Capítulo 31.

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POV Bianca Andrade

3 dias depois.

Havia acordado mais cedo que o habitual na manhã de hoje.

Por se tratar de véspera de feriado as ruas ficavam ainda mais cheias que o normal e o movimento de pessoas parecia triplicar.

Era um inferno.

Porém, mesmo tendo programado meu despertador para uma hora mais cedo, o que significava que eu teria que sair de casa bem antes do horário usual, não consegui me livrar do trânsito.

O som de buzinas era muito presente na rua onde eu estava parada e o cheiro de fumaça queimada que saía pelo escapamento do carro parado bem na minha frente estava contribuindo para que minha cabeça começasse a doer.

Meu celular, que estava conectado ao painel do carro, começou a tocar e eu levei um susto com o som alto ecoando por dentro do veículo.

O nome de Marcela estava brilhando no visor.

O que ela queria a essa hora?

 Caiu da cama? — perguntei ao atender a chamada.

 ONDE VOCÊ ESTÁ? — ela gritou do outro lado da linha.

 Presa na porra do trânsito enquanto tento chegar à loja de vestidos. Por que você está gritando?

 VOCÊ VIU O JORNAL? — ela continuou a gritar.

— Que jornal, Ma? — engatei a marcha para poder andar com o carro.

— QUE JORNAL? O LE PETIT, CARALHO! NOSSAS FOTOS ESTÃO NA PRIMEIRA PÁGINA!

Freei o carro com tudo, o que fez o pneu patinar sobre o asfalto, causando um ruído agudo enquanto meu corpo ia para frente com tudo.

— O QUE? — gritei de volta.

Recebi buzinas como resposta à minha ação.

— SE ESTÁ COM PRESSA PASSA POR CIMA, FILHO DA PUTA! — coloquei minha cabeça para o lado de fora da janela e gritei. — Marcela, me explica isso.

— Manda esse cara ir se foder! — ela deu risada. — Não tem o que explicar, Bianca! Nós estamos na capa! Na primeira folha! Em tudo!

Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento e só um nome ecoava por todos os meus pensamentos.

Rafaella.

— Isso é incrível, Ma! Nosso trabalho está na capa do Le Petit! — comecei a rir sem acreditar no que estava acontecendo.

— SIM, PORRA! DO LE PETIT! NÓS SOMOS FODAS!

— Eu preciso ver esse jornal! — falei enquanto voltava a andar com o carro.

— VEJA! Agora eu preciso ir, Bia. Luiza disse que quer me fazer um convite, torça para que seja para conhecer as Ilhas Maldivas. Eu te amo, se cuide.

— Torcendo aqui por você. — dei risada de seu comentário — Também te amo! Beijos.

Fiquei presa por mais alguns minutos no trânsito até que finalmente virei na rua da loja de vestidos.

Mais trânsito.

Decidi estacionar meu carro à duas quadras de distância e ir andando até meu trabalho, afinal, eu ainda estava dentro do horário e além disso havia uma banquinha de jornal a caminho de lá.

A CHUVAOnde histórias criam vida. Descubra agora