O Silêncio do fim

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Em momentos únicos eu guardo seus sorrisos. Em pontos específicos eu percebi o começo do fim. Será que ainda da tempo de recomeçar?

Sentada no banco do bar da festa por um instante, eu te olhei nos olhos naquela noite memorável, dançando e rindo como se não houvesse amanhã e, como diz Legião Urbana, na verdade não há..
Senti meu coração aquecer e sorri. Um grande amor não é questão de sorte, embora as vezes ainda associemos esse fator tão ilimitado a simplesmente isso.
Li por aí uma analogia respeitável sobre a forma ilusória que definimos o amor e me surgiu a inspiração de representar o que fomos, o que somos..
Quando nossos caminhos se descruzaram eu ouvi pessoas me dizerem algo sobre como não dar certo (?) é normal, sobre como a gente se ilude, sobre como isso machuca, ouvi gente demais descrevendo fins demais sobre vertentes demais e, curiosamente, nenhuma delas conseguiu descrever nem se quer um pouquinho da nossa história e então eu pensei que se, não me houve ainda uma representação do que nós realmente fomos ou sentimos, talvez estivesse na hora de dar a esse sentimento uma homenagem..
Quem disse que tudo acaba por que não deu certo? Quem disse que amor quando acaba é ilusão?
As pessoas tem essa mania incessante de rotular tudo como se aquela coisa não fosse mais nada além do que teoricamente deveria ser, o amor é muito maior do que eu ou você e o fim dele significa recomeço e não fracasso. Não existe fórmula para o amor verdadeiro, assim como não existe regra para ditar o que ele nos causa. Realmente machucou, mas nada ali deu errado, foi tudo como deveria ter sido, gozamos da mais gentil forma emocional que nossa natureza pôde proporcionar, foi real, foi gentil, foi emocionante, foi amor, tinha respeito, tinha verdade em cada palavra, era encantador nos observar. Os pequenos sinais do fim surgiram nos sacudindo para que saíssemos da mesmisse, ignoramos por puro ego, a nossa convivência não tinha mais o fogo oscilante no peito se manifestando como se fosse nos incendiar da cabeça aos pés (tudo o que mais esperamos em um amor incomparável), viramos rotina e nos acostumamos a comodidade de não ter mais o que conquistar. E foi isso que nos derrubou. Sempre há o que conquistar, a paixão é sedução, é calor, mas a paixão não é amor, o amor é uma luta diária para conquistar um coração que está em constante mudança, quando paramos de tentar conquistar paramos de descobrir como essas mudanças melhoram nosso mundo pessoal. Não é que o amor tenha acabado, é só que merecemos alguém que esteja disposto a nos reconhecer todos os dias, alguém que recuse a rotina em favor do amor que envolva a mistura de paixão e a gentileza de nunca deixar que nossos pequenos detalhes passem despercebidos aos olhos de quem colore nosso mundo.
Tem pessoas que passam pela nossa vida só para nos lembrar que o start que rege o mundo não curte mesmisse, sejamos o melhor de nós o tempo todo, é isso que encanta qualquer paixão.

Cartas Para A Droga Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora