Adoptive Family?

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27 de Agosto, 1975

Depois daquela trágica tarde de Abril, o Orfanato Mistério da Felicidade, nunca mais tinha sido o mesmo. Quer dizer, as paredes dos cômodos ainda eram da cor amarela, os corredores ainda eram cinza, as camas ainda eram enferrujadas... É, o orfanato ainda era o mesmo, na área da construção, mas na área do interior, ou seja, das crianças, ele havia mudado drasticamente.

E somente alguns dias atrás, a normalidade estava começando a emergir entre algumas crianças. Até mesmo quem não era tão próximo a pequena Margaretth, havia sentindo um impacto na rotina. Afinal, todas as manhãs, eram preenchidas com brincadeiras, sorrisos, piadas sem graça, feitos totalmente pela a garota. Sem sombras de dúvida, Margaretth, era o núcleo de felicidade do orfanato.

Richard, ainda tentava procurar se adaptar a essa nova realidade, que o atingiu sem piedade. Diferente de todos, o garoto ainda não aceitava o fato dela ter partido, e o deixado. As vezes, ele se pegava pensando nela, e as mesmas lágrimas, que ela espantou um dia, apareciam em seus olhos, rolando na sua face. Porém, diferente das outras vezes, não existia uma pessoa para o trazer a alegria que ele tanto almejava.

Suspirando, o garoto que se encontrava sentado na grama molhada, do exterior do orfanato, abraça os joelhos, com tristeza. Richard, olhava para uma árvore, que deixava as gotas da chuva – de alguns minutos atrás – escorrer entre as folhas. Essa era um dos passatempos que o menino havia adquirido, depois daquela tarde tristonha de Abril. Richard, olhava para as gotas e o verde, presente nas folhagens, com saudades. Saudades de sorrir, saudades de sentir o peito aquecer, saudades de amar alguém, saudades de se sentir amado... Céus, de certa forma, uma parte de Richard, havia falecido com a pequena Margaretth.

Limpando o nariz, com as costas da mão, o pequeno órfão, logo sentiu lágrimas brotarem em seus olhos. Ele queria tanto, trocar de lugar com a Marg, céus, ele fazia de qualquer coisa, para trazer a loira de volta. Balançando a cabeça, o pequeno órfão logo desvia os olhos, para as suas próprias mãos, as mesmas, que um dia agarraram as mãos macias de Margaretth.

- Richard? – a voz suave de Stan, logo surgiu nos tímpanos de Richard, que olhou na direção do homem – O que faz aqui fora? Está frio e molhado...

- Estou apenas pensando, Senhor Stan... – o garoto murmura, com a voz tristonha.

- Posso pensar com você? – o homem pergunta, e logo o garoto assente.

- Claro, Senhor Stan. – o homem de cabelos pretos, com alguns fios grisalhos sorriu, enquanto sentava ao lado do garotinho.

- E então? O que tanto passa na sua mente, pequeno Richard? – o garotinho desvia os olhos dos pingos das árvores, e olha para o senhor, com o cenho franzindo – Está pensando nela? – Richard assente – Posso te contar um negócio?

- O que? – os olhos curiosos de Richard brilharam na direção do Stan.

- Margaretth poderia ter tido uma família, eles sempre vem aqui, para saber dela... sabia, que mesmo sabendo que ela era doente, eles queriam ela? – Richard pisca os olhos algumas vezes, enquanto desvia os olhos.

- Por que ela não foi adotada então?

- Porque ela não queria... ela dizia que, o lugar dela, era aqui. Aqui ela fazia mais pessoas felizes. – Stan respondeu sorrindo genuinamente.

- E alguém já avisou para essa família, sobre Marg? – o senhor assente, enquanto o pequeno órfão apenas sorriu fraco.

- Sabe qual foi o último pedido dela, para essa família? – o olhar de Stan estava distante.

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