Calisty.

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A mesa de Amiya local sagrado onde era servido a última refeição antes de uma guerra, localizada no castelo de Calisty, cuja localização não pode ser encontrada, nem entre os cinco reinos. Local de nascimento das filhas de Calisty, e também da árvore que circunda toda a colossal estrutura voadora, as raízes sustentam a estrutura no ar por meio de uma troca gasosa com o ambiente, alguns dizem que a muito tempo atrás havia um modo de chegar até o castelo por meio desta raiz tão forte e robusta que poderia ser visto de uma campina à muitas luas de distância. Diziam também que o topo da grande árvore guardava um segredo.

-"As bruxas que vem do céu, atrás de nossas mulheres, estão acabando com as vilas, nada mais funcionava sem nossas mulheres aqui."

Os relatos e boatos que corriam pelas vilas era de que, no meio da noite um chamado ecoava da grande árvore, fazendo todas as mulheres saírem de suas casas na calada da noite e como gatos corriam pelos telhados, até o centro das vilas, onde geralmente ficava um poço tão fundo e estranho que poucos sabiam de sua verdadeira origem. Era chamado, poço da lua, e todas as vilas tinham um em seu centro. É contado que, se deseja saber de algo, alguma resposta para uma pergunta não respondida, deveria ir até o poço e ficar de costas para ele, e esperar até que a lua estivesse bem no marco zero, incidindo bem na localização do poço, e então se fecha os olhos e pergunta o que deseja e posteriormente aguardar pela resposta.

O fato é que, o poço da lua, era um portal. Todas as mulheres que sumiram, chegaram até o poço pontualmente a meia noite e como em um ato de loucura ou alucinação, uma a uma foram se jogando bem ao centro do poço, caindo infinitamente até que o dia raiou pela primeira vez nas colinas, revelando o espelho translúcido entre o sol e a lua, no fundo do poço. Um véu, impenetrável por qualquer que fosse a outra criatura que se aventurasse no interior plutônio da terra, mas não as mulheres, pois eram as únicas com o direito de adentrar, o chamado é seletivo na sua escolha, somente aquelas mais fortes e destemidas tem a honra de ouvir o chamado e atendê-lo.

Do fundo do poço, abria-se o portal diretamente para o salão principal do castelo e lá, todas reunidas, avistaram Calisty, em seu trono reluzente e translúcido. Toda mentira era mostrada nas paredes do salão.

-"Seus 'homens' ou melhor, as criaturas que acreditam fielmente serem donos de vocês, não são nada e não passam de meros vermes rastejantes que dilaceram as tuas carnes e fazem trabalhar o dobro, ou o triplo que eles mesmos, tudo para que? Para satisfazer o desejo deles, o desejo latente de serem donos de tudo e todos." Essa foi a primeira coisa que Calisty disse para as mulheres que ouviram seu chamado. A segunda foi.

-"Todas vocês que ouviram o chamado, e que escolheram atender a ele, agora tem uma única escolha a ser feita. Ficar ou voltar para as suas vidas antigas, sendo exploradas e menosprezadas sempre que for do capricho dos teus 'amados' homens."

Toda noite, um vila distinta recebia o chamado, e toda noite, algumas das mulheres que ouviam e atendiam ao chamado, acabavam voltando para suas vidas normais. Calisty não era má, nem desejava o fim dos homens, apenas que todos pudessem viver juntos em comunhão e alegria, Calisty desejava que todos alcançassem juntos, a plenitude do amor assim como ela havia alcançado milênios atrás.

A morte do tempo dos homens.Onde histórias criam vida. Descubra agora