- Me desculpe... - Encaro meu sorvete.
- Não... Tudo bem... Foi por causa da chamada? - Suspiro.
- Longa história... - Ele assentiu.
Ficamos comendo o sorvete em silêncio ouvindo os pássaros a cantar. Derrepente meu celular tocou e era minha mãe.
- Mãe? - Atendi. - Tudo bem?
- Sim... Eu acho... Melhor vir para casa.
- Porquê? - Olho Henrique que me analisava.
- Tá quase na hora do jantar e temos assuntos a resolver...
- Que assuntos?
- Vem para casa filha.
- Tou indo mãe. Txau.
- Txau. - Desligamos.
- Tenho que ir. - Me coloco de pé.
- Onde? - Diz Henrique se colocando também.
- Para casa.
- Eu vou com você. - Assenti e caminhamos até a casa.
Chegamos e notei o carro do meu estacionado.
- O que ele ainda faz aqui? - Pergunto a Henrique que dá de ombros.
Entramos, eu fui na frente, e quando cheguei na sala congelei, meus músculos e cérebro pararam de trabalhar.
O que Vasco tá fazendo aqui? E porque Carla está do lado dele como se fosse algum parente próximo? Meu pai tá tão distante... Porquê?!
Não! Pior! Porque minha mãe está segurando o Miguel como se ele fosse bater em alguém? O que tá rolando aqui?
- O que... O que tá acontecendo aqui? - Gaguejo ansiosa.
- Ainda bem que chegou! - Fala minha mãe.
Todos ficaram em silêncio e eu explodi:
- Alguém pode me explicar que droga tá acontecendo aqui? Porque esse otário está aqui? Agora vai tentar me estuprar na frente de minha família? - Quando falei isso todos me encararem surpreendidos menos Miguel porque ele já sabia.
Só depois de segundos tive a noção da bomba que larguei... Meu Deus... Falei sem pensar!
- Porque meu filho iria estuprar uma menina mimada como você? - Pergunta Carla furiosa.
- Filho?! - Pergunto confusa.
O que eu perdi nesses últimos capítulos? O que é isso? Novela?
- Como assim filho?... Mas por um lado não fico admirada... Têm um carácter muito parecido...
Ninguém me respondeu, tudo parecia ainda processar o que eu tinha falado.
- Ainda não me respondeu o que você tá fazendo aqui! - Pergunto a Vasco.
- Eu queria falar pra você o que eu sinto. Os momentos que passamos juntos e o carinho que partilhamos. Tudo na frente da sua família.
- Nós nunca partilhamos nada... Você só pode ser louco...
- Por você, claro... - Do nada ele me deu um selinho.
Vejo meu pai se aproximar e agarrar sua jaqueta o fazendo cair no chão.
- Não toque na minha filha! - Depois meu pai me abraçou. - Você tá bem?
- Eu falei que era mentira... - Diz Miguel com um olhar furioso. - Isabella nunca iria olhar para lixo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Dois Irmãos
RomanceIsabella Batista era uma menina responsável e adorável que vivia com o pai, mas devido a alguns conflitos com sua madrasta, ela se sentiu obrigada a viver com a mãe. Apesar de tudo isso ela se sentia triste porque ama seu pai e porque do lado da cas...