Enfim, hoje é o dia que receberei alta! Como esperei por esse momento! Não aguentava mais ficar o dia inteiro na cama recebendo remédios, sendo alimentada e assistindo TV já que não podia me movimentar.
Duas semanas até a minha recuperação final no hospital se passaram, mas ainda assim, existe uma ferida aberta no meu coração... Não posso ignorar o fato de que meu físico estava quase normal de novo, mas na verdade não importa muito. O que me fez ficar bem nesse cubículo branco foi o apoio de minha família e minha melhor amiga, Cintya — sim, com ''y'', não me pergunte o por quê.
A brisa entra pela janela aberta e logo invade o quarto. Sinto como se houvesse nuvens soprando delicadamente contra todo meu rosto, que de certa forma me tranquiliza. Fecho os olhos e logo me lembro do outono passado, quando Ben me levou em um lugar que chamamos de ''topo do mundo'', e ventava tanto que meus cabelos não paravam no lugar, me obrigando a prendê-lo à força, o que levou ele a rir... Sorrio ao lembrar e automaticamente uma lágrima cai em meu rosto, mas logo cessa depois que uma batida na porta me traz de volta das minhas memórias:
— Senhorita Stella, sua amiga está aqui.— diz a enfermeira abrindo a porta.
— E eu vim pra te tirar desse coma!— Cintya aparece com o maior sorriso no rosto.— Com licença...— entra em um pulo se desviando da outra mulher.
Olhei para ela e comecei a rir, com cuidado para não fazer muita força. Ela havia vindo me visitar alguns dias e vendo minha situação, exigiu que me levasse pra casa quando recebesse alta. Não me incomodou o fato de que ela queria isso, afinal esteve comigo desde o fundamental nos tempos mais difíceis. Então me virei e exclamei com um ar brincalhão:
— Até que enfim hein, pensei que ia me deixar esperando pra sempre!
— Jamais, Vossa Majestade!— ela disse com um sorriso debochado.— Já falei com sua mãe, ela vai te esperar em casa, está muito ansiosa pra te ver!
— Que bom! É uma pena que ela não pôde vir...— baixei os olhos por um momento.— Mas é ótimo que esteja aqui comigo! obrigada!
Cintya cerrou os olhos nos meus se aproximando e logo manifestou:
— É claro que eu ia estar aqui, se enxerga garota!
Nós duas começamos a rir até que a mesma enfermeira de antes entra novamente e explicou com cautela:
— Precisamos preparar a senhorita para deixar o hospital, recomendo que espere lá fora.— a mesma diz, se virando para minha amiga.
— Okay, então! Te espero lá fora doçura.— A garota manda um beijo e sai.
§
Nesse tempo, ajudaram a me trocar, retiraram a sonda e com muito cuidado me auxiliaram na cadeira de rodas, o qual eu usaria até que pudesse começar a andar. Acho que isso levaria uma semana, mas não sei ao certo. Independente do tempo, o que importa é que estarei andando sem ajuda de alguma coisa até o começo das aulas na faculdade. Mas esse é um assunto para eu pensar depois.— WOW!— minha amiga exclama, surpresa.— Que linda sua nova amiga!
— Cale a boca!— eu digo com um semblante tranquilo.— Isso não vai ser minha amiga por muito tempo!
Cintya começa a rir e então me leva para o seu carro. Não é grande, mas também não é pequeno, dá para colocar a cadeira de rodas atrás, mas não me cabe lá. Vejo o rosto pensativo da garota ao meu lado, e, quando ia dizer alguma coisa, ela sai correndo para dentro do hospital novamente, o que me faz ficar com cara de dúvida.
Dois minutos depois, ela volta com um homem, aparentando ser um enfermeiro, que então me ajuda a sair da cadeira e entrar no carro, colocando a mesma nos bancos de trás.
— Garanta que vai ter alguém pra fazer isso quando chegar!— O homem exige apontando pra mim.
— Claro, muito obrigada pela ajuda!— Ela disse sorrindo, logo que entra no carro.
O homem sorri de canto e volta para o caminho no qual veio. Vejo um sorrisinho malicioso na boca da Cintya e já imagino o que ela estaria pensando. Quando eu ia perguntar algo ela já logo disse, empolgada:
— Aquilo sim que é enfermeiro, hein! Achei uma gato, você viu como ele era forte? E como ele olhou pra mim?— pergunta em suspiros.— Você tem sorte de ser carregada por ele, fiquei com invejinha.
Olhei para ela e não acreditava no que tinha ouvido. Ela é um pouco assertiva, não tem vergonha das coisas, mas não consegui segurar a risada, o que fez doer minha barriga. Quando me recuperei, aleguei:
— MEU DEUS CINTYA! Você realmente é uma iludida nata! Ele só foi educado e fez o trabalho dele!— comecei a rir novamente.
— Ah, mas ele olhou pra mim diferente sim, ok? Você que não viu, tava tão preocupada em não cair...— começou a se defender.
— Okay, então, se você acha isso.— dei de ombros.— Mas liga essa coisa logo que eu quero chegar em casa, não aguento mais!
Ela se virou para mim com cara de deboche e disse:
— Calma lá, não ofenda a Cremosa a chamando de ''coisa'', garota!
— Eu não acredito que você deu um nome pro carro!— arregalei os olhos, surpresa.
— Dei, e se não falar direito com ela, vai embora a pé!— Ela disse me desafiando e rindo.
—Tudo bem, ligue a Cremosa.— Eu pedi.— Mas vai devagar, por favor!
Cintya afirmou com a cabeça e soltou um "sim, senhora!" ligando o carro. Estávamos a caminho e mesmo com ela indo bem devagar, as sensações do acidente inundavam minha cabeça e meu corpo não parecia relaxar... Minha respiração começou a ficar ofegante e tentei me acalmar um pouco para minha amiga não parar o carro preocupada. Afinal, minha casa era perto e já estávamos quase chegando.
Ao cruzar a rua chegamos na casa amarela com portão marrom, típico do bairro. Estacionamos e com a maior calma do mundo, a garota ao meu lado desliga o carro, e me aliviou:
— Não se preocupe, vai ficar tudo bem!
Não poderia desejar uma amiga melhor... Apesar de todas as vezes que eu tive que cuidar para que ela não fizesse besteira, não a trocaria por nada! Ela sabe como me deixar calma e faz de tudo para alegrar quando o dia está ruim... Daqui em diante ela vai ser o melhor pra mim nesse momento.
Olá pessoas lindas do meu coração! Espero que estejam gostando da história.
Como acham que Stella vai ficar daqui pra frente? Deixe seu comentário ♥
E não esqueça de deixar seu voto, é muito importante pra mim!
Muito obrigadaa!!!
Rebeca_lyssa
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Talvez, Seja Você (Em Andamento)
Romance"- Que susto você me deu! Qual seu nome?- o menino pergunta extasiado. - Meu nome é Stella, sinto muito, o meu chefe disse que eu podia ficar aqui... - eu disse um pouco envergonhada. - Ah, tudo bem! Não é todo dia que a gente acorda vendo um anjo...