Jung Hoseok é exceção à regra

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Ele tinha sido o mais delicado que conseguia com os ovos que limpava, sua mãe até deu uma paradinha na cozinha para o elogiar e agradecer por manter os outros intactos.

Até sentia um pouquinho de orgulho pelo feito, por mais que não gostasse de admitir e estava contente com a perspectiva de terminar o dia sem ter mais nada para fazer depois que acabasse seu "trabalho".

— Jungkook!! Corre, corre, é urgente, anda logo! — Os gritos de Jieun foram o suficiente para Jungkook deixar cair no chão o ovo que estava limpando, totalizando um total de três no dia.

Colocou o melhor sorriso falso no rosto, segurando a vontade de dar um grito e resmungar para a mulher mais velha enquanto andava a passos pesados, de ódio, em direção aos gritos da mulher.

E estava ali, para a sua surpresa, o motivo de deixar o ovo espatifar no chão: a vaca com a mancha de coração no olho e seu pai do lado dela com um sorriso no rosto. Do mesmo jeito que Seokjin já havia avisado que aconteceria.

— Mãe, escuta com cuidado. — Engoliu em seco e tentou se manter o mais calmo possível. — Sai de perto dessa coisa, em passos lentos. Se não ela vai te machucar. Eu já vi ela fazendo isso antes.

— Que nada Jk ela é mansinha, deixa de bobeira. Olha, se eu coloco a mão na boca dela ela nem faz nada.

Jungkook não conseguia distinguir se estava mais aterrorizado ou enojado com Jieun, literalmente colocando a mão na boca da vaca. E para a sua surpresa, o animal não fez absolutamente nada.

— Seu pai trouxe ela pra gente cuidar não é um amor? Aparentemente pisou em um prego, coitada. Por isso está com a tala na patinha. — O Jeon nem tinha notado a tala, a vaca finalmente havia percebido sua presença e o encarava com aqueles mesmos olhos que tinha quando lambeu o vidro do seu carro.

— Você disse "a gente"?

— Sim Jungkook, você está incluído no "a gente". — O moreno revirou os olhos e olhou para o pai, tentando buscar apoio como sempre conseguia quando encarava o pai com o olhar de cachorrinho de mudança.

Mas mesmo sua tática de anos não funcionou, seu pai estava feliz demais para notar seu pedido de ajuda.

— O filho da Eunjae cuidou dela, muito bom aquele garoto, tenho que dar um queijo dos bons pra ele depois em agradecimento. — Jungwoo falou com um sorriso grande que ele sempre tia, enquanto a esposa fazia carinho na vaca.

Jungkook estava mais do que bem em ficar a três metros de distância do animal e ser um mero espectador da cena.

[...]

Passou a próxima semana sendo obrigado a acordar cedo pelo cantos das galinhas, com a constante ameaça de Jieun de que se ele não acordasse, ela subiria as escadas com a Pacotó (o belíssimo nome que seu pai havia escolhido assim que ela chegou em casa) e faria a vaca mastigar o seu cabelo.

Jungkook acordava aterrorizado todos os dias com a perspectiva da vaca estar ali, duvidava que a pata estava ao menos doendo e tinha quase certeza que o animal estava fingindo para ficar nas regalias do ar condicionado da casa.

Sim, da casa. Sua mãe parecia uma hippie vegana passeando com a vaca, arrumando um espaço para Pacotó dormir na sala com direito até uma caminha feita especialmente para ela.

Se Taehyung achava que Jungkook fosse mimado pelos pais, era por que não conheceu a Pacotó direito. Jieun ao menos comia carne de vaca na frente dela, reservando-se apenas para o frango e peixe.

A situação era tão série que seus pais acharam uma ótima ideia de chamar a vaca de filha e dizer que agora ela era a irmãzinha mais nova de Jungkook. Era aterrorizante.

Countryside Disaster - taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora