Parte 5 "penúltima"

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(...) eles não acreditam em mim, eu tenho que arranjar uma forma de lhes mostrar que ela é a bruxa que toda a povoação fala, é ela que tirou a vida de inúmeras pessoas que coitadas, foram Iludidas pela comodidade e acabaram por se deixar levar pelo luxo e pela comida, que lhes custou a própria vida. Mas eu devo mostrar aos meus irmãos que já estão hipnotizados pela bruxa, que ela não é quem nos diz ser, mas como eu farei isso? - Ahm, já sei.
_Esta noite, eu irei vos provar que não estou enganado e vocês verão na verdade quem é essa avozinha simpática. - Disse baixo, nos ouvidos dos meus irmãos, não durmam muito, vocês terão uma surpresa. - Acrescentei!

_Está bem, eu quero só ver se você está mesmo a falar a verdade, se for mentira nós vamos ficar mais tempo aqui, combinado? - Questionou João, o irmão do meio.

_Combinado,mas vocês vão se surpreender e isso eu garanto. - Disse Pedro, mostrando uma ar de confiança!

_Crianças, do que tanto conversam? A comida vai ficar fria meus meninos, venham! - Disse a avozinha, um tanto curiosa.

_Estávamos só a conversar e gostaríamos de agradecer por tudo avozinha! - Disse Pedro, para tentar desviar o assunto, já estamos indo à mesa. - Terminou.

Fomos então nos sentar a mesa, que estava toda recheada de frutos, até carne fumada tinha, aqui estava mais para banquete do que café da manhã, nos fartamos tanto de comer, que já não conseguimos mais nos levantar e algo chamou a minha atenção, a avó não comia, desde a noite lá estivemos que ela só nos deixa comer e nunca como, devem estar a se perguntar porquê nem? - pois é, também não sei, mas vamos perguntar à ela?

_Avozinha, você não come porquê? - questionou Pedro!

_Não é nada, meu foco agora é ver vocês ficar gordinhos e bem alimentados. - Terminou, com um sorriso meio sinistro!

_E essa carne, a sra é que caça? - Também achei estranho, ela ter tanta carne em casa, sendo que ela é uma velhinha e vive sozinha.

_Bom, eu aprendi a sobreviver aqui na floresta e sim, eu é que caço. Essas perguntas todas, porque Pedro? Você não confia em mim? - Perguntou, a cara dela tinha mudado e até fiquei com medo de responder coisa errada.

_Não é nada avó, mas é claro que eu confio em ti, a senhora é o máximo, muito obrigado por tudo avó. - Forcei um sorriso, e fingi estar feliz e de boa com ela.


Horas passaram e passaram e lá não fazíamos nada se não comer e nem precisávamos de procurar comida e por causa do frio que fazia lá fora, nos apenas ficávamos dentro da cabana enquanto a avó saia para ver comida, nós até queríamos ajudar, mas ela se recusava sempre, por isso passávamos mais o tempo jogando dama e dormindo!

Por causa da temperatura, a noite nunca demorava cair, o relógio no meu pulso mostrava 18h e essa era a hora que nós jantavamos, ela nos contava uma história e nós íamos dormir e naquela noite não foi diferente, assim aconteceu e as histórias dela eram tão assustadoras que eu demorava pegar no sono, diferente dos meus irmãos que levavam na desportiva e eu era visto como o medroso, vê se pode. Então fomos ao nosso aposento e eu insisti aos meus irmãos que não dormissem totalmente, pois até a meia noite, eles ouviriam tudo e eles consentiram e eu espera profundamente, que eles não dormissem totalmente.
Naquela noite eu não dormi, era a noite do tudo ou nada.


00:00h
E as vozes começaram a se ouvir, eu podia ouvir de longe, pensei que estivesse sonhando, mas não,uma voz vinha de dentro de mim, pedindo que eu acordasse e assim o fiz e comecei a ouvir a conversa dos parceiros da avó e sem exitar, acordei os meus irmãos, devagar.
_João, Lucas, acordem devagar e não façam barulho. - cochichei enquanto lhes tentava acordar.

_Me deixa dormir vai Pedro, estou com muito sono - Resmungou João!

_Não dá, oiçam com atenção. - afirmei.

Bom, consegui lhes convencer a acordar e começaram a ouvir tudo mesmo.

_Eles já têm um pouco de saúde, estão gordinhos e já dá para o gasto. - Disse a avozinha.

_Eu quero o mais novo, a minha saúde depende dele. Eles devem pagar, por toda comida que lhes demos. - Acrescentou uma voz desconhecida

_Eu tanto faz, hoje só me apetece brincar dentro das barrigas deles, quero tocar até as tripas. - Soaram risos malvados.

_Agora acreditam em mim? - questionou aos meus irmãos, que tinham gelado de tanto ouvir aquela conversa.

_Você tinha razão, o que faremos agora? - perguntou Lucas, que estava muito assustado.

_Eu ainda tenho o gergelin da mamã, quando eles se estiverem a aproximar cada um de nós terá uma oportunidade para lançar na fogueira, para espantar a eles. E amanhã, nós vamos fugir daqui e eu ouvi dizer que se nós fugirmos quem irá pagar por isso é a vovó, parece que ela tem uma dívida para com esses outros. - Expliquei-lhes. Fiquem espertos irmãos, acrescentei.

_Então vamos entrar de fininho, para que desta vez eles não acordem. - Disse o senhor.

_Vamos, mas acho que já dormiram faz muito tempo. - Disse a avó.

E quando eles tentavam se aproximar de nós, o João lançou primeiro o gergelin e para nosso azar, não teve a mesma reacção que da última vez, bateu um desespero, mas decidimos continuar tentando e quando iam pegar o Lucas, eu lancei e graças a Deus, teve uma reação, mas não foi suficiente e eles continuavam, pois estavam famintos e com vontade de fazer macumbas connosco e surgiu uma ideia, para que eles fugissem.

_Avozinha? Avozinha? A senhora está aí? - O Lucas estava chamando a ela e naquele momento notei uns passos saindo daí correndo.

_Sim meu neto, o que foi? - questionou a avó, com aquela voz dela doce, mas fingida.

_Eu estava a ter um sonho ruim, mas já passou que bom que a senhora está aqui. - Disse o Lucas, tentando parecer convincente.

_Foi apenas um pesadelo, volte a dormir meu bem. - Disse a avó, como sempre doce.

O meu plano funcionou, eu pedi que o Lucas chamasse a avó, para eles tivessem medo e fossem embora e sim, resultou.

_Vocês nos paga Maria, você nunca faz um trabalho direito. Estamos cansados de ti, e nós temos fome. - O homem, com a voz grossa e rouca falou e parecia muito zangado.

_Desculpa, a criança teve um pesadelo, mas amanhã tudo estará resolvido, confiem em mim mais uma vez por favor. - Implorou a avó.

_Tomara que amanhã seja diferente, se não, você já sabe, vamos embora daqui Lurdes. - Disse a outra bruxa e eles foram embora e a avó estava totalmente perdida, tinha que conseguir fazer com que os outros bruxos nos pegassem e nos comessem vivos.

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Continuaaaaaaaaaaa no próximo capítulo, votem, comente e leiam.
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#peace and love

Os três irmãos e a bruxa (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora