4

4 0 0
                                    


Callan massageava meus pés que repousavam em seu colo na outra ponta do sofá quando Orlaith entrou. Indagando:


- Onde está todo mundo?


- Até parece que não conhece sua própria corte, minha amiga.


- Falou a rainha que sempre apela para colocar as assas de fora para chegar no horário - Mahalo, o cientista, falou, entrando no salão com as mãos nas costas.


- Mas sempre chego na hora - retruquei.


O cientista riu, antes de se jogar em um sofá amplo e sem encostos.


Meu olhar voltou a uma das entradas do salão. Em vários cômodos do castelo, haviam janelas que iam desde o piso até o teto, próprias para dragônicos.


E quando um dragão aterrissou na entrada e seu corpo mudou para um corpo humano, logo soube quem era.


- Já vou logo avisando que não vou dar beijinho de boas-vindas em ninguém - Kestrel alegou, colocando as mãos no bolso e caminhando até o centro do salão - estou de mal humor.


- Que medo - provoquei, com um sorriso perverso.


- Território perigoso, Majestade - ele disse, apontado o dedo para mim, provocando de volta.


- Muito bem! Agora que cheguei, podem dizer o quanto sentiram minha falta! - Eirlys disse, alegando sua chegada no salão.


- Alguém aqui sabe anunciar uma chegada correta? - Falner indagou - ou é competição para ver quem faz a melhor frase de efeito?


Todos urraram de rir e Falner olhou para nós não entendo o que foi dito de tão engraçado em sua pergunta.


Não demorou para Davina, Ukiyo, Brina e Dhara chegarem.


Hedhel, o general Magimico chegou logo em seguida.


Por último, Jude e Clarence, as damas de Davina e Orlaith, chegaram.


Com todos já ali, as conversas iam e vinham, assim como as piadas.


Os criados logo chegaram com os carrinhos de servir.


- Ah! Finalmente! - Kestrel disse caminhando, não para o carinho de comida, mas sim de bebidas.


Ele tomou a taça com líquido mais escuro e com consistência grossa.


- Este não é vinho, senhor - a criada disse.


Kestrel já estava com os beiços no vidro da taca quando sentiu o cheiro de sangue.


- Que nojo! - Ele exclamou.


Eirlys riu e se aproximou, tomando a taça das mãos do dragônico e bebendo um gole generoso.


- É sangue de que? - Indagou ela ao criado.


- Cabra, senhorita.


- Hmm... delicioso - Eirlys elogiou antes de se voltar ao sofá lambendo os beiços avermelhados.


O rosto espantado de Falner me fez gargalhar, antes de levantar e me dirigir ao prato com frango assado, purê, vagens e molho - aparentemente de laranja - mais próximos.


Todos imitaram o gesto.


Alguns comiam sentados no chão, ou sobre almofadas, outros, nos sofás e alguns nas cadeiras mais ao lado da janela.


Para Falner, aquela falta de formalidade em seguir as tradições reais parecia assusta-lo, já que até os regentes - que eram os lordes de Smerhyos - seguiam estas tradições.

Quando Caí Do Céu • [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora