O clima era tenso.
O filho de Ceres e a filha de Hécate intercalavam o olhar entre os dois homens congelados, Percy ainda xingava enquanto limpava o café da camisa e rosto, Luke e Grover apenas se encaravam chocados demais para qualquer reação.
-- Bom, agora que as belas adormecidas chegaram, podemos pedir. -- Percy bufou, mal humorado, e levantou a mão para chamar o garçom.
Edgar cutucou descaradamente o loiro, que pareceu despertar e deslizou vagarosamente para o assento ao lado do filho de Poseidon, os dois menores seguido seu exemplo. Eles pediram seus lanches (Percy tendo que chutar a canela de Grover, por debaixo da mesa, para ele conseguir sair de seu estupor e balbuciar alguma coisa).
-- Como vamos pagar? -- Sophia recordou, preocupada. -- Gastamos todo o dinheiro que Edgar roubou no hotel.
-- Pedir para Grover trazer dinheiro e roupas para nós. -- Garantiu, gesticulando para a mochila que pesava nas costas do amigo. -- Eddie, já conversamos sobre isso. Você não pode roubar seus companheiros de missão. Devolva.
Resmugando, Edgar estendeu a carteira de Grover para o dono, para sua total perplexidade.
-- Ei, companheiros de missão? -- Repetiu Edgar, franzido a testa. -- Ele vem com a gente?
Percy assentiu, ignorando o desconforto óbvio do dois homens.
-- Uhum. A propósito, Eddie e Sophia, esse é meu melhor amigo Grover Underwood. Ele é um sátiro. Grover, esse é Edgar Cornerstone e Sophia...?
-- Eu não tenho sobrenome. -- Murmurou a semideusa, corando. -- Sophia é o nome que a Madre Superior da época resolveu me dar quando apareci na porta do orfanato, era o nome que daria a sua filha, se pudesse ter uma.
-- Só Sophia, então. -- Percy concordou, antes de acrescentar maliciosamente: -- E esse belo e gostoso loiro aqui, completamente desconhecido para você, é Luke Castellan.
O filho de Hermes piscou, sentindo uma queimação estranha em suas bochechas, mas se recusando a confessar para si mesmo que corou.
-- Ei.
-- Ei. -- Grover devolveu, um tanto secamente, os olhos fixos no cardápio a sua frente.
Eles aguardaram a chegada de sua refeição quietamente, mas Luke, numa tentativa de evitar encontrar os olhos do ex amigo, desviou o olhar para o filho de Poseidon. Então, ele notou: era fino, superficial, como o raspar de uma lâmina, e deslizava da sobrancelha negra até a clavícula numa linha vermelha quase imperceptível. Outros detalhes, que tinha escapado de sua percepção, vieram a tona: o jeito como o cabelo de Percy estava mais bagunçado que o normal, suas roupas mais sujas, a areia se misturando ao pó dourado muito familiar.
-- O que houve? -- Luke questionou, estendendo inconscientemente a mão para roçar os dedos no ferimento.
-- Havia alguns monstros cercando o hotel. -- Percy deu de ombros. -- Eu e Grover demos um jeito neles.
-- Por que não nos acordou?
-- Dávamos conta, não eram muitos monstros e poderíamos curar qualquer ferimento com Néctar.
-- Ainda assim...
Percy franziu a testa, o olhar se estreitando para os dedos gelados no corte de seu rosto e depois se voltando para o loiro, uma sobrancelha levantada numa pergunta silenciosa. Luke rapidamente puxou a mão, a queimação nas suas bochechas aumentando. Nenhum dos dois percebeu o queixo caído de Grover, revezando os olhos arregalados entre os dois, havia choque e reconhecimento na sua expressão.
-- Comprou as passagens? -- Percy questionou, pegando com reverência o hambúrguer posto na sua frente, quando os pedidos chegaram.
-- Sim, o vôo saí ao meio-dia. -- O sátiro afirmou.
O prato tilintou quando o hambúrguer escorregou das mãos do moreno e caiu bruscamente de volta na superfície de vidro, os olhos verde-mar correndo para Grover, horrorizados.
-- Vôo?
-- Sim, vamos de avião. É a forma mais rápida.
-- Entendo.
Percy comeu seu hambúrguer um tanto violentamente depois disso. Grover desapareceu junto com Sophia e Edgar depois de terem terminado, deixando Luke e Percy para os aguardarem no hotel.
-- Para onde eles foram? -- Questionou o loiro, quando retornavam.
-- Fazer identidades e passaportes falsos. Sophia e Eddie não tem documentos, mas mesmo se tivessem não poderíamos viajar com dois menores de idade sem qualquer parentesco conosco, levantaria suspeitas. -- Esclareceu, bocejando e piscando os olhos. Ainda estava um pouco cansado, mesmo que o banho e a refeição tenho renovado consideravelmente suas energias.
-- Onde Grover vai arranjar alguém que faça identidades e passaportes falsos válidos em tão pouco tempo?
-- Conhecemos um casal daqui de Los Angeles, uma filha de Atena e um filho de Vulcano, que consegue fazer isso e muito mais. Sério, é assustadoramente impressionante.
Eles adentraram o apartamento, Percy se jogando na cama, enquanto Luke se esticava no sofá. O filho de Hermes se deixou perder em pensamentos, se perguntando principalmente se Grover teria a mesma facilidade do moreno em o perdoar, mas sabia qual era a resposta: Grover, Annabeth e Thalia eram seus amigos íntimos, os quatro passaram por muitos desafios juntos. Percy teve um relance momentâneo da pessoa que ele foi antes de ser consumido pelo ódio aos deuses, mas eles não tiveram vínculos de companheirismo ou sentimentos profundos, o que tornava o peso da traição menos doloroso. Foi quase fácil para ele não guardar rancor ou mágoa, o que não era o caso dos outros.
Suspirando, se virou para encarar o filho de Poseidon, que cochilava pacificamente, e Luke se viu hipnotizado pela visão a sua frente: a respiração suave e ritmada, a testa franzida tão levemente que quase não era notável, o jeito divertidamente bizarro como seus braços e pernas se espalhavam por toda a cama, o filete de baba que escorria de sua boca entreaberta... Era impossível definir se é engraçado ou belo. Talvez ambos?
Vagarosamente, se ter real consciência do que fazia, Luke se levantou e caminhou até o moreno. Se agachando em frente a seu rosto, observou as feições delicadas, mas com os devidos toques característicos de masculinidade. Sua mão se estendeu, assim como ocorreu mais cedo, tocando a bochecha bronzeada e confirmando que era tão macia quanto parecia...
Seu braço foi agarrado e a cama rangeu quando atingiu ela violentamente, o toque gélido do Bronze Celestial de Anaklusmos foi sentindo no seu pescoço, um movimento e sua garganta seria decepada. Erguendo o rosto cuidadosamente, se viu mirado por olhos verde-mar estreitos.
-- Que porra você tava fazendo, Castellan?
Luke abriu a boca, mas percebeu que não tinha uma resposta. O que estava fazendo, afinal?
Acima de si, o filho de Poseidon bufou e se moveu, muito provavelmente para sair de cima do outro... Mas sua coxa roçou acidentalmente na virilha do loiro, o fazendo grunhir. Arqueando uma sobrancelha, Percy sorriu maliciosamente e jogou a espada para o chão, onde ela caiu com barulhos estrondosos. Suas mãos se espalmaram de cada lado do rosto de Luke e ele bruscamente chocou seus quadris, fazendo o outro arregalar os olhos, um gemido baixo escapado de sua boca.
-- Jackson...
-- Castellan. -- Ronronou, as mãos pegando a face do filho de Hermes, inclinando a cabeça para que seus lábios estivessem a centímetros. -- Você quer isso, não é? Você me quer?
Luke fechou os olhos, Percy rebolava levemente contra ele, endurecendo seu membro e o fazendo gemer baixinho.
-- Si...Sim. -- Engasgou.
Houve um novo choque dos quadris, dessa vez mais violento, arrancando um arfar do loiro.
-- Mais alto. -- Percy ordenou.
-- Sim. -- Repetiu, com o máximo de firmeza que sua atual situação permitia. -- Eu quero você.
-- Bom menino. -- Sussurrou, seu sorriso se alargando. -- Merece uma recompensa.
Percy levou um momento para admirar a visão abaixo dele: o aparentemente poderoso loiro completamente submisso a ele, com os lábios levemente abertos em expectativa, sua respiração pesada, as bochechas rosadas, os olhos azuis nublados de luxúria e desejo. Luke sentiu os beiços de Percy roçar nos seus, a língua se esqueirando para dentro da sua boca, o cheiro de maresia o deixando extasiado e tonto...
A porta foi arrancada de suas dobradiças, atingido a parede ao lado da cama e enviando lascas de madeira ao longo do quarto, fazendo os dois semideuses saltarem. Percy rolou para o lado, se sentando num pulo e Luke seguiu seu exemplo, um pouco mais vagarosamente.
-- Estou interrompendo? -- Uma voz sibilou, num tom docemente enjoativo e quase maternal.
Parada na porta, estava uma familiar mulher alta e gorda, com sorriso que exibia dentes anormalmente afiados e amarelos. Nos seus braços estavam um chihuahua usando uma coleira de diamantes e entre suas pernas, se esfregando em suas canelas e ronronando, havia um adorável gato laranja. Percy engasgou, sua mão afundando em seu bolso e agarrando Anaklusmos, os olhos arregalados.
-- Você!
-- Olá de novo, querido. -- Cumprimentou agradavelmente, acariciando o "cachorro". -- Você cresceu.
-- É por que existe algo chamado "idade", que só vai aumentando com o passar do tempo. -- Retrucou, seus olhos vasculhando o local, em busca de uma saída. -- Você com certeza sabe o que é isso, tem tantos anos acumulados...
Sibilares irritados, como a de uma cobra irritada, escaparam da garganta da mulher.
-- Ora seu...
Uma explosão metálica a cortou e águas jorraram do banheiro, atingido os invasores com a mesma potência de milhares de socos, os enviando para o corredor. Os dois semideuses pularam da cama, disparando pelo corredor, tendo um relance dos hóspedes mais ousados que sairam para espiar o que acontecia e ouvido rugidos atrás de si.
-- Você conhece? -- Luke ofegou, quando desciam para a recepção, pulando três degraus de cada vez.
-- A mulher é Equidna, o cachorro a Quimera e o gato... Sei lá. Provavelmente algo que quer nos matar.
-- Ou talvez seja um gatinho comum.
-- Eu te aconselho a não ser tão otimista, Castellan.
Quando alcançaram a rua, não tiveram tempo de sentir qualquer sentimento de alívio, pois um buraco foi aberto no andar em que estavam e um vulto emergiu gloriosamente. A Esfinge pousou em frente a eles, os rosnados grotescos não combinavam com seu belo rosto de mulher, o sol refletindo nas penas de suas asas e as fazendo brilhar como se tivesse entalhes de ouro.
-- Tem razão, Jackson. -- Luke murmurou, tirando um cabo de madeira do bolso, que media cerca de vinte centímetros. -- Não é aconselhável ser otimista.
O loiro jogou o cabo para o ar e, quando ele caiu em sua mão, era uma foice de quase dois metros e lâmina mortalmente brilhante.
-- A foice de Cronos? -- Percy exclamou, surpreso. -- Achei que tinha sido destruída depois da batalha final contra os titãs.
-- Nyx me deu. -- Deu de ombros.
A Esfinge avançou, as garras correndo na direção da garganta de ambos, que desviaram e se prepararam para golpear as costelas da sua metade lembrando um leão. Mas o monstro fez um giro brusco que o tirou da mira da foice, ao mesmo tempo que Percy recuava para evitar ser estraçalhado pela Quimera e os dois se viram de costas para um por outro, as armas prontas para qualquer avanço dos inimigos.
-- Você fica com a Quimera e eu com a Esfinge. -- Percy afirmou.
-- Por que eu tenho que ficar com a Quimera?
-- Por que eu já enfrentei ela uma vez.
-- Enfrentou? Pelo que fiquei sabendo, você fugiu pulando na água.
-- Eu era um semideus em fase de treinamento, que tinha acabado de descobrir sobre o mundo mitológico e ela um monstro que foi um desafio até mesmo para os grandes heróis com experiência de décadas. Acha que teria feito melhor na minha situação?
Luke estava prestes a retrucar, mas os filhos de Equidna avançaram juntos, tomando a decisão por eles.
Percy se esquivava das garras e presas da Esfinge, além dos golpes das asas, que ele desconfiava que poderia arrancar sua cabeça ou quebrar ossos se fosse atingido. Quando o monstro teve que abaixar a cabeça para tentar abocanhar suas pernas, uma ideia brilhou em sua mente e ele saltou para cima, quase tendo a mandíbula se fechando numa de suas panturrilhas. Pisando na cabeça da mulher para pegar impulso e segurando a espada com ambas as mãos, aterrissou dolorosamente nas costas da Esfinge e afundou a lâmina entre suas asas, tendo o prazer de ouvi-la gritar de dor. Mudando a espada para a mão esquerda, descreveu um arco lateral que decepou a cabeça e a fez quicar algumas vezes.
O moreno caiu desajeitadamente no chão quando a Esfinge se desfez em pó, sufocando um xingamento e se forçando a sentar, sendo saudado pela visão da luta entre Luke e a Quimera. O filho de Hermes estava conseguido desviar quase completamente dos avanços da cabeça felina e do rabo serpente, mas não obteve sucesso em ferir o monstro, que estava ileso e parecendo cada vez mais feroz com seu adversário. Percy se pôs de pé e disparou para prestar ajuda, cuidadosamente se aproximando da parte traseira da fera e desferindo um golpe que cortou fora sua cauda, fazendo o rabo se contorcer no chão emitindo sibilos de angústia.
Rugindo de ódio e agonia, a Quimera se virou e golpeou o filho de Poseidon, que não reagiu rápido o suficiente e teve seu braço rasgado pelas garras. Aproveitando a distração, Luke ergueu a foice e a desceu com tudo no crânio do monstro, arrastando-a pela face até a garganta. Quando a Quimera virou pó, Luke correu até Percy que foi jogado do outro lado da rua, desejando que sua foice encolhesse e a fazendo voltar a ser apenas um cabo inocente. Se ajoelhando em frente ao companheiro de missão, tirou cuidadosamente a mão que o moreno usava para estancar o sangue e examinou o ferimento, uma careta no rosto.
Exatos quatro cortes diagonais cruzavam o braço, começando abaixo do ombro e descendo para o cotovelo, sangue sujava as roupas. O loiro arrancou a própria camisa e a amarrou firmemente nos cortes, sentindo Percy estremecer, mas este não reclamou ou emitiu qualquer som que indicasse dor. Um sibilar no ouvido de Luke o fez se virar, se vendo cara a cara com o rosto levemente escamoso de Equidna e seus olhos serpentinos, a pressão de uma adaga no seu peito.
-- Que cena linda... Pena que o casal não viverá o suficiente para usufruir de seu amor... Ou talvez eu mate apenas você e leve o filho de Poseidon como presente para Tártaro. Semideuses não duram tanto quanto deuses, mas os gritos breves deles devem ser o suficiente deixar meu mestre de bom humor. É, é uma boa ideia.
Equidna ergueu a adaga, o sorriso largo revelando suas presas afiadas... Então ela explodiu. Seus pedaços se espalharam pelo asfalto, calçadas, atingiram algumas pessoas que pararam para assistir o que acontecia e cobriu os dois semideuses. Luke engasgou de nojo, erguendo o olhar para encontrar um homem de cabelos e olhos caramelizados, sardas nítidas salpicando seu rosto de pele clara. Ele tinha corpo robusto, recheando com músculos, suas mãos calejadas carregavam um fuzil e num cinto de ferramentas na sua cintura tinha duas pistolas. Estava descalço por algum motivo e sua camisa parecia rasgada pelo que parecia ser garras.
-- Precisam de uma ajuda? -- Questionou calorosamente.
-- Eai, Gordon! -- Percy cumprimentou, no mesmo tom. -- Se você pudesse me ajudar aqui...
-- Eu faço isso. -- O filho de Hermes cortou, ficando de pé.
Agarrando o braço intacto, o loiro puxou cuidadosamente o outro para cima, o ajudando a se erguer e o segurando quando balançou um pouco.
-- Luke, esse é Gordon, o filho de Vulcano que eu te falei. Gordon, esse é Luke, filho de Hermes. -- Apresentou.
Os dois acenaram um para outro silenciosamente.
-- Vamos, seus amigos estão esperando na minha camionete, ali na esquina.
A camionete era preta, com chamas em vermelho feitas manualmente e parecia reluzir de modo sobrenatural. A porta ao lado do motorista se abriu e uma garota de cabelos castanhos saiu, ela tinha um corte no lábio inferior, mancava levemente e tinha pó dourado cintilando em seus cabelos cacheados. Os característicos olhos cinzentos dos filhos de Atena se arrecadaram quando avistaram o loiro que apoiava Percy.
-- Você... Você é Luke Castellan! -- Ela engasgou, descrente.
-- O cara que foi possuído por Saturno? -- Gordon apoiou o fuzil nos ombros, arqueando uma sobrancelha. -- Ele não estava morto?
-- Estava. -- Afirmou Luke, inexpressivo.
-- Tamara. -- Percy interrompeu, quando ela percebeu que ela ia protestar. Sabia, por experiência própria, que filhos de Atena ficavam particularmente explosivos ao ter sua lógica desafiada (como eles encontravam lógica no mundo da mitologia? É um mistério). -- Temos que arranjar uma camisa para Luke e curar meu braço, isso antes do nosso... Avião decolar. Pode deixar o monólogo para depois?
Tamara amarrou a cara, mas gesticulou para entrarem no veículo, enquanto assumia seu lugar ao lado do marido. Percy e Luke se apertaram na parte de trás, onde os outros estavam, todos sujos e descabelados.
-- Vocês também toparam com monstros? -- Questionou o filho de Hermes.
-- Sim. -- Grover murmurou. -- Dez Empusa.
-- O que houve com Sophia? -- Percy questionou, vendo que a filha de Hécate parecia a mais pálida e cansada dos três.
-- Oh! Vocês deviam ter visto! -- Edgar exclamou, olhando com reverência para a menor, que corou. -- Ela fez uma macumba lá e várias flechas negras surgiram do nada! Eliminou metade daquelas mulheres-monstro!
-- Isso foi admirável. -- Luke elogiou, fazendo o rubor das bochechas da garota aumentar.XXXXXX
A camionete estacionou na entrada do Los Angeles International Airport, onde os cinco companheiros de missão desceram.
Seu estado estava mais apresentável, tendo eles tomado banho e conseguido algumas roupas menos desgastadas, Percy tinha curado parcialmente seu braço comendo Ambrósia e envolvendo o ferimento com gazes molhados de Néctar.
-- Obrigado por tudo. -- Percy disse, sorrindo para o casal de semideuses através da janela do motorista. Os outros, que já tinham se despedido, foram fazer o check-in. -- Não sei nem como começar a retribui.
Tamara bufou.
-- Se nós semideuses não ajudamos uns aos outros, quem o fará? A propósito, Percy, você precisa mandar uma Mensagem de Íris para Annabeth e Thalia. Elas estão se descabelando de preocupação.
-- Hazel e Frank também. -- Gordon acrescentou.
-- Disseram que você e Grover não mandam notícias a quase um ano. -- Os olhos cinzentos se fixaram acusadoramente no moreno.
Percy encolheu os ombros, abaixando a cabeça.
-- As coisas ter sido difíceis. Para nós dois.
-- As coisas vão ficar muito mais difíceis se você demorar mais tempo para dar sinal de vida. -- Retrucou a filha de Atena.
-- Vou ver se falo com eles quando acabamos com isso. -- Disse por fim, passando a mão pelos cabelos rebeldes. -- Até algum dia.
-- Até .
-- Boa sorte, cara.
O filho de Poseidon observou a camionete se distanciar, antes de se virar e adentrar o aeroporto em busca dos outros.
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Recomeços.
Adventure"Pôr o ponto final numa história, não significa que não possa iniciar outro livro." Quatro semideuses sem nada a perder. Ambos só desejam se provar, alcançar a felicidade ou ter sua redenção. Até a oportunidade surgir na forma de uma missão ar...