Capítulo 23

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- Me desculpe... - Encaro meu sorvete.

- Não... Tudo bem... Foi por causa da chamada? - Suspiro.

- Longa história... - Ele assentiu.

Ficamos comendo o sorvete em silêncio ouvindo os pássaros a cantar. Derrepente meu celular tocou e era minha mãe.

- Mãe? - Atendi. - Tudo bem?

- Sim... Eu acho... Melhor vir para casa.

- Porquê? - Olho Henrique que me analisava.

- Tá quase na hora do jantar e temos assuntos a resolver...

- Que assuntos?

- Vem para casa filha.

- Tou indo mãe. Txau.

- Txau. - Desligamos.

- Tenho que ir. - Me coloco de pé.

- Onde? - Diz Henrique se colocando também.

- Para casa.

- Eu vou com você. - Assenti e caminhamos até a casa.

Chegamos e notei o carro do meu estacionado.

- O que ele ainda faz aqui? - Pergunto a Henrique que dá de ombros.

Entramos, eu fui na frente, e quando cheguei na sala congelei, meus músculos e cérebro pararam de trabalhar.

O que Vasco tá fazendo aqui? E porque Carla está do lado dele como se fosse algum parente próximo? Meu pai tá tão distante... Porquê?!

Não! Pior! Porque minha mãe está segurando o Miguel como se ele fosse bater em alguém? O que tá rolando aqui?

- O que... O que tá acontecendo aqui? - Gaguejo ansiosa.

- Ainda bem que chegou! - Fala minha mãe.

Todos ficaram em silêncio e eu explodi:

- Alguém pode me explicar que droga tá acontecendo aqui? Porque esse otário está aqui? Agora vai tentar me estuprar na frente de minha família? - Quando falei isso todos me encararem surpreendidos menos Miguel porque ele já sabia.

Só depois de segundos tive a noção da bomba que larguei... Meu Deus... Falei sem pensar!

- Porque meu filho iria estuprar uma menina mimada como você? - Pergunta Carla furiosa.

- Filho?! - Pergunto confusa.

O que eu perdi nesses últimos capítulos? O que é isso? Novela?

- Como assim filho?... Mas por um lado não fico admirada... Têm um carácter muito parecido...

Ninguém me respondeu, tudo parecia ainda processar o que eu tinha falado.

- Ainda não me respondeu o que você tá fazendo aqui! - Pergunto a Vasco.

- Eu queria falar pra você o que eu sinto. Os momentos que passamos juntos e o carinho que partilhamos. Tudo na frente da sua família.

- Nós nunca partilhamos nada... Você só pode ser louco...

- Por você, claro... - Do nada ele me deu um selinho.

Vejo meu pai se aproximar e agarrar sua jaqueta o fazendo cair no chão.

- Não toque na minha filha! - Depois meu pai me abraçou. - Você tá bem?

- Eu falei que era mentira... - Diz Miguel com um olhar furioso. - Isabella nunca iria olhar para lixo...

Entre Dois IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora