Quando Caí Do Céu • [EM ANDAMENTO]

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Faziam algumas horas desde que o navio saiu do porto Sul. Eu encarava o mar aberto na proa do navio, o pôr do sol refletindo na água era o que estava distraindo minha cabeça de pensar em deixar meu reino com uma possível ameaça.

"Cortaremos suas assas".

Senti a presença de meu irmão antes de ver o mesmo a meu lado. Ele já tinha o cheiro das essências de Calavar Smorb, a fragrância de limão e hortelã era seu novo cheiro.

- O que está tramando, Aislinn? - Indagou ele.

Suspirei ao responder:

- Por enquanto, nada além do plano inicial.

Silêncio.

- Qual espécie você diz ser as pessoas? Tanto de seu reino como os de fora dele?

- Uma naturalis, do ar.

- E por que escolheu isso? Pelo o que entendi, os anjos podem ser qualquer um.

- Não qualquer um. Anjos tem todos os poderes de naturalis, podemos nos transformar em qualquer animal que quisermos, podemos manipular tudo que vem do pós-céu, tanto na forma animal, quanto na magia natural.

- Conseguiria se transformar em um dragão?

- Acho que não. Dizem que os dragões vêm de outros mundos. Posso domar seu fogo e criar uma camada protetora na pele a ele. Nada mais.

- E os poderes próprios? Algo apenas de anjo?

- A cura é um poder que todo tipo de anjo tem.

- Só isso?

- Não. Mas obviamente não vou lhe contar tudo.

- O que? Por que?

Dei de ombros.

- Qual seria a graça?

- Estamos falando de um possível conflito, Aislinn. E pelo jeito como Orlaith roe as unhas a cada três minutos, parece que realmente, estamos indo a guerra.

- Não a julgo. Não é a primeira vez que reis de outros continentes tentam tomar Smerhyos. Na verdade, é por isso que nós nunca fazemos aliança no exterior. Nunca, em uma única vez, se aproximaram sem intenções...ruins. Nossas desconfianças não são em vão. Arcayda, Contandeha e Orgath não fazem negócios conosco desde a troca das três coroas para três mulheres. Por que acha que recorri a transformar Smerhyos em uma forte potência tecnológica? Não tínhamos ninguém para que pudéssemos contar caso caissemos. Ninguém.

Falner nada disse.

- Tanithiwa sempre foi o continente mais próximo e nunca importou-se em sequer tentar conhecer-nos. Sempre fomos julgadas ou atacadas diretamente apenas por sermos mulheres. Não é paranoia se está realmente acontecendo.

A viagem de dois dias foi extremamente tediosa. Às vezes, eu fazia um voo matinal ao redor do navio. Com Kestrel e Orlaith junto, nós três apostávamos corrida as vezes.

Já não aguentava mais repassar cada passo do plano, mas outros como Callan e Mahalo pareciam esquecer a cada uma hora.

Pelo menos, meu primo parecia seguro quando o navio parou no porto de Del'Faguayer.

Em meu primeiro ano de reinado, estudei o continente de Tanithiwa e seus reinos. Ao contrário de Smerhyos - que tinha como comandantes de outros reinos os regentes - Tanithiwa era governada por reis, em todos os reinos. E todos os reis, por mais poderosos que fossem, sempre serviam ao rei do reino central, Berek.