sabe o que realmente quer e muito menos quando se faz parte dos perseguidos. Por que? Pelo simples fato de que eles são muito mais do que só perseguidos, tudo tem uma razão e eles são a razão de algo muito grande...
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Perseguidos - O Labirinto L/2
Novela JuvenilDreed, Higley, Zaac e Ayla finalmente conseguiram sair da estranha prisão em que estavam presos, poderiam enfim ir viver suas vidas e seus desejos, ou não... O que aconteceu deixou os quatro ainda mais confusos, desesperados e irados. Ao chegarem a...