I'm Your Girl

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I'm Your Girl

Lonnie

5/6 anos

O sol ainda não havia se mostrado em toda a sua gloriosa imponência naquela manhã de verão, mas a garotinha já estava de joelhos sobre o colchão, admirando o céu arroxeado do fim da noite, rosado do início da manhã.

Era cedo demais.

Principalmente para uma criança.

Mesmo assim a menina saiu de sua cama, colocando os pés nus sobre o assoalho de madeira, correndo em disparada porta à fora. Passou pela sala de jantar. Vazia. Porcelana sobre a mesa. Ah não. Ela correu em disparada para fora. Olhou o pátio, o jardim, e correu até os grandes portões. Não havia sinal de seus pais.

-Eles não me esperaram – lamentou baixinho, para si mesma.

-Saíram de noite, pouco depois que adormeceu – era a voz do avô materno que surgia logo atrás dela, sempre com sua bengala e expressão serena; aparentemente ele já estava de pé havia um tempinho.

Mulan e Shang eram sempre requisitados para lecionarem na Academia Militar, principalmente nos cursos intensivos de férias; já eram professores regulares durante o ano letivo. A pequena Lonnie adorava as ocasiões em que ia ver os treinos, por vezes participava deles, imitando o que os jovens cadetes faziam, alegrando as aulas dos demais. Outras vezes chegava até a dar comandos como o pai e era obedecida com sorrisos, recebida com risos do general e de sua esposa.

-Eles prometeram!

-Prometeram levá-la se estivesse acordada – disse olhando-a com infinita ternura – E estava dormindo quando eles precisaram ir – vendo a netinha ainda emburrada, sorriu – Vamos rezar aos ancestrais? Tem tempo que você não visita seu guardião...

Obedientemente, deu a mão ao senhor seu avô e caminharam sem pressa; a menina continuava chateada, ainda cheia de energia. Colocaram-se de joelhos. Ele acendeu um incenso, mostrando como se fazia, depois auxiliou-a a acender um por si mesma, como costuma fazer: dar autonomia a ela. Lonnie sabia que o avô podia ficar ali de olhos fechados por horas, mas naquela manhã a menina estava mais hiperativa que o normal. Se ficou cinco minutos prestando homenagens e orações foi muito. Levantou-se, correu, então retornou as escadas até o avô, curvou-se respeitosamente mesmo sabendo que o avô não a veria, e correu para o jardim.

-Que nossos ancestrais te guardem, minha pequena Lonnie – disse o senhor com um sorriso, descendo os degraus com alguma dificuldade, não permanecendo muito tempo em oração – Tem tanta energia quanto a mãe, se não mais.

Lonnie entrou no celeiro dos animais com intensões bastante arteiras. Muitos animais ainda dormiam, quietinhos. Aproximou-se do cavalo, acariciando-lhe o focinho com dificuldade, acordando-o...

-Eu sei o que você planeja – a menina deu pulo involuntário – E eu gosto – riu a voz de forma arteira, sapeca.

-Você me assustou – sussurrou a menina para o... – Você é um lagarto? – inclinou a cabeça olhando-o bem; curiosa, porém indelicada demais, honesta demais como crianças costumam ser.

-Lagarto? Lagarto não! Lagarto não! – fez drama a "lagartixa vermelha" contorcendo-se fazendo a menina rir baixinho com os movimentos – Dragão! Eu. Sou. Um. Dragão – disse devagar, pausadamente, para a menininha entender – Seu guardião. Por opção que fique bem claro – ressaltou cheio de pompa.

-Não tem o tamanho de um – acusou-o, cruzando os braços; fora a única informação relevante para ela. O sorriso de quem se divertia vendo-o nervoso.

InocentesOnde histórias criam vida. Descubra agora