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Antes de tudo, queria dizer que este texto estava pré-pronto nas minhas notas à algumas semanas. E ele é dedicado as meninas do panemsquad, vulgo o melhor squad de jogos vorazes do twitter.

Boa leitura ❤🖤







Amar é confiar. Acima de qualquer coisa, e confiança é a coisa mais fácil de se perder.

Eu estava ali, sentada em um lugar escuro, com a cabeça entre os joelhos, repetindo incansavelmente quem eu era, o que me levou até ali, e quem eu tinha arrastado junto. Cada alma que morreu porque eu não aceitei morrer, ou matar alguém. Mas poderia ter sido qualquer outra pessoa, e eu teria tentado, mas ere Peeta, o garoto do pão, meu dente-de-leão, e eu prefira que ele vencesse e tirasse a minha vida, mas estávamos amarrados um no outro.

Depois de nomes, fatos, vinham os números, depois a corda, e por fim os sedativos. Eles me encontrariam aqui? Escondida entre caixas e uma parede gelada?

Gale saberia onde me procurar, mas ele podia não voltar.

Volto a repetir meu nome. E de novo, de novo, de novo. Meus dedos doem, minha cabeça fica pesada, estou prestes a cair no sono, e em um pesadelo, quando Haymitch me encontra, mais magro e pálido, o álcool faz muita falta para meu antigo mentor, e sou incapaz de julgá-lo, pois também estou em um estado de abstinência, de Peeta.

Ele se senta à minha frente, olha para mim por alguns minutos em silêncio. Seus olhos estão caídos, o cinza está pálido, sem vida, tal como ele. Os cabelos bagunçados e a barba por fazer, fazem com que ele ganhe mais anos.

O silêncio perdura, e começa a me incomodar. Sei que ele quer falar algo, mas não sabe por onde começar, imagino o pior, qualquer imaginaria. Mas ao contrário disso, ele vem com um longo discurso sobre tortura, machucados que a Capital nos dá, sobre as pessoas que eles nos tiram. Meu antigo mentor se perde na própria fala, e eu passo a ignorá-lo, até que algo me atraía para sua fala.

- Eles foram buscar Peeta, parecia difícil no começo, mas eles foram. E também vão buscar Annie e Johanna.

- O quê?

A fala dele pareceu em parte alucinação minha, o desejo de ouvir sobrepondo a realidade.

- Plutarch tinha um plano, e enviou uma equipe.

- Por que agora? Tivemos tanto tempo..

Haymitich me olhou, aquele olhar meio morto, mas brilhando com um pouco de esperança.

- É caro, e perigoso. Precisaram de uma equipe com os melhores voluntários.

- Voluntários?

- Vai ficar repetindo tudo o que eu disser?

Então eu compreendo, voluntários, pessoas que se ofereceram para ir. O ar volta á faltar.

- Gale?

- Foi o primeiro a levantar a mão. Eu também ergui, mas Boggs fingiu não ver, um absurdo docinho, eu estou super em forma e...

A voz dele foi se tornando distante, um sussuro, e depois o silêncio. Imaginei um mundo sem Peeta, seria como se a luz do sol se apagasse, e tudo mergulhasse em uma escuridão sufocante, mas Gale estava ali, como uma saída, um suspiro para meus pulmões, e então eu o perco, e tudo se torna frio e solitário.

- Eu preciso ir!

- O quê?

- Haymitch me coloca lá, por favor...

- Foram a algumas horas.

Novamente o vazio me suga.

...

Quando finalmente acordo, estou na ala hospitalar do distrito 13, sozinha.

Sem alguém que me impeça, começo a vagar pelo lugar, tentando colocar meus pensamentos em ordem. Peeta estava sendo resgatado, Gale estava indo o resgatar, eu teria os dois, ou nenhum.

Meus pés me guiam até uma ala mais movimentada, reconheço a voz de Finnick e uma moça, quando os vejo, a dona da voz está sentada no colo de Finnick, suas mãos estão entrelaçadas e eles não desviam seus olhares. É uma cena bonita, não posso evitar sentir uma pontinha de inveja.

Mais a frente vejo Johanna e Cressida juntas, apenas sentadas e abraçadas, em silêncio. Gale aparece no meu campo de visão, e parece estar bem, mesmo estando preocupada com seu estado, não posso desviar minha verdadeira curiosidade, onde está Peeta?

Sigo em passos lentos olhando tudo, ansiosa por ele. Mas não o vejo em lugar algum. Eu apenas o sinto. Encostando sua mão sobre meu ombro, seu toque me enche de alívio, quando me viro e encontro seus olhos azuis e cabelos dourados.

- Veio acabar comigo sweetheart?

Ele está bem, perto de mim, me tocando e falando comigo.

- Peeta.

Tudo que eu pude fazer foi puxá-lo para mim, querendo acabar com todo o espaço entre nós. Suas mãos contra as minhas costas me matinha em um estado de segurança.

- Você está aqui, e bem, está salvo.

Peeta estava diferente, mais magro e com alguns hematomas visíveis, entretanto estava vivo, meu Peeta estava comigo.

- Sim eu estou.

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