Tentativas (Tradução)

"Preciso da sua ajuda"

Era alguma hora em torno da meia-noite na Torre dos Vingadores — 12h22, o relógio marcava, quando Wanda virou sua cabeça para verificar — e de qualquer forma, ela estava mais do que pronta para se enfiar na cama e obter o descanso muito necessário.

A bruxa não sabia se ficava aliviada ou simplesmente aborrecida quando esse plano foi rapidamente destruído (dormir significava sonhos, e sonhos significavam Pietro, e Deus, ela o ama — amava, lembra a si mesma com amargura — tanto que seu coração dói, mas vê-lo ali quando sabe que não poderia mais tocá-lo apenas a machuca), forçando os ouvidos para ouvir passos leves se aproximando de seu quarto no 7º andar.

Ela sabia que não era Steve ou Sam; talvez fosse Clint? Ou Natasha? Lutou contra a onda de esperança que de repente cresceu em seu peito quando sua mente sussurrou que talvez fosse Natasha — Natasha, que tinha saído em uma missão no mês passado; Natasha, por quem Wanda ansiava com cada fibra de seu ser; Natasha, que era tão famosa por ser fria e ilegível por fora, mas sempre consegue fazê-la sorrir e rir e esquecer todos os motivos pelos quais ela não deveria estar fazendo nenhuma dessas coisas em primeiro lugar... Natasha, a mulher que Wanda sabe que está se apaixonando por, e que sabe nunca iria se apaixonar por ela de volta.

Elas se aproximaram depois de Sokovia — uma surpresa completa para Wanda; isso é certeza. Para ser justa, a assassina ruiva deu a ela um pouco de frieza nas primeiras semanas diretamente após a batalha contra Ultron, que a bruxa tinha absolutamente aceitado como a consequência direta de sua invasão bastante flagrante de privacidade no seu primeiro encontro (honestamente, ela ainda estava bastante surpresa por Natasha não tê-la matado apenas por maldade, porque Deus sabe que ela poderia ter feito isso a qualquer momento, sem pestanejar).

Mas, mais cedo do que Wanda poderia ter imaginado, Natasha apareceu de repente.

Parecia algo como uma oração: Natasha ensinando -a a cozinhar, juntando-se a ela para refeições nas áreas comuns, garantindo que ela não se sentisse deixada de lado nas 'noites em família' com o resto dos Vingadores. Em um ponto, elas adquiriram a prática de conversar uma com a outra em tcheco, a única língua comum que encontraram depois de tentar (e não conseguir) se entenderem falar em suas respectivas línguas maternas.

E não parou por aí: Natasha apareceu para as coisas sombrias também.

Ela estava lá para os ataques de pânico e colapsos completamente não solicitados que deixaram Wanda devastada pela memória implacável, ofegando por ar; ela estava lá para enfiar uma barra de proteína nas mãos de Wanda junto com uma garrafa de água no que provavelmente parecia ser o mais aleatório das vezes, mas não era, porque Wanda era péssima em lembrar de comer sozinha e muitas vezes passava dias sem perceber que passara fome (embora de alguma forma Natasha sempre soubesse); ela estava lá durante as noites longas e sem dormir que Wanda passava apaticamente assistindo filmes da Disney nas áreas comuns porque não conseguia dormir, porque assistir princesas americanas de desenhos animados cantando suas canções e dançando em ritmos ridículos parecia fazer o buraco agonizante em seu peito onde Pietro tinha existido, parecia um pouco mais suave nas bordas.

"Ei," uma voz áspera a tirou de seus pensamentos.

A bruxa se virou, ainda sentada contemplativamente na beira da cama.

Ah, meu Deus, é Natasha.

Entretanto, sua empolgação com a visita noturna de sua pessoa favorita na Torre dos Vingadores foi rapidamente ofuscada quando ela viu a assassina encostada no batente da porta, parecendo significativamente pior pelo vestuário (pelo menos, pelo que ela poderia dizer sob a iluminação fraca). A fuligem a cobria da cabeça aos pés (ela ainda estava em seu traje de combate), fazendo com que as ondas de cabelo bagunçado na altura dos ombros parecessem mais ruivos do que vermelhos. O terno estava rasgado em alguns lugares — alto em sua coxa esquerda e baixo em seu quadril oposto, profundos cortes vermelhos aparecendo através dos rasgos no tecido. Os coldres de sua coxa estavam estranhamente vazios, sangue escorrendo de um corte acima de sua sobrancelha até a borda de sua mandíbula... E seus olhos — verdes como sempre, mas pareciam vazios de alguma forma, como se Natasha não estivesse totalmente lá.