Capítulo 26

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Eu, Henrique e Miguel nos baixamos de trás de um carro por impulso.

- Se o meu pai estiver lá dentro? - Pergunto com o peito a doer e as lágrimas a fluir.

- Calma... Nós vamos descobrir. - Diz Miguel se colocando de pé.

- Não! Miguel! Cuidado! Tá maluco? - Agarro sua perna a abraçando impedindo de ele ir.

- Seu pai tá ali! Ele está correndo para o outro lado! Vou buscá-lo! - Ele se solta de mim e corre até ele.

- Miguel! - Grito com as lágrimas a fluir mais.

As pessoas corriam de um lado para o outro e a ansiedade dentro de mim aumentava. Henrique segurou minha mão sem me olhar e a acariciou. Não pude conter e agarrei seu pescoço o abraçando. Ele ficou atordoado mas depois me abraçou de volta.

- Desculpa... Eu nunca quis, mas nunca, magoar você. Você sempre foi tão gentil e carinhoso comigo mas eu não via você de tal forma como você queria... Desculpa... Se eu tiver que repetir isso todos os dias, eu vou, mas com o sentimento verdadeiro, não da boca para fora! - Ele apertou mais o seu abraço.

- Tudo bem... Eu só não quero você magoada no meio de toda essa história.

- Eu acho que não sou a mais magoada. - Ele suspira como se concordasse.

- Filha! - Meu pai grita se colocando de joelhos na minha frente e o abraço.

- Pai... - Aperto nosso abraço e depois agarro seu rosto. - Como você está?

- Graças a esse garoto... Eu tou bem... - Sorri para Miguel enquanto meu pai o acenava em agradecimento.

- Vamos para casa. - Digo a ele.

- O senhor veio de carro? - Pergunta Miguel.

- Sim.

- Pode me dar as chaves? - Meu pai levanta uma sobrancelha como se dissesse "não abuse do meu agradecimento". - O senhor não está em condições e a rua agora não está segura para ir a pé. Para não falar que sei conduzir.

- Sabe? - Pergunto levantando as sobrancelhas.

- Sei. Eu e Alex tivemos nossas aventuras. - Revirei os olhos com o seu sorriso de lado.

- Toma. - Meu pai lhe dá a chave. - O carro está mais atrás. Para ir até lá vais ter que passar pelo bar.

- Sem problema. - Miguel vai correndo até ao carro de cabeça baixa.

Depois de minutos ele chega com o carro, eu abro a porta da frente sentado meu pai com a ajuda de Henrique e depois fomos para o banco de trás.
Miguel acelera e falo:

- Não nos mate! - Ele me olha pelo retrovisor com um sorriso de lado. - Porque isso eu quero fazer com minhas próprias mãos. - Sussurro entro os dentes e olho a janela.

- Eu ouvi isso... - Ele diz e dou de ombros.

Olho meu pai e noto que ele está quase pegando no sono e eu grito:

- Nem pense em dormir! Tem a noção do que acabou de fazer! É sério pai? Porquê? Você não é mais um adolescente que vai fazer drama em bares para afogar as mágoas! Se queria fazer isso, fizesse em casa, ou pelo menos falasse comigo para desabafar porque para além de sua filha eu sou sua amiga. - Suspiro. - Eu não entendo o porquê...

- Carla me faliu... - O olho atordoada.

- O quê? Como assim?

- Eu tava de cabeça quente e pedi logo o divórcio... Depois ela conseguiu roubar meus pertencentes, até mesmo a empresa... Eu estou falido Isabella.

Entre Dois IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora