Capítulo nove

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Em uma tarde qualquer, o grupo de amigos decidiu se reunir, afim de passarem um tempo juntos e descansando, esse final de semestre estava bem puxado e logo as provas de final de ano estavam chegando, sem contar é claro com o vestibulinho que fariam. Os estudantes apenas queriam aproveitar um pouco antes de entrarem em uma faculdade.

Por coincidência, Mahina e Keiko foram as primeiras a chegar na lanchonete onde marcaram de se encontrarem, se sentaram nas mesas enquanto esperavam por Naomi e Takashi.

—Sabe Keiko? —Começou Mahina enquanto olhava algo em seu celular.

—O que Mahina? —Perguntou timidamente, ainda não conseguia encarar Mahina sem corar e nem gaguejar, estava muito nervosa por se encontrar sozinha na presença dela, da pessoa que fazia seu coração palpitar.

—Eu estava pensando em pintar meu cabelo nesse tom de roxo —disse Mahina mostrando uma foto da tonalidade da cor. —O que você acha?

—Acho que ficaria perfeito em você –respondeu sem pensar e logo tampou a boca. —Me desculpa.

—Não se preocupe —riu. —Sinto que você não consegue se expressar com palavras.

—É, eu me expresso melhor desenhando —confirmou balançando a cabeça.

—Qualquer dia você poderia me mostrar seus desenhos?

—Claro —sorriu.

As duas conseguiram engatar em uma conversa animada sobre seus gostos particulares que até esqueceram-se de Takashi e Naomi, esse dois se atrasaram devido a Yui que fez questão de agradecer a senhora Inoue por ter cuidado da sua sobrinha em meio aquele temporal, sem contar com o pequeno presente que a tia de Naomi comprou em forma de agradecimento.

Quando os dois chegaram no local marcado e viram de longe Keiko e Mahina conversando, trocaram sorrisos felizes pelas amigas e se sentaram junta a elas, em pouco tempo todos se mergulharam em uma conversa até altas horas da tarde, riram, brincaram e comeram batatas fritas.

Vendo que o céu estava escurecendo, decidiram irem para suas casas antes que ficasse muito tarde para sair na rua, Mahina e Keiko foram para um lado e Naomi e Takashi por outro, a morena de longos fios estava feliz pelo tempo sozinha que estava tendo com Takashi, em meio a caminhada pelas ruas revestidas pela neve, suas mãos as vezes se tocam rapidamente, já que estavam andando muito próximos.

Todavia, em dado momento, Takashi segurou sua mão como se não fosse nada de mais, como se aquilo não fosse fofo e nem cafona, a mão de Takashi estava muito fria, parecia uma pedra de gelo, olhou para suas mãos, agora, entrelaçadas e viu aquele fio escarlate entre seus dedos e lembrou-se do sonho que teve.

Naomi encontrava-se em pé um lugar cheio de grama e existindo ali, apenas uma arvore grande de cerejeira que estava logo atrás de si, não sabia como tinha parado ali. A morena olhou envolta e não via ninguém, mas quando se virou para frente, deparou-se com um senhor de idade trajado com um quimono preto com algumas partes em um vermelho escarlate.

Ao se aproximar do homem o mesmo sorriu.

—Naomi Hashimoto —disse com uma voz serena.

—Quem seria você? —Perguntou confusa.

—Sou o deus casamenteiro, Yuelao.

—Akai Ito —disse Naomi em choque.

—Vejo que ainda se lembra —riu o deus.

—O senhor poderia responder... Uma pergunta?

—Pode fazê-la minha jovem.

—É sobre o Reddobijon, por que eu tenho essa visão?

—Minha jovem, vós sois de minha descendência, por isso podes ver o Akai Ito.

Naomi ficou surpresa, não esperava ser descendente do deus casamenteiro.

Eu posso somente ver o meu fio?

—Com o passar do tempo, vós conseguireis enxergar o Akai Ito de outras pessoas —Naomi olhou para sua mão. —Conseguirás isto com o tempo.

—Realmente, ele é a pessoa a quem estou conectada? —Questionou mostrando levantando o dedo mindinho, dava para ver claramente o fio vermelho.

—O que achas? —Sorriu o velho homem.

E após isso, acordou do seu sono, havia ficado pensando nisso durante todo o trajeto até a sua casa. Takashi soltou sua mão e depositou um beijo rápido nos lábios gélidos de Naomi, o rubor em suas bochechas era muito mais que evidente, isso fez rissem sem jeito, os dois estavam envergonhados. Naomi então se despediu com um simples aceno e entrou em sua casa.

赤い糸

No dia seguinte, Naomi ainda não conseguia esquecer do beijo que recebera de Takashi na noite anterior quando saíram em grupo, aquela cena e emoções se repetiam como se tudo não passe de um gif, sempre rebobinando. Assim que chegou na sala de aula, caminhou em direção aos seus amigos, de cara, notou a falta de alguém.

—Onde está Mahina?

—Ela me disse que havia acordado tarde, logo ela estará aqui —respondeu Keiko.

—Quando se tornou tão próxima assim de Mahina? —Perguntou Takashi com um sorriso malicioso no rosto.

—Me recordo de que vocês estavam muito próximas que nem ao menos deram atenção para gente —disse Naomi se referindo a si e Takashi.

—N-Não! —Disse Keiko gaguejando.

—Vai mesmo nós dizer "não"? —Falou Takashi fazendo Keiko corar.

—Bom dia gente.

A voz de Mahina soou, atraindo a atenção dos amigos para si, estava com um corte de cabelo diferente, seus cabelos estavam muito mais curtos e foram tingidos de um tom de roxo escuro. Takashi e Naomi olharam diretamente para Keiko, que encarava Mahina extremamente corada.

Com um sorriso no rosto, Naomi cutucou Keiko e disse:

—Está muito bonita Mahina, não concorda Keiko?

—A-ah... Sim, está muito bonita Mahina —sorriu timidamente a acastanhada.

Takashi soltou um riso anasalado enquanto Mahina devolvia o sorriso da amiga.

O dia foi bastante entediante para os colegiais, ao soar do sinal para o intervalo, Takashi teve que resolver algumas coisas no grêmio, não podendo ficar com as amigas, porém ao final das aulas, Takashi voltou para sua casa acompanhado de Naomi, deixando Mahina e Keiko irem embora sozinhas.

Keiko havia decidido uma coisa, iria se confessar para Mahina naquele mesmo dia. Enquanto caminhavam pelas ruas, Keiko tentava tomar coragem para engajar em uma conversar para que pudesse contar o que estava na sua garganta tanto tempo. Respirou fundo e de repente pegou a mão de Mahina, fazendo-a olhar para si com curiosidade.

—Aconteceu alguma coisa? —Perguntou virando completamente seu corpo em direção de Keiko.

—Queria fazer algo antes que eu perca a coragem.

Ao final, os planos se alteram.

Keiko puxou Mahina pela gola da camisa e selou suas bocas em um beijo, seus lábios eram macios e quentes, o sabor de menta era muito presente por conta da bala que Mahina tinha em sua boca. Keiko afastou seu rosto e olhou-a.

—Eu gosto de você a muito tempo, na verdade desde quanto eu te vi pela primeira vez —abaixou a cabeça. —Por favor, aceite meus sentimentos, se puder, ao menos me dê uma chance.

—Eu não sei se seria certo eu te dar uma chance, sinto como se estivesse te iludindo —Mahina sorriu fraco. —Mas você consegue causar algo no meu corpo, que não sei o que é isso.

Então, você me aceita? Posso tentar você fazer você se apaixonar por mim? —Perguntou esperançosa.

Mahina sorriu com ternura.

E mais um beijo foi indiciado, dessa vez, sendo retribuído por ambos.

Akai ItoOnde histórias criam vida. Descubra agora