Capítulo 1

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– Tem algumas testemunhas que viram vocês discutindo minutos antes dele ser encontrado morto. - a detetive falou, voltou a falar quando “ouviu” o meu silêncio. - Você jogou bebida nele? - questionou calma. - Por que vocês discutiram? - continuei em silêncio. - Não estamos te acusando de nada! Apenas queremos a verdade.

(Melissa)

Entrei em casa e fechei a porta atrás de mim. Coloquei as chaves na mesinha branca ao lado da porta no mesmo tempo em que ouvi vozes vindo da sala de visitas.

Me aproximei da sala e pude ver meus pais sentados em volta da mesa e um homem alto e magro de pé perto da mesa e uma mulher branca e loira sentada próxima a minha mãe.

De onde eu estou não dá pra ouvir muito coisa, apenas vozes falando ao mesmo tempo.

– Ouvindo a conversa dos outros atrás da porta, Melissa?

– Que susto, tia. - falei olhando para minha tia, depois de ter me virado bruscamente por conta do susto.

– Que coisa feia, ouvindo a conversa dos outros. - sorriu.

– Quem são eles? - questionei ignorando totalmente o comentário dela.

– São os novos sócios dos seus pais! - afirmou. - Eles vieram de fora.

– Agora estão fazendo reuniões de trabalho em casa? Era só o que faltava, gente desconhecida entretanto e saindo dessa casa!

– Quem somos nós pra opinar. - sorriu.

Minha tia veio morar conosco cerca de seis anos atrás quando a vovó morreu, pois ela teve depressão e outros problemas causados pela perda da vovó.

Subi as escadas até meu quarto. Passei em frente ao quarto de Micael e o vi deitado de bruços com fones de ouvido e olhos fechados.

– Não faz mais nada da vida, moleque? - joguei uma bolinha de papel, que estava no chão, em cima dele.

– Me deixa em paz, garota! - falou sorrindo.

Fui até meu quarto e tranquei a porta depois de entrar. Tirei meus tênis surrado e deitei na cama.

(Micael)

Bati na porta do quarto de Melissa por uns dois minutos até que ela abriu a mesma com os cabelos castanho todo bagunçado.

– Que foi? - questionou voltando para a cama.

– Vamos no Dike's?

– Fazer o que? - puxou o cobertor.

– O que se faz em uma lanchonete? - questionei com irônica.

– Pode-se faz muitas coisas. - olhou para mim e sorriu.

– Idiota. - sorri. - Vamos? Vou encontrar a Antonella.

– Por isso tá aí com esse sorrisinho bobo, não é?!

– Vamos logo! - gargalhei. - Vou te esperar no carro.

Desci as escadas percebendo que não havia ninguém na sala de visitas nem na sala de estar. Sai de casa e tirei meu carro da garagem.

– Ei - ouvi minha tia me chamar - Micael?

Coloquei a cabeça para fora e a vi na porta de entrada.

– Oi. - respondi parando o carro em frente a casa.

– Sua mãe não quer você andando por aí nesse carro…

– Não vai acontecer nada! - a interrompi.

– Você sabe o que aconteceu da última vez.

– Não vai acontecer nada! - repeti revirando os olhos no mesmo tempo em que vi Melissa passar por ela correndo em direção ao carro.

– Aonde vocês vão? - gritou. Eu achei engraçado.

– Dá um rolê. - Melissa respondeu um pouco mais alto e entrou no carro.

(Antonella)

Cheguei no Dike's e não vi Micael no local. Fui até a mesa perto da janela, que a gente sempre senta, e o esperei.

Cerca de dez minutos se passaram quando vi ele entrar e logo atrás dele, Melissa.

Ele veio até a mesa com um sorriso largo e bonito no rosto.

– Oi, amor. - beijou de leve os meus lábios.

– Oi, querido. - o cumprimentei.

– Eca. - Melissa fingiu que ia vomitar.

– Sai daqui, garota. - Micael falou sorrindo.

– Como você está? - ela segurou minha mão enquanto Micael sentou-se na minha frente.

– Bem melhor, hoje não senti nada.

Me referia a algumas dores que eu vinha sentindo do peito.

– Tem que procurar um médico. - Micael falou.

– Concordo.

– Já estou melhor, gente. - tentei mudar o assunto. - Você vai sentar conosco?

– Claro que não! Não sei nem por que eu vim. - sorriu e foi sentar em outra mesa.

– Você nos ama! - Micael falou sorrindo.

(Emília)

– Esses meus sobrinhos são uma graça. - fechei a porta e sentei no sofá. Peguei meu notebook e assim que liguei, Ester entrou na sala.

– Você viu a Melissa e o Micael? - questionou.

– Saíram. Falaram que iam dá um rolê. - respondi sem tirar os olhos do notebook.

– Dá um rolê. - repetiu, bufou. - Eles sabem que não gosto de vê-los dentro daquele carro.

– É por isso que eles fazem! Eles não estão nem aí para o que você gosta.

Ela não respondeu, apenas saiu da sala. Na verdade, ela não gosta quando eu falo a verdade sobre o que os filhos dela pensam sobre ela.

(Melissa)

Sentei em uma mesa no outro lado da lanchonete, só pra não ter que ficar ouvindo a melação daqueles dois.

– Boa tarde, Melissa. - falou Gabi, a garçonete - O que vai querer?

– Oi, Gabi. Só uma cerveja.

– Só isso?

– Sim, obrigada.

Ela anotou o pedido e saiu.

Vi uma menina baixa e magra com os cabelos cacheados entrar e olhar em volta.

Nunca vi ela por aqui. Não que eu conheça todo mundo da cidade, mas eu venho aqui todo dia e nunca a vi.

Ela caminhou até uma mesa e se sentou. De onde eu estou, consigo vê-la de lado.

(Rebeca)

Sentei em uma mesa perto do balcão. Nesse lugar não a muitas pessoas.

– Boa tarde, já deu uma olhada no cardápio? - a garçonete perguntou.

– Boa tarde. Não, mas vou querer um sorvete de chocolate e cerveja, por favor.

– Claro. Só um minuto.

Olhei em volta e vi um menina olhando pra mim.

A encarei e ela encarou mais ainda.

– Aff, o que a de errado com as pessoas dessa cidade? - falei pra mim mesma, em uma altura que só eu pude ouvir.

Perdão pelos erros de ortografia.

Micael - assassinato ou suicídio?Onde histórias criam vida. Descubra agora